Dois anos atrás eu escrevi um post solicitando sugestões de sites que ofereciam livros audíveis em língua portuguesa. Naquela época a possibilidade de explorar a expansão dos aparelhos mp3 ainda engatinhava, e hoje no Brasil o panorama não mudou muito. Não se trata da perda de uma oportunidade comercial, porque até que se prove o contrário, vou continuar acreditando que as pessoas (consumidores, usuários) não tem interesse em utilizar esse tipo de formato (livros narrados, em mp3), mesmo supondo que atualmente, todas as pessoas que eu conheço, sabem o que é um arquivo mp3 ou possuem um aparelho tocador de mp3. É um nicho que não desperta nenhum interesse por parte das grandes editoras e nem apelo pelos supostos leitores (no Brasil livros em geral não o fazem…)
Logicamente, se pensarmos em termos de disseminação da informação, de livros em domínio público, de livros audíveis grátis, a coisa parece ser mais interessante, mas ainda assim, nada a comemorar.
De qualquer forma, eu sempre conversei com o Gustavo Henn por exemplo, que é dono da editora Baluarte, sobre as possibilidades de oferecer aos consumidores e usuários o conteúdo original dos livros em diversos formatos, e consequentemente em diversos preços.
Uma coisa a ser defendida é que se as possibilidades existem, e se elas são relativamente de baixo custo, então os serviços podem ser explorados da melhor forma.
Imaginem um grupo de alunos que com um ferramental simples (um software de captura de áudio e um microfone) podem gravar o conteúdo das aulas, com o consentimento do professor ou algo do tipo, e depois editar esse arquivo em áudio de forma que sirva como elemento de fixação da matéria ou um auxílio para provas e testes. Cada arquivo poderia ser espalhado entre os colegas, e todos poderiam ouvir em seus aparelhos de mp3, enquanto estão presos no trânsito, no translado da casa para a universidade ou estágio.
Apenas a ilustração de uma possibilidade.
Cerca de dois anos atrás também pensei na ExtraLibris em criar um blog com capítulos de livros de domínio público, uma espécie de podcast. Eu gravava tudo no audacity e publicava os arquivos no Archive.org. Eu achava que isso seria um grande trunfo para os deficientes visuais, e algo que as bibliotecas e bibliotecários deveriam apostar. Parei de fazer porque me envolvi com outras coisas (além de alguns empecilhos jurídicos).
Mas bom, eu fazia numa boa, em casa, artesanalmente. Simples.
De qualquer forma, o post original de 2006 merece esta atualização porque até hoje as pessoas respondem, sugerindo links. E eu, que estava desatento ao nicho, acabei conhecendo novos serviços e editoras que estão produzindo livros audíveis. Acessem o post original e leiam os comentários. Dentre eles, os textos em áudio da biblioteca virtual do estudante da língua portuguesa (em arquivo .ra, melhor seria em mp3, mas já um avanço), com excelente coleção. E o plugme, extensão áudio da editora Ediouro.
A minha menção honrosa continua sendo para o projeto Librivox
E quem quiser reivindicar o algodão-doce, me envia o endereço residencial que eu mando pelo correio
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