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Eu sempre fui paga-pau da biblioteca pública de Seattle. Já citei aqui “Qual biblioteca?” e aqui “Dewey no elevador“. Pra mim continua sendo o exemplo mais vanguarda de combinação biblioteca-design-tecnologia.
Traduzi a palestra do Joshua Prince Ramus no TED. Ele foi um dos arquitetos responsáveis (o outro é Rem Koolhaas) pelo desenho da biblioteca. Na palestra ele fala de outros projetos da agência, além da biblioteca. Mas desde a primeira vez que eu vi fiquei impressionado como que uma pessoa de fora do mundo das bibliotecas conseguiu ter uma percepção tão simples e correta sobre a funcionalidade de uma biblioteca pública.
[traduzi do wikipedia]
O financiamento para a construção do novo prédio da biblioteca central de Seattle, bem como outros projetos de construção em todo o sistema municipal de bibliotecas, foi orçado em $196 milhões, chamado de “Bibliotecas para Todos”, medida aprovada pela câmara de Seattle, em novembro de 1998. O projeto também recebeu uma doação de $20 milhões de Bill Gates.
Rem Koolhaas e Joshua Prince-Ramus da empresa holandesa Office for Metropolitan Architecture (OMA), trabalhando em conjunto com a empresa de Seattle LMN Architects, serviram como os principais arquitetos do edifício. Ramus foi designado arquiteto responsável pelo projeto. Ironicamente, a OMA não foi uma das empresas convidadas a concorrer ao projeto. Ramus, anteriormente residente em Seattle, descobriu pela sua mãe um dia antes que a direção da rede de bibliotecas estava convidando empresas interessadas em participar de uma chamada pública. Ele se inscreveu e a OMA acabou ganhando o projeto.
Deborah Jacobs, bibliotecária chefe da Seattle Public Library, encabeçou o projeto do ponto de vista da biblioteca e atuou como a voz do cliente, enquanto Betty Jane Narver atuou como presidente do Conselho de Bibliotecas.
Os arquitetos conceberam o novo edifício da Biblioteca Central como uma celebração dos livros, decidindo-se depois de algumas pesquisas que, apesar da chegada do século 21 e a “era digital”, pessoas ainda respondiam a livros impressos em papel. Os arquitetos também trabalharam para tornar a biblioteca convidativa para o público, ao invés de entulhadas e sem graça, o que eles descobriram como sendo a percepção popular das bibliotecas como um todo.
Embora o desenho da biblioteca seja incomum visto pelo lado de fora, a filosofia dos arquitetos era deixar o prédio ditar as funções necessárias para aquilo que ele deveria parecer, ao invés de impor uma estrutura e criar as funções em conformidade com isso.
Por exemplo, uma seção principal do edifício é a “Espiral de Livros” (projetado para apresentar a coleção de não-ficção da biblioteca, sem dividir a Classificação Decimal de Dewey em diferentes andares ou seções). A coleção segue espirais através de quatro andares em uma série contínua de estantes. Isto permite que os usuários examinem a coleção inteira sem precisar usar escadas ou se transportar para uma parte diferente do edifício.
Outras características internas incluem: o Auditório da Microsoft no piso térreo, a “Sala de Estar” no terceiro andar (concebido como um espaço de leitura para os usuários), a Charles Simonyi Mixing Chamber (uma versão do balcão de referência que fornece ajuda interdisciplinar para os usuários que precisam de respostas ou querem fazer pesquisa), e a Betty Jane Narver Reading Room no 10º andar (com vista para a baía de Elliott).
visão panoramica do Sala de Estar, clique para ampliar
Red Floor, clique para ampliar
Novas funções incluem triagem e transporte automático de livros, auto-serviço para os usuários, expansão das comunicações wi-fi entre os funcionários da biblioteca, e mais de 400 computadores de uso público.
sistema de devolução e transporte em RFID
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Os bibliotecários americanos divergiram sobre o novo aspecto da biblioteca, entre uma obra prima de arquitetura e o fato de a biblioteca não representar na prática a idéia de centro conector entre a cidade e as pessoas, e houve inclusive denúncias por parte dos bibliotecários de que os arquitetos não projetaram espaços de reserva para o armazenamento de novas aquisições.
Mas ainda assim, por tudo que eu já li e vi na internet sobre a biblioteca, acho ela foda.
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