Cada vez está sendo mais utilizado o termo Biblioteca 2.0 para falar sobre uma adaptação dos serviços da chamada Web 2.0 nas bibliotecas. Então, uso como base um texto do Luli chamado “Eu não acredito em web 2.0” para tentar mostrar que o nome Biblioteca 2.0 não é um nome bom.
“Os acadêmicos que me perdoem, mas em muitos aspectos a definição de Web 2.0 é muito semelhante à de Pós-Moderno: em vez de explicar do que o conceito se trata, elas se limitam a dizer que ele “veio depois” de algo, portanto deve ser melhor. Isso é estranho, para se dizer o mínimo. Imagine descrever seu trabalho como “segundo emprego” (ou pior, apresentar sua mulher como “segunda esposa”). Pouco importa a ordem, a parceria é definitiva. Ou deveria sê-lo.”
E além disso, gosto sempre de citar um ótimo artigo da Prof. Maria Cristiane :
“No percurso histórico da biblioteconomia e da documentação, sempre conceitos e denominações provenientes de outras ciências ou disciplinas foram importados e/ou adaptados com o intuito de se obterem soluções para problemas práticos. Nesse sentido, importaram-se conceitos e denominações de algumas teorias da administração, da lingüística, da lógica, da comunicação e de outras áreas. Porém, visando-se a um uso imediato desses conceitos e denominações, não houve compreensão/problematização dos conceitos metodológicos e conceitos descritivos e um questionamento sobre as implicações do uso de conceitos e denominações provenientes de diferentes áreas do conhecimento.” ( Construção de conceitos no campo da ciência da informação Heat psp – Maria Cristiane Barbosa Galvão )
No caso do Biblioteca 2.0, estamos adaptando um termo que já é ruim originalmente. Não digo com isso que não devemos que avaliar as ferramentas atuais da Web e adaptá-las a nossa realidade. Apenas acredito que se quisermos criar uma área forte e bem estruturada, temos que nos preocupar mais com os conceitos que criamos e utilizamos.
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