Por Sibele Fausto
O futebol é a decantada paixão nacional. Até aqui
no BSF o Tiago lembrou disso, comentando uma iniciativa social (muito meritória, por sinal) de cunho futebolístico que teria lugar no dia 30 de maio (sábado passado).
Coincidentemente, no dia seguinte, 31 (domingo), a FIFA anunciou as cidades brasileiras escolhidas para sediar os jogos da Copa do Mundo de 2014.
Está todo mundo feliz, o povo das cidades escolhidas é só alegria.
Não vi nenhum comentário sobre este anúncio tão esperado pela pátria de chuteiras na biblioblogosfera brasileira. Esta temática não nos interessa? Pensaram nas demandas que um evento desse porte exige? São muitos os
desafios de infraestrutura, a começar pelas reformas ou mesmo construção dos estádios que abrigarão os jogos. E vai sair muito, muito caro – “estimados” 4 bilhões de reais. Mas os entusiastas sempre lembram o exemplo de Barcelona, na Espanha, que conseguiu, de maneira extraordinária, reinventar-se como cidade aproveitando a oportunidade das Olimpíadas de 1992. O Brasil vai conseguir repetir o feito catalão? Os investimentos bilionários terão retorno?
Como um evento com duração de 15 dias programados consegue captar tão facilmente interesses e investimentos como nunca conseguiram bibliotecas, escolas e hospitais – com atividades contínuas e de prazo permanente?
Talvez, num país onde estádios têm tanta importância, nós só poderemos mesmo sonhar com maravilhas como as mostradas aqui e aqui
. E viva a paixão nacional!
2 respostas para “Estádios versus Bibliotecas (ou Escolas, Hospitais, etc, etc.). E vence a paixão nacional”
é simples: futebol gera muito, muito dinheiro. Educação, saúde e bibliotecas gastam muito, muito dinheiro, e não rendem votos. Eu também iria preferir investir em futebol 🙂 Quantas bibliotecas seria possível construir com o valor que o Real Madrid pagou pelo Kaká?
É uma atitude prematura do Brasil querer ser a sede de uma copa em vez de aplicar o dinheiro em saúde, educação, infra-estrutura…
Nosso país tem vários problemas e o que o governo deveria fazer é nos dar assistência…
Mas, no final das contas, o “pão e circo” sempre ganha!!!