Um balão foi responsável por danificar documentos raros sobre a vida cultural da cidade e interditar as bibliotecas e uma área de exposição do Centro Cultural São Paulo (CCSP), na rua Vergueiro (centro), por tempo indeterminado.
O artefato incendiou o telhado do edifício, na madrugada de ontem, e a água usada no combate ao fogo molhou parte do material guardado em área restrita aos funcionários.
De acordo com o diretor do CCSP, Martin Grossmann, um total de 2.000 documentos foram molhados – entre fotos, convites de exposições, cartas e fitas cassetes. O material é originário do antigo Idart (Departamento de Informação e Documentação Artística).
Também foram atingidos outros 400 objetos -como livros, discos e partituras- que estavam armazenados no piso técnico. Ainda não há avaliação do que foi destruído -acredita-se que a maioria do material poderá ser recuperada. As obras em papel cuchê, como livros de arte, serão as mais difíceis de restaurar. Segundo funcionários do local, elas têm uma película que, quando molha, cola.
Segundo o secretário municipal da Cultura, Carlos Augusto Machado Calil, será feita uma cobertura provisória no local para evitar mais estragos caso chova. O custo estimado é de R$ 50 mil e deve ser concluída em 48 horas.
Em até seis meses, entretanto, deverá ser feita a obra definitiva -que, segundo ele, custará “muito mais”.
O prefeito Gilberto Kassab (DEM) classificou o incêndio como “crime”. “Tivemos dois estragos. A do incêndio e a do combate ao incêndio. A água, ironicamente, causou danos piores”, disse ele, ressaltando que o trabalho dos bombeiros foi exemplar. Em dez minutos, disse Kassab, eles chegaram ao CCSP e, em 45 minutos, conseguiram conter o fogo. A água, então, desceu pelos andares do prédio, até chegar ao último, onde fica a reserva técnica.
Na área da reserva técnica, gibis foram colocados em varais para secar -com a ajuda de ventiladores.