Doações e a política de formação de acervo em bibliotecas públicas

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Nesses últimos dias participei de algumas discussões interessantes sobre aceitar ou não doações em uma biblioteca pública. Eu particularmente acredito que as bibliotecas públicas NÃO deveriam aceitar doações. É uma atitude extrema, mas acredito que é uma forma de demonstrar que a responsabilidade de se manter a qualidade da biblioteca é do poder público, seja federal, estadual ou municipal. Aceitar que as bibliotecas públicas sobrevivam de doações seria aceitar que as bibliotecas públicas não valem nada e não tem função nenhuma na sociedade.

Para complementar a discussão, vale a pena ler um texto do Ricardo Queiroz Pinheiro sobre formação de acervo: Acervo como fio condutor Walking Tall ipod

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Comentários

9 respostas para “Doações e a política de formação de acervo em bibliotecas públicas”

  1. Avatar de Roosewelt

    Concordo plenamente com vc Tiago. Mas abro 2 exceções: caso as obras doadas sejam de grande valor histórico, como livro raros e livros fora de catálogos.

  2. Avatar de Gustavo

    Acho que não dá pra ser tão radical. É preciso ter critérios bem definidos e segui-los à risca.

    1. Avatar de Cabo PM Bussmeyer

      Concordo com o Gustavo. Estou a frente, pois assim fui designado, de uma pequena biblioteca comunitária na região do Jd Ângela, zona sul da capital paulista, e, recebemos doações da comunidade desde o início em 2008. Aguardamos sem muita euforia a colaboração federal no tocante ao rejuvenecimento do nosso acervo didático, contudo… O importante é que todas as nossas edições literárias e didáticas servem, ainda que timidamente, o público lindeiro, o qual a cada dia aumenta, já temos mais de 2500 cadastrados e um público flutuante diário bem quantitativo. Enfim, as doações devem existir sim, mas o apoio incondicional e apartidário do governo também.

  3. Avatar de Ricardo Queiroz Pinheiro

    Tiago,

    Acredito que boa parte das doações poderiam compor acervos de bibliotecas comunitárias, cabendo ao poder público compor o acervo das BP’s com constantes renovações. Algumas bibliotecas pública baseiam a formação de seu acervo apenas com doações e acabam transformando uma exceção em regra. Como disse no texto: política de formação compõe-se, sobretud, de tomada de decisões, não de improvisações e “jeitinhos” que se tornam práticas permanentes.

  4. Avatar de Thiago Leite
    Thiago Leite

    No meu ponto de vista, acredito que não há problemas quanto o recebimento de doações em bibliotecas públicas. Mas ressalto a importância da seleção do que é recebido e catalogado para ficar disponível aos usuários. É preciso lembrar que é uma Biblioteca Pública, e não um depósito de papel. Nas doações existem materiais que possam ser utilizáveis, e alguns que realmente nem recebidos devem ser.
    Abraços

  5. Avatar de Edvania
    Edvania

    Nao aceitar as doacoes seria,ao meu ver, muito radical,ja estagiei Na BPE( Biblioteca Publica do Estado de PE)e a bibliotecaria chefe sempre fazia uma avaliacao dos materiais recebidos, quando o material estava estragado( um dia recebemos uns livros que eram mofo puro) sem nenhuma opcao de restauracao era impossivel mante-lo na instituicao. Ja no caso de exemplares repetidos ou ainda especifico de uma area, encaminhavamos para outras instituicoes ou para o setor de Bibliotecas Municipais.

  6. Avatar de Kassandra
    Kassandra

    Bem, a biblioteca tem que ser também de interesse dos seus usuários e eles devem sentir o direito de preservá-la. NÃO aceitar doação é radical demais, pois qualquer biblioteca (seja pública ou privada) recebem – quase que diariamente – doações. Se uma instituição dita privada recebe estas doações por que as bibliotecas públicas não aceitaria?! Se é bem público devemos preservar por ele, devemos ajuda-lo. Sempre faço doações de livros e me sentiria ofendida se uma bilioteca não aceitasse.

  7. Avatar de Ricardo Queiroz Pinheiro

    A questão, reitero, não é aceitar ou não aceitar doações. O que não se deve permitir é tornar as doações a única fonte de alimentação do acervo (várias bibliotecas públicas o fazem). Isso, definitivamente, não é política de formação de acervo.

  8. Avatar de Josana
    Josana

    No estado em que se encontram a maioria das biblioteca públicas, se não aceitássemos doações, elas nem existiriam. Quem vai obrigar o poder público a comprar? Nós? Os cidadãos? Neste país não temos ainda esta capacidade

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