É duro para mim, que escrevi meu TCC exatamente exaltando que o tesauro seria uma ferramenta importante para o desenvolvimento futuro da Web, admitir que o uso de tesauro é inviável para organizar documentos na Web (Web, não em bibliotecas).
Tenho que admitir o maior erro que fiz durante o trabalho: acreditar que o futuro seria linear, isto é, acreditar que o que surgisse de novo não atrapalharia o desenvolvimento que estava em curso. E o novo surgiu durante o trabalho e não depois… mas na época optei por não falar de folksonomias, e hoje reconheço o erro.
O lado bom de tudo isso é saber que apesar da inviabilidade atual, os princípios fundamentais dos tesauros como o estabelecimento de relações entre termos será algo muito importante. O tesauro então não morreu, apenas sofrerá mutações que o tornarão irreconhecível para os bibliotecários mais antigos, mas que o tornará uma ferramenta muito útil.
Como?
Imaginem em e-commerce: Vc quer comprar uma câmera digital. O fabricante poderia disponibilizar um arquivo com todas as especificações em formato legível por máquinas. Esse arquivo poderia ser relacionado com gateways (termos de tesauros), que devem estar descentralizados e conectados com outros gateways de descrição por meio de relacionamentos que devem estar em formato legível por máquinas, como por exemplo um gateway chamado “3.1 MP”. Assim, outras câmeras estariam relacionadas a esse gateway e vc poderia com um click, obter todas as informações, tabelas comparativas e outros dados sobre todas as câmeras digitais que tem a resolução de 3.1 MP, e ainda, como o 3.1 MP poderá estar relacionado com um maior, como 7.1 MP, seria possível comparar outros modelos melhores e perceber que compensa comprar uma melhor. Tudo isso sem ter que entrar em site por site de fabricante ou obter informações incompletas em sites de e-commerce. Fora as comparações de preços (em toda a web e não apenas em alguns sites)
Fora as aplicações em relação a web científica…
Para tanto, ainda falta flexibilizar as normas de tesauros (mesmo as já flexibilizadas como o SKOS) e ainda, desenvolver um sistema aberto para manipular todas as relações possíveis. Com certeza vai demorar muito, e quem sabe ainda pode aparecer alguma coisa nova e mudar tudo de novo.. hehehe
6 respostas para “Tesauros e Internet”
Hoje é interessante se pensar em soluções hibridas entre as folksonomias e as taxononomias e tesauros.
Mas antes de pensar nos procedimentos é interessante visualizar uma coisa. A gestão da informação clássica está muito baseada na estratégia de controle, para a garantia de uma recuperação eficaz. Este controle em algumas organizações é feito através da definição de taxonomias, estruturas de diretórios, tesauros.
A questão é que este modelo dificulta bastante o acesso e gerenciamento de informações para os usuários mais leigos, e também para a flexibilização da dinâmica de troca de informações em uma cultura mais emergente e colaborativa. Por isso o valor das folksonomias.
Mas as folksonomias funcionam bem, quando existe uma comunidade imensa e ativa publicando informação, como por exemplo no delicious. Mas para soluções de menor porte, como estruturas organizacionais e comunidades de interesse, a solução é pensar em sistemas de folksonomia, interligados com vocabulários controlados, para que por exemplo, com um bom controle de sinonimia, ofereça ao leigo a palavra adequada para se utilizar.
Gostaria de saber se há um jeito de baixar a CDD/CDU para o computador… Ou se tem como comprar se não é pedir muito ou sonhar…rsrsrsrs… Beijos, e se alguém souber me comunique lu**********@ig.br
Lucelia
A CDU quem vende é o IBICT. Você consegue até ver as classes principais, mas nao consegue tudo pela web, pelo menos tentei e nao consegui.
A CDD tem seus direitos reservados pela OCLC (Visite http://www.oclc.org/dewey/default.htm). Eles vendem em papel e também vendem um serviço tipo uma assinatura (você paga anualmente para acesso online a toda a classificação). O preço varia por quantas pessoas vao acessar o sistema ao mesmo tempo. Lembro que quando vi a ultima vez, para até 10 pessoas custava U$ 700.00/ano.
Se for na área jurídica, a Bibliotecária da presidencia da República também detalhou a classe de Direito, está disponível online até para baixar o arquivo.
espero ter contribuido
Janete
Talvez vocês tenham que entender melhor as coisas e não apenas classificar.
Uma palavra fora de contexto pode dar margem à várias interpretações…nem sempre elas são corretas…
Quando uma bibliotecária diz presidente da república ela pode estar apenas brincando, que é o jeito dela…mas algumas pessoas podem intepretar como arrogância.
É o ponto de vista…coisas que acontecem quando se trabalha com produtos e não pessoas, quando vc vai rotulando tudo com muita pressa…algumas coisas podem estar com rótulos (etiquetas) equivocadas…
OI,,sou estudante de biblioteconomia na UFPA de Belém/PA. Adorei este blog de bibliotecários, quero participar, tem muita coisa boa que eu não sabia, ou q os professores só repassam resumos.
Sobre a CDD online e outras coisa mais.
gostei das informações pessoal, vou acessar sempre.
beijão.
Cristina Melo
[…] deixaram de ser sinônimos. Ah, mas o mais bacana é que voltaremos a falar de tesauros. Sim, os desacreditados tesauros voltarão com as buscas do google se tornando mais semânticas. É claro que a busca semântica […]