Avaliação dos professores da UFRGS

Alguém teve uma idéia punk de criar um blog para coletar informações sobre os professores do curso de biblioteconomia da UFRGS. Eu já sei muito bem aonde isso vai terminar, mas se a galera levar a proposta a sério, a própria universidade e outros cursos podem construir ferramentas institucionais colaborativas para esses fins, com a transparência necessária.

Este blog tem por objetivo reunir o máximo possível de informações, relevantes ou não, sobre os professores do curso de Biblioteconomia da UFRGS. A finalidade das informações são para que futuros alunos saibam com quem estarão lidando e convivendo semanalmente por horas dentro de uma sala de aula. Clique no nome dos seus professores preferidos nos links a direita e faça comentários, críticas e elogios, conte fatos, histórias e lendas. Diga como o professor se comporta em aula e o que cobra nos trabalhos e provas. Escreva tudo que você achar necessário sobre o professor, ajude-nos a reunir o máximo de informações sobre cada um

A minha sugestão é que utilizem alguns plugins do WP pra melhorar os processos dentro do sistema. Depois de tantos comentários sobre determinado professor, como vai ser feita a apresentação dos dados? Criem um sistema de ranking, dar estrelinhas pro professor, algo mais simples e com resultado mais direto. Coloquem as fotos dos professores, procurem no google images ou no currículo Lattes; estimulem comentários com nomes, não tem por que se manter anônimo, a crítica não é de nenhum modo o mesmo que ofensa moral; e façam com que os professores saibam, que eles visitem o blog.

E sobre um ponto na política de privacidade “Professor, não nos encha o saco se os comentários associados ao seu nome não lhe agradaram, a sua fama é você quem faz, e ademais, deixe de vagabundear na internet e vá fazer algo útil para si e para a humanidade, tornar suas aulas interessantes, por exemplo”, (hehe) eu acho que não, não, os professores podem e devem mesmo pesquisar na internet para saber o que os alunos estão achando, é um excelente feedback. A idéia não é afastá-los, ao contrário.

No mais, parabéns, parabéns mesmo, radical, radical!!


33 respostas para “Avaliação dos professores da UFRGS”

  1. Outros alunos da UFRGS tb tiveram a mesma idéia no começo desse ano, com professoes de todos os cursos. E o site saiu do ar… porque será?

  2. Eu penso que estas questões devem ser discutidas em sala de aula ou no âmbito da Universidade. Realmente me preocupa bastante a questão da ética e do respeito com estes professores. Creio que a Universidade deva abrir um espaço para a discussão destas questões, mas realmente não me agrada ver que hoje a privacidade das pessoas está cada vez mais prejudicada pela falta de compromisso de alguns ao expor, sem critérios, julgamentos e críticas, muitas vezes descompromissadas. Vamos ver o julgamento que se fará destes hoje alunos, daqui a alguns anos, quando estiverem no mercado de trabalho.

  3. Esqueci de comentar outro aspecto, o objetivo do blog de “reunir o máximo possível de informações, relevantes ou não…”, realmente não dá para levar isso a sério e, sendo uma brincadeira, o melhor seria, na minha opinião, deixá-la restrita ao grupo. Será que se os alunos tivessem um instrumento de acesso público que reunisse informações subjetivas sobre o que cada professor pensa deles, incluindo humor e outras informações irrelevantes, não iriam recorrer à Universidade, reclamando por isso? São nomes expostos e julgamentos que acredito devam ser feitos por instrumentos formais. Onde estão o respeito e o compromisso com a ética e a informação??

  4. eu acho que não tem problema nenhum. Os professores não são avaliados pela Capes? qual o problema de serem avaliados pelos alunos, aqueles com quem mais convivem? Isso tem a ver com a relação interpessoal também, disciplina que deveria ser incluída nos currículos de biblioteconomia.

    Além disso, outras universidades, a UFF por exemplo, possui um formulário oficial para os alunos avaliarem os professores no final de cada semestre. É o que eu acho o mais adequado, fazer uma avaliação institucional, gerenciando, analisando e distribuindo os dados. São informações bastante relevantes.

    Eu acho a proposta do blog válida, mas como eu disse, se continuar do jeito que está, vai permanecer como uma “brincadeira de mau gosto”. A não ser que os alunos se apresentem, estejam dispostos a dialogar e a criticar…nada mais saudável. Se não for assim, não serão levados a sério.

    Que é um ponto importante aqui, novamente: esse tipo de avaliação deveria e muito ser levado a sério. Mas ele precisa ser transparente, precisa ser de duas vias, precisa de debatedores. Senão vai ficar uma porradaria só e ninguém chega a lugar nenhum.

    Com um instrumento legítimo, um mau professor pode ser afastado do quadro, ou um mau aluno pode ser jubilado. Mas se não for através de um instrumento legítimo, só vai aumentar as indisposições.

  5. Desculpe Moreno mas acho que você foi contraditório. Na minha crítica ao blog me referi ao conteúdo dele. Você leu as opiniões expressas ali e compreendeu em que elas se fundamentam? São críticas absolutamente subjetivas sobre aspectos irrelevantes. É claro que avaliações são muito bem vindas, desde que respeitem quem está sendo avaliado e que sejam feitas com base em dados consistentes e representativos. A Capes tem sim instrumentos de avaliação, as Universidades também os tem. Creio que estes foram formatados de modo a produzirem algo concreto e que possa ser mensurado. Você chegou a ler os comentários?

    Sou TOTALMENTE a favor de que a Universidade inclua em seu curriculo relações interpessoais. Estas sem sombra de dúvida devem incluir o respeito ao próximo, seja ele colega de trabalho, colega de escola, professor. Ao meu ver este blog não cumpriu este requisito e realmente, não tem nada a contribuir.

  6. Oi Cláudia. Contraditório não, porque desde sempre eu apóio a iniciativa. Bottom up per se, de alunos para alunos. Eu acho que ele tem muito a contribuir (aqui a gente discorda). Quem é que vai julgar que o que se escreve ali é de relevância ou não, com base em que, em que autoridade?(você vai?).

    Agora, (e aqui a gente concorda), nos moldes que ele se encontra, obviamente, não vai chegar a lugar nenhum, porque os professores não tem nem como se defender, se não sabem de onde vêm a crítica. Continua apenas um “exercício” de exposição, mas sem construção crítica.

    Relevante? Sim, sempre o é, senão jamais emergeria. Eficaz? Não. Mas pode vir a ser, isso depende dos alunos.

  7. Eu gostei desta sua pergunta sobre o julgamento de relevâncias….o objetivo do blog é julgar não é?? Disse que você foi contraditório porque no seu primeiro post não vi nenhum comentário negativo em relação ao Blog…só elogios. No segundo você mencionou que se continuar assim, já sabe onde vai dar….vi nisso uma contradição. Afinal no que o Blog é bom? Em avaliar?? Acho que algo antecede a avaliação que é a definição dos critérios para que esta seja feita…

    Discordamos sim, e viva a diferença. E vale a discussão…Abs!!

  8. Logo no início eu disse “eu sei muito bem aonde isso vai terminar”, pra não dizer, eu sei muito bem a MERDA que isso vai dar, caso alguém realmente se importe com isso. Eu sou só elogios, mas eu sei aonde vai chegar, se continuar do jeito que está, sem compromisso com a crítica.

    A crítica descompromissada tem seu valor (Schoppenhauer), mas ela tem que ser muito boa pra se fazer valer. E o blog ainda não é, estrututalmente, bom o suficiente pra sustentar a crítica que carrega.

    Mas eu me importo, eu defendo a iniciativa, e se o blog não fosse de alguma maneira relevante em primeiro lugar, eu não estaria me dispusendo a falar e discutir sobre ele.

    O objetivo do blog é julgar, mas eu não vou julgar negativamente a sua pertinência, a pertinência do seu conteúdo. Uma coisa não tem estreita ligação com outra.

    É uma questão teórico-filosófica, sobre autoridade, sobre autoridade acadêmica, democratização da informação, etc, mas eu não quero levantar esse tipo de abordagem.

    Em algum outro momento da nossa “história” os alunos tiveram qualquer oportunidade de julgar a qualidade do ensino que lhe és oferecido?

    O blog em questão é um reflexo do mundo dos alunos, então tem que ser enxergado sob uma ótica diferente. Diferente de uma avaliação da Capes por exemplo, diferente de avaliação acadêmica P2P.

    O blog é bom pra mim porque ele concede uma voz aos alunos, um direito que eles nunca tiveram, uma possibilidade de crítica que nunca lhes foi sugerida.

    Isso é uma coisa, e é o que eu defendo aqui.

    A outra coisa é tornar a crítica boa e relevante, pra se mudar o quadro (Estruturalismo). Se todos comentam que o professor é péssimo, só o blog basta? O que será feito em relação a isso?

    Mas de qualquer modo, até mesmo isso é complicado, porque não existem métodos formais de mensuração que sejam diferentes dos tradicionais acadêmicos. E o blog não tem em essência, nenhuma intenção academicista. É uma avaliação espontânea.

    O blog é bom em avaliar sim, pois eu enquanto professor, gostaria muito de saber o que os alunos acham das minhas aulas. Uma pena que isso tenha que ser feito de forma implícita, através de um veículo que já carrega no seu nascimento um teor ofensivo. Mas justamente, não existem outros meios para tal.

    Os alunos se viram, e se viram muito bem.

  9. Vc disse que não sabia onde isso ia dar…lendo o primeiro comentário do seu post que dizia que uma iniciativa semelhante já tinha sido feita e questionando o motivo pelo qual tiraram o site do ar….deduzi que vc se referia à possiblidade de algum crítico tolir essa liberdade de expressão dos alunos, não entendi que vc se referia a dar algo de errado em função do conteúdo do Blog. E o que faz um blog se diferenciar do outro? Não é o conteúdo? E o que diferencia um conteúdo do outro? Realmente ainda não entendi qual o diferencial deste blog. Avaliação? Mas sem compromisso? Eu não acharia relevante um blog que trata de economia sem achar seu conteúdo relevante, enfim, talvez eu não tenha conseguido captar corretamente sua mensagem. Claro que a crítica descompromissada tem seu valor. Agora eu não gostaria como aluna, de ser julgada por minha cor de cabelo, pela roupa que uso, pelas tatuagens que eu possa ter…Se o blog em questão é um reflexo do mundo dos alunos, creio que devemos ampliar a discussão sobre qual é este mundo. Penso que estes alunos poderiam usar este veículo para discutir qualidade de ensino por exemplo. É hora destes alunos, adultos já, pensar no papel do professor: seria agradar particularmente um ou outro? Vc pergunta se em algum outro momento da nossa “história” os alunos tiveram qualquer oportunidade de julgar a qualidade do ensino que lhe és oferecido? Não me parece, aliás tenho certeza (pois está escrito lá para quem quiser ler) que a proposta do blog seja esta e que ele se preocupe com qualidade do ensino. Parece mais preocupado em como são as provas que estes professores aplicam, etc., etc., etc. Hoje em dia qualquer um pode escrever sobre o que quiser, neste sentido qualquer um tem voz para falar o que quiser, para escrever o que quiser, portanto este é um espaço que3 já existe, basta ser ocupado. Me parece que neste caso a decisão deste grupo foi bem clara….criar um blog para emitir opiniões sobre os professores do curso, o cara é legal, se veste bem, é enrolador, não bebe ou bebe. É isso aí!! Como professor acredito que vc prefira ser julgado pelas aulas que leciona. Um bom professor pode ser feio ou bonito, gordo ou magro, popular ou não…

  10. Cláudia, a discussão não é tão simples assim. Eu estou falando sobre o veículo, e você sobre o conteúdo. Basta ser um pouco mais sensível do que um débil mental para refinar conteúdo ruim de bom conteúdo. Conteúdo ofensivo sem propósito do conteúdo crítico embasado. Eu sou capaz de reconhecer que o seu blog é em alguma extensão muito mais relevante pra mim em termos de conteúdo do que o blog da avaliação dos professores da UFRGS. Entretanto, para todos os casos, esse é um julgamento estritamente pessoal. Ninguém poderá julgar a qualidade do que eu leio senão eu mesmo.

    A questão que eu levanto não é essa. É a possibilidade de se fazer ouvir, quando nem nunca mesmo foi solicitado a esse grupo de pessoas que eles se fizessem ouvir. Talvez eles estejam tão mal acostumados e educados, que não sabem como se portar em relação à possibilidade da e de crítica. Que a crítica descompromissada eventualmente não levará a lugar algum. Talvez os professores que eles criticam (não estou falando aqui sobre um departamento de ciência da informação em específico, é um problema universal), não ensinaram a eles como se portar em um debate, como estabelecer limites morais e éticos, como dialogar saudavelmente para a construção ou manutenção de um ambiente de convivência rico, onde o aluno aprende com o professor e o professor aprende com o aluno.

    Só que eles tem algo a dizer, e que pra mim, num espectro estritamente pessoal, é relevante. Eu consigo perceber que uma inquietação em relação a conduta de um professor em sala de aula vai muito além do que a aula ser chata ou não, a prova ser complicada ou não, de o professor se vestir formalmente ou não. Se o professor possui uma tatuagem, e digamos, de alguma forma isso atrapalha a didática, então é um problema. Um problema que somente o aluno, dentro de sala de aula, é capaz de perceber. E que somente utilizando um veículo de comunicação nos moldes de um blog, por exemplo, o aluno se torna capaz de compartilhar uma opinião sobre a maneira como determinadas condutas ou elementos influenciam a sua formação.

    O aluno utilizaria um veículo como um periódico acadêmico da área de ciência da informação para esses propósitos? Não, porque nem mesmo ele tem esse direito.

    Veículo, meios. Não fins, conteúdo. That’s up to you.

    A gente sempre espera que as ferramentas sejam utilizadas da melhor forma possível, obviamente. O que não se pode fazer é censurar a iniciativa.

  11. Pelo que entendi, de certa forma concordo com a Cláudia no sentido de que não há uma preocupação em melhorar as aulas e sim apenas coletar informações para enganar os professores em questão. Mas acho justo essa coleta, se fosse feita de uma maneira menos ofensiva e anônima, uma vez que forçaria o professor a alterar a sua aula para melhor. Antigamente, um dos propósitos do RABCI era que os estudantes compartilhassem os trabalhos dos anos anteriores, para que os próximos não tivessem que fazer trabalhos iguais. Espero que eles ( os alunos da UFRGS ) consigam dosar a ferramenta, mas a utilizarem a seu favor e não criar motivos de retaliação.

  12. Bom se o seu elogio foi ao veículo Blog….eu endosso….Um viva a todos os blogs. Dou outro aos blogs que conseguem corresponder, em termos de conteúdo, à proposta para a qual foram criados. Penso que o Thiago compreendeu bem meu ponto de vista. Acho que é uma questão de português também…de compreender o que significa avaliação. Talvez o melhor nome para o Blog fosse “Considerações sobre os professores da faculdade sob ponto de vista dos alunos (isso abre a possibilidade a quaisquer comentários). Abs!!

  13. Só para constar… a UFRGS também tem um formulario de avaliação dos professores pelos alunos…ou pelo menos tinha até 2004 quando me formei… o caso é que nunca tivemos nenhum feedback do que era feito com esse formulario e é entre divertida e surpresa que ao visitar o tal blog descubro que 4 anos depois continuam os mesmos professores recebendo exatamente as mesmas criticas que recebiam na época…

  14. Lá no blog deles tem um comentário anônimo interessante:

    Acho fantástica a idéia e a possibilidade de avaliarmos publicamente os nossos mestres. Mas me assusto com esta avaliação quando os colegas passam a mesma para privada ou desqualificam totalmente a figura do professor, ai me pergunto como seria se os mesmos pudessem criar um Blog, para avaliar publicamente todos os alunos..
    “Ahh o aluno x, não sabe fazer um trabalho se não for no ctrl c ctrl v” “O aluno y é tão fraco que deveria retornar para o ensino fundamental”
    Além, claro de uma enxurradas de processos contra professores, teríamos alunos que de tão desmoralizados que nunca mais pisariam na FABICO hehehe..

    As críticas devem existir sim, mas não sejamos hipócritas, se tu és um dos muitos alunos medíocres que temos na Biblio, não faça crítica, pq se o professor fosse lhe criticar publicamente a coisa seria bem pior.. Faça como eu que me incluo nesses que estão à quem do curso e fico quieto no meu canto..

    Deixemos as críticas somente para aqueles não teriam medo de ser criticados publicamente pelos nossos mestres…

  15. Ainda tem a avaliação… mas agora é pelo Portal do Aluno, no site da UFRGS. Quem participa, pode ver o que foi opinado a respeito de cada professor com o qual teve aula.

    O problema é que são poucos os que de fato fazem essa avaliação; logo, não surte o efeito que poderia ter.

    Eu, como estudante da Biblio-UFRGS, acho válido o blog… só acho que não poderia ter comentários anônimos, mesmo sabendo como são as coisas por lá e das possíveis retaliações.
    Hoje mesmo, comentei com uma das professoras (que disse gostar do site antigo de avaliação) que haviam feito o blog. Acredito que, em breve, eles estarão comentando isso pela Rádio Corredor.

    [Confesso que não li a discussão nos comentários anteriores]

  16. Bom, como a idealizadora deste blog, vou colocar aqui minhas exposições sobre os comentários:
    Em primeiro lugar, não se trata de uma brincadeira, muito pelo contrário. Foi devido ao fato de terem tirado do ar a página Classe a Limpo, já comentada, que achei interessante (re)fazer uma parecida, mas que se diecionasse apenas aos alunos da nossa faculdade. A partir daí, pedi a um colega o apoio, se decidisse fazê-lo, e este colocou logo a mão na massa (porque se dependesse de mim esse blog demoraria a sair ou nem sairia, já que foi apenas uma idéia). De modo algum quis fazer algo como deboches ou coisas do tipo. Não considero o blog “punk”, como disse Moreno, pois não existe nenhuma intenção de ofender quaisquer professores, pois como já foi dito aqui também, seria antiético. De qualquer forma, algumas palavras podem ser consideradas ofensivas na sua apresentação, por isso, já estou revisando, e vou ser mais cautelosa daqui pra frente.
    O fato de a maioria dos alunos se colocarem anônimos, vem do medo constante que há em ser “marcado” pelos professores criticados e serem alvo de implicância e de abuso de autoridade, sendo prejudicados nas suas notas finais, portanto, acho justa a condição de Anônimo. Aliás, quero salientar aqui que nenhum dos meus comentários foi postado como meu nome, e sim Anônimo, do mesmo modo que seriam no nosso Portal do Aluno (pelo menos dizem que ninguém fica sabendo de nada. DIZEM.).
    Sobre essa avaliação no Portal do Aluno, me parece meio duvidosa para se confiar que você ficará realmente Anônimo, já que para fazer tal avaliação, você precisa estar logado com seu número de matrícula. O que nos leva a crer que de alguma forma você pode ser descoberto. E há relatos de pessoas que se deram mal em determinadas disciplinas após terem feito críticas aos professores das mesmas, o que explica o medo de se expor. É medo, mesmo, afirmo com convicção. A maioria tem medo dos professores.
    Sobre o fato de expor os professores à críticas. Bom, isso é justo, já que estamos sujeitos ao mesmo tipo de exposição durante as aulas, pois muitos professores não vêem problema em fazer isto com seus alunos. Se eles podem nos criticar frente dos nossos colegas, também NÃO DEVERIAM se importar em receber críticas dos PRÓPRIOS ALUNOS.
    Quanto aos alunos estarem ofendendo, eu deixei bem claro no fórum onde divulguei o blog, que fossem responsáveis, afinal, já não somos mais crianças (e além do mais eu não tenho como monitorar os comentários 24 horas por dia). Embora não seja o intuito do blog ofender ninguém, as pessoas acabem se expressando de forma inadequada. Se pensarmos bem, de certa forma, isso só nos mostra a indignação perante algumas situações que ocorrem em sala de aula frequentemente.
    Quanto aos dados mais formalizados, eu creio que isto não é necessário, até porque o blog não foi criado para ser algo formal. É para ser assim mesmo: descontraído e até mesmo bagunçado (eu sei, ao contrário das leis de Biblioteconomia).
    Creio que dados qualitativos e etc. acabaria por rotular os professores com uma nota, ou conceito, melhor dizendo, e não é isso que pretendo, já que muitos dividem – e muito – as opiniões. É importante que todos os aspectos sejam colocados, e por isso não quero generalizar nenhma opinião sobre qualquer professor. Isso, além de diminuí-lo a uma coisa, estaria implicando em uma baixa participação (que me refiro à leitura dos comentarios alheios, e não só ao próprio ato de comentar).

    Temo que a força dos professores seja maior que a nossa e acabamos por ter nosso blog extinto, tal como aconteceu com o Classe a Limpo, já que as críticas em geral nunca são bem-vindas. No entanto, vamos tentando manter ele vivo, para que continue muito produtivo, e principalmente, construtivo.

    Depois do meu texto (vejam como escrevo pouco), vou fazer meus ajustes no blog. Qualquer coisa, podem falar, que estou de ouvidos atentos aos colegas (de classe e futuros colegas de profissão), e também aos professores.

  17. Concordo com o Moreno em todas as considerações.

    O blog é altamente relevante. Mesmo que os comentários sejam subjetivos e não possam ser levados ao pé da letra.

    A própria criação e sucesso instantâneo do blog entre os alunos já diz muito sobre a falta de espaço para expressão da opinião destes e também sobre a falta de confiança nas avaliações dos professores, tanto a da CAPES quanto a institucional.

    Sobre o conteúdo das críticas, não vi nenhuma crítica à aparência física dos professores exceto um que foi chamado de gatinho (tenho certeza que ele não se sentiu ofendido). Vejo sim, muitas expressões diferentes da mesma crítica, umas mais articuladas, outras com um único xingamento, mas todas apontando para um mesmo aspecto criticado. Vi muitos professores sendo elogiados em todos os comentários. Não vi nada ali que pudesse ser taxado de irrelevante.

    Sobre a questão ética, tenho só uma observação: Onde ela falta no blog em questão? Hoje em dia criamos uma neurose em torno da ética que aprisiona a crítica, engessa a avaliação. Se continuar desse jeito, em um futuro próximo só elogios serão permitidos! Vi a moderadora do blog limar alguns comentários com conteúdo ofensivo. Agora, dizer que uma professora é incompetente e que suas aulas dão sono e que suas avaliações não tem pé nem cabeça é antiético? Me parece muito mais antiético comentar essas coias e coisas piores nos corredores da faculdade, inclusive os comentários ofensivos sobre a quantidade de relações sexuais anuais dos professores. Ou assim é mais ético? ou será que algo é antiético apenas quando se torna público?

    Sobre o comentário citado pelo thiago, respondo aqui o que escrevi lá. Seria ótimo se os professores fizessem isso, criassem um blog e postassem nele tudo o que pensam sobre cada aluno. Assim teriamos mais chances de defesa, sabendo claramente no que se baseiam suas avaliações.

    Não sejamos hipócritas, muitos professores fazem “filtros” com os alunos, e esses filtros não seguem critérios mais objetivos que nossas críticas subjetivas.

    Em uma análise qualitativa e mesmo quantitativa (número de críticas iguais, etc) do blog, ele demonstra ser de uma relevância monstruosa, mesmo caótico assim como está.

    Mas concordo alguma sistematização no blog tornaria ele mais confiável, como definir aspectos que podem ser comentados e algumas regras de linguajar, nada muito mais do que isso.

  18. Corrigindo o que escrevi:

    “Creio que dados qualitativos e etc. acabaria por rotular os professores com uma nota”.

    Na verdade, creio que dados QUANTITATIVOS acabariam rotulando os professores, por isso não quero dispor nenhum dado estatístico no blog. Embora esteja cogitando as tradicionais estrelinhas…

  19. Não sejamos hipócritas: todos sabemos que pensamos, julgamos, temos simpatias, empatias, preferências. Daí a expor publicamente e nominalmente estas percepções a respeito de profissionais em um blog intitulado “avaliação dos professores” e vinculando a avaliação à menção de aspectos relevantes e IRRELEVANTES, onde não há nenhuma moderação dos comentários, em que estes comentários podem ser ANÔNIMOS…creio que isso envolve ética sim. Há um livro bem interessante: o livro das virtudes, de Ramiro Marques. Dele tembém é o título valores éticos e cidadania na escola (este vai bem ao encontro da discussão) Aliás, este autor tem uma série de textos que falam sobre ética, limites, respeito, tolerância, fica aqui minha recomendação de leitura: http://www.eses.pt/usr/ramiro/index.htm

  20. Seria ótimo se este mundo fosse perfeito e as instituições como a ética funcionassem da maneira como são preconizadas. Mas não é assim que se dá. Se professores podem filtrar alunos e fazer cara feia para alguns por causa de tatuagens ou cabelos com dread locks (e algumas das avaliadas nesse blog o fazem abertamente)sem que haja qualquer instrumento de defesa, se um aluno pode tirar A em uma prova e outro aluno tirar D na mesma prova sendo que as respostas das duas estão corretas, se são usados níveis de exigência diferentes para a avaliação de cada aluno e nunca é revelado o processo da mesma, se professores podem usar o espaço de aula para jactar-se de sua competência profissional e ridicularizar os alunos sem se preocupar com os conteúdos das disciplinas, então temos aqui uma questão ética bem maior ao meu ver. Os mecanismos para defesa dos estudantes são viciados, nunca apresentam resultados e quem recorre a eles torna-se “marcado” pelo professor. Em uma situação como essa acredito que seja legítimo expor essas percepções de forma pública e nominal e mesmo anônima. Lembrando apenas que o anonimato é uma política de proteção nas aaliações institucionais

  21. Nossa, lendo o último comentário do Derbi, tive a impressão que vcs estão numa guerra e não em uma universidade. Pelo que lembro tive muitos problemas com professores, mas sempre falei o que eu sentia abertamente, mas educadamente e acho que por isso nunca fui alvo de retaliação e até consegui muitas coisas, como por exemplo trocar uma monografia de final de semestre por uma prova. Eu sinceramente nunca acreditei que um confronto levasse a alguma coisa e qualquer atitude unilateral sem possibilidade de discussão, em ambas as partes só é prejudicial todos.

  22. É que nem a música do Barão:

    “Declare guerra aos que fingem te amar
    A vida anda ruim na aldeia
    Chega de passar a mão na cabeça
    De quem te sacaneia”

    Saca?

  23. Estudei em Universidade pública e quando havia algum problema tinhamos plena liberdade de dialogar ou recorrer às instâncias superiores quando era o caso. Me lembro que cheguei a pedir revisão de prova pelo menos 2 vezes quando me senti prejudicada. Percebo que hoje há muito mais espaço para os alunos do que em minha época de faculdade, mas confesso que os interesses naquela época eram outros. No nosso caso a grande maioria exigia de fato um ensino de boa qualidade. Talvez houvesse uma relação mais próxima entre alunos e professores na qual éramos tratados como adultos e de nós era exigida responsabilidade. É o caso de se pensar em que momento isso se perdeu, pois ao que tudo indica a postura de alguns alunos no blog reflete certa imaturidade, como se ainda estivessem no segundo grau e não em uma Universidade.

  24. É que no teu tempo, Claúdia, deveria ser um conceito muito obsoleto de liberdade, assim como teu conceito de ética e imaturidade.

    Cada caso é um caso… não há como querer estabelecer parâmetros de certo e errado, vai ver existiam muitos problemas no teu tempo também, mas tu, ou era muito distraída com esses detalhes, ou era uma das alunas favorecidas pelos profes 😉

  25. Vale lembrar que eles são professores de uma Universidade Publica, logo, são funcionários públicos…. e se não estão cumprindo com suas obrigações como deveriam nada mais justo que seja divulgado para toda a sociedade que é quem paga o salário deles!!!
    Outra coisa… a UFRGS não possui uma “politica” muito clara de como deve ser a avaliação dos alunos. Em outras palavras: cada professor pode avaliar como bem quiser …e se quiser…na minha época tive pelo menos uma 3 professoras que fizeram a avaliação do semestre inteiro somente pela “participação” do aluno…eu não cheguei a ter problemas por causa disso mas se tivesse como eu poderia recorrer…

  26. Bem, esta é uma questão bastante subjetiva mesmo, pautada em opiniões. Seguindo sua linha de raciocínio, talvez alguns de vocês, ao invés de distraídos, estejam levando muito a sério atitudes de alguns professores, interpretando-as como perseguição. O importante é respeitarmos as idéias uns dos outros como estamos fazendo aqui, creio eu, sem levar as coisas para o lado pessoal e identificando-nos sempre. Eu não acho que nada justifica comentários anônimos.

  27. Só quem já estudou na FABICO sabe que não existe guerra mas sim um regime ditatorial …

  28. Sim Tiago, esse é o clima geral na biblioteconomia da UFRGS, não são todos os professores que agem dessa forma, mas temos 3 ou 4 pessoas assim e que tem muita influência no departamento. Com elas não há diálogo e não há lógica. E a impressão que dá é que cada aluno só quer sair de uma vez daquele lugar e por isso evita o conflito.

    As situações que citei no meu último comentário são fatos que realmente aconteceram em aula e eu presenciei a maioria.

    Eu sinto que o curso de biblioteconomia da ufrgs é desestimulante. as pessoas não se sentem a vontade de se engajar em qualquer atividade, e a direção do departamento não tem nenhuma preocupação em apoiar projetos ou reivindicações dos alunos.

    É bem diferente dos relatos que tive dos alunos da biblioteconomia em outras universidades do Brasil, e do que eu vejo em palestras com professores convidados.

  29. Dou total apoio aos blog dos estudantes. Isso de ser grosseiro e tal é só um primeiro momento, depois passa. Como Moreno gosta de dizer, quem vai julgar quem nunca teve voz? E quem nunca teve voz quando fala é logo pra liberar a carga reprimida. Mas depois disso ou a coisa cansa e ninguém se lembra mais, ou a coisa evolui para o nível de crítica que todos idealizamos. As dicas que Moreno deu são fundamentais, já ajudariam bastante até mesmo para dar alguma transparência ao que está acontecendo. Outra coisa que poderia ser feita era colocar apenas as estrelinhas, sem espaço para comentários. Já poderia ser uma avaliação menos ofensiva. Mas aja o que houver, o blog deve continuar. Parabéns e boa sorte!

  30. Pô, um pouco previsível, mas o blog foi paralisado. A repercussão foi grande. A minha opinião é a seguinte: se for continuar anônimo, que seja na Intranet. Se não, converse com os professores e discutam um formato para que possa ser disponibilizado na Web. E se eles cometem excesso como foi dito, deveriam ser denunciados a Universidade, que tem o dever de acatar uma reclamação.
    Derbi: Eu fiquei chateado com a realidade que vc descreveu… pô, eu acredito que se faz faculdade pelo diploma, mas também por certa forma uma entrega à profissão, uma vez que a partir disso, temos a obrigação de melhorá-la. Então acho uma pena ver estudantes só atrás do diploma. Os professores são parte da formação, mas não peças essenciais. Eu só terminei o meu curso pq conheci muitas pessoas interessantes na profissão no Brasil inteiro nos ENEDBs, EREBDs e encontros da vida. Acho que temos que acreditar mais em nós do que nos professores e na pior das hipóteses, enganá-los para pegar o diploma. Mas sempre pensar que os maiores responsáveis pela nossa formação somos nós mesmos.

  31. é uma pena que estudantes tenham que recorrer a um blog para avaliar professores. No meu tempo de UFRGS, apesar de estar no regimento da universidade exatamente o contrário, os professores tinham acesso sim às avaliações dos alunos, daí a retaliação que o Derbi tanto protesta. Existe e muito… Mas é um momento bom de aprendizado, pois a maioria dos estudantes não sabe o que é ser supervisionado por um administrador de empresa privada. Nesse momento vocês verão exatamente o que é retaliação, falta de ética, falta de liberdade… Aproveitem bem, pois os administradores ainda vão supervisioná-los e ainda acharão que seus antigos professores eram algo parecido com fadas madrinhas.
    Sabemos exatamente que os manda-chuvas dos departamentos são capazes de fazer ao interagirem com uma planilha de avaliação preenchida por aquele aluno, aquele mesmo que todos detestam. Acredito que como na ufrgs, existam alunos em outras faculdades que permanecem 5, 6 7 semestres numa mesma disciplina.
    Agora me digam: existe retaliação ou é pura falta de comprometimento dos alunos em sala de aula. Sinceramente pessoal, a retaliação é uma prática tão normal na universidade pública quanto a falta de conhecimento de outros profissionais em relação a nossa profissão. Ou é preciso ter faculdade para guardar livros nas estantes?

  32. Uma professora me disse uma vez que a avaliação do aluno não servia para nada, só pra que eles se sentissem importantes.
    Além disso, eu tive uma professora que me deu C, sendo que minha dupla em TODOS os trabalhos tirou A. Apenas o trabalho final era individual, mas ela mandou um email elogiando muitíssimo o meu. Não houve outras avaliações. Eu pensi que ia tirar A. Imaginem a minha surpresa. Mas não vim aqui ra chorar as pitangas.
    Sinceramente, já rodei por levar “na flauta”. Quando isso ocorreu, eu não reclamei, pois sabia (e sei) que mereci. Mas esse “C”,ainda está na minha garganta.
    Há sim uma “pequena” perseguição contra os alunos. Eu não sou idiota de reclamar publicamente de um professor que vai me dar outra cadeira daqui a dois semestres. É lógico que eu comentei no blog anonimamente. Mas pra não ser antiética, fiz comentários positivos (também anonimamente) sobre outros professores que já me deram aulas e me darão outras cadeiras. Não quero me prejudicar por causa das minhas opinões, mas também evito me beneficiar.
    Acho que é isso. Se a pessoa escolhe postar anonimamente, que seja sempre assim. O que não pode é alternar entre as duas alterntivas, conforme o que lhe é mais favorável.

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