A idéia de fazer um post sobre uma biblioteca ideal surgiu da constante crítica que fazemos às bibliotecas atuais. Então foi uma forma de responder, já que criticamos, o que achamos e o que queremos que ela se torne. Mas só a minha opinião deixaria o post muito pobre, por isso pedi a muitos colegas a opinião deles e aqui estão as respostas que recebi até o momento. A pergunta que fiz a eles foi: “Na sua opinião, como seria resumidamente uma biblioteca dos seus sonhos?”
Tiago Murakami: “Eu penso que em uma biblioteca ideal não haveria pesquisa nem catálogo. Isso seria função de uma biblioteca especifica para isso. A biblioteca teria os livros unidos por afinidade entre eles, com um atendimento que pudesse discutir sobre os assuntos. Seria um ambiente gostoso acima de tudo, onde as pessoas por estarem lá, participariam de tudo o que acontecesse.”
Dyane Cunha Ghost movie : “Minha biblioteca ideal é acolhedora! Pode até ter catálogo, normas, dewey e tudo o mais por que se tiver um atendimento decente faz com que as pessoas queiram estar nela e aprender os sistemas. Se esses sistemas tiverem a intenção de serem úteis então… supimpa!
Para o bem e para o mal por aqui não há nenhuma cultura de biblioteca — pensando que uma cultura de biblioteca é formada pela biblioteca da escola, a pública e a da faculdade… O que se tem é um IMAGEM de biblioteca e não uma vivência ou melhor uma experiência de biblioteca. E convenhamos: quando há é na maioria das vezes uma experiência negativa.
Então tá por ser criada essa cultura… e sendo bem acolhido, uma das primeira resistências está a caminho de ser vencida…”
Marcos Mucheroni: “A Biblioteca dos meus sonhos: muito espaço, muito silêncio, com um espaço para artes, um ótimo trabalho no visual, ambientes para conexão com o mundo virtual (bibliotecas, diversos tipos de repositórios e serviços) e conectada ao máximo de bibliotecas possíveis tanto para empréstimos como para consultas. Ou seja, é simples.”
Ricardo Queiroz: “Uma biblioteca onde todos mediassem e interagissem, trocando idéias e informações o tempo todo. Uma biblioteca que a partir dos conhecimentos estimulasse a produção de outros tantos conhecimentos. Com toda a tecnologia disponível. Daí…”
João Borges: “A Biblioteca dos meus sonhos serviria como um centro de cultura, não “apenas depósito de informação”. Um ambiente que envolvesse uma biblioteca “convencional” (livros), mas que fosse além, interativo com recursos digitais e cultura (cinema, teatro, dança, etc), e que o silêncio ficasse nas salas de leitura, estantes e computadores não precisam de silêncio. E que fosse realmente comunitária, envolvente para todos os públicos e que estimulasse a leitura.”
Moreno Barros: “Considerando a biblioteca em seu sensu strictu, uma caixa de livros, e a biblioteconomia como um conjunto de técnicas que servem pra recuperar da melhor maneira possível os materiais contidos nesse prédio (caixa), minha idéia de biblioteca dos sonhos, resumidamente, é: a biblioteca dos meus sonhos deveria possuir qualquer livro que eu desejasse, *sempre disponível* para leitura no prédio da biblioteca; deveria saber reconhecer as minhas preferências e me oferecer livros ou materiais que eu ainda não conhecesse, mas que pudessem me agradar; deveria ser capaz de promover a minha interação com outras pessoas que utilizam a biblioteca e que possuem interesses de leitura ou consumo de informação parecidos com os meus; o prédio da biblioteca deve ser desenhado para tornar a experiência da visitação o mais atraente e agradável possível.”
Update:
Gustavo Henn : “A biblioteca dos meus sonhos é mais parecida com uma livraria do que com uma biblioteca. Muitos livros, muitas estantes de livros, muitos andares de livros, e confortáveis e iluminados espaços para passar dias a fio lendo.”
Juliana Santiago: “Minha biblioteca tem que ter um ar de canto de casa. Dependendo da sua demanda, pode ser tranqüilo (trema forever!), silencioso, mas precisa ser adaptável pra que você associe o que está lendo com coisas para se ver e ouvir, além da liberdade pra interagir como for necessário com outros meios e pessoas.
(Leia-se “pessoas” incluindo desde seu amigo, colega ou a tia da cafeteria que vem te trazer um bolinho enquanto você faz uma pesquisa).”
Alexandre Berbe: “A minha biblioteca ideal não teria cara de biblioteca. Ou não teria a cara da maioria das bibliotecas. Seria um espaço agradável, com muitas almofadas e pufes para que os usuários possam se acomodar. Nada de paredes cinzentas e muito silêncio, estilo hospital do SUS. Biblioteca precisa ter vida, precisa oferecer aconchego como se fosse o quarto de um adolescente. Cansou de ler os livros? Pegue um iPod para ouvir música, um tabuleiro de xadrez, chame os amigos para jogar RPG, faça uma aula de pintura ou simplesmente pegue um notebook para navegar na internet sem fio. E os bibliotecários? Velhinhas resmungando da vida? Jamais! Os bibliotecários seriam pessoas descoladas, criativas, divertidas e com muita disposição para atender os seus queridos usuários. Ah, sem esquecer da máquina automática de Coca-Cola (grátis, pois essa é uma biblioteca ideal)… ; – )”
Márcia Irala: “Também fiz essa pergunta aos colegas na cadeira à qual eu sou monitora e a gente estuda ergonomia e gestão de recursos informacionais. acredito que a biblioteca ideal é aquela onde os usuários conversem e possam debater os assuntos dos livros, e que a biblioteca promova ação cultural, não somente empréstimos. Que os bolsos que tem a data de entrega tenham um bolso pra comentarios dos demais usuários que o leram sobre o livro. Fora que deve ser um lugar agradável com horarios pertinentes e funcionários capacitados.”
Sibele Fausto: “A biblioteca dos meus sonhos é uma estrutura dissipativa longe do equilíbrio, gerando energia num processo irreversível, sempre crescente, num caos aleatório e complexo, conforme Ilya Prigogine.
Dissipando energia para o aprender, o conhecer, o crescer; para o prazer, para o devaneio; para a troca dialógica, para a interação e para a alteridade. Como não importa: fisicamente, num lugar em que qualquer um se sinta acolhido e queira passar longas horas ou apenas alguns minutos; virtualmente, a partir de minha casa ou de qualquer lugar; seja através de leituras, de conversas tête-à tête ou à distância, de assistir (a filmes, peças, palestras…), de ver (exposições, performances…), de interagir (workshops, debates…).
Essa biblioteca seria, nos meus sonhos, a estrutura dissipativa sempre em evolução, o caos longe do equilíbrio, heterogêneo, descentralizado e complexo que tende a um atrator estranho, a “ordem dentro do caos” ou o ponto-bifurcação, que leva à estados diferentes, mudanças e alterações no próprio padrão de organização.”
Anderson Batista: “A biblioteca dos meus sonhos seria aquele espaço destinado à reflexão, à criação e à interação entre pessoas e idéias.Teria sofás aconchegantes, sala de jogos, de pintura , de cinema…livros?Em todos os suportes possíveis.E para finalizar:os usuários teriam total liberdade para transitar em todos os espaços e os bibliotecários seriam profissionais e usuários também…”
Jackson Medeiros : “A minha biblioteca não teria paredes de concreto, nem estantes, nem bibliotecários. Seria construída toda em vidro para que quem passasse pela rua pudesse ver o que acontece lá dentro e vice-versa. Existiriam muitas máquinas com acesso instantâneo à bases de dados com periódicos indexados. O material antigo seria digitalizado e existiriam Kindles à disposição para leitura destes. O acesso à qualquer site seria permitido e incentivado, além do incentivo de colaboração entre os usuários do sistema.
Claro, almofadões ultra confortáveis para que o notebook possa ficar no colo são extremamente importantes. : – )”
Gleydson Santos: “A ambiente disseminador de informção que eu sonho é simples muita informação dos mais variados suportes. aglutinado com os mais diversos equipamentos culturais existente na nossa sociedade.”
Leonardo Scaglioni
:”A minha biblioteca dos sonhos é aquela em eu APRENDO/APREENDO. Aquela em que eu me torno cidadão, com os DIREITOS e DEVERES de todo cidadão, aquela em que eu posso trocar idéias, que é onde o conhecimento se forma; Biblioteca tem que ser sedutora. Biblioteca tem que ser shopping center, supermercado, loja de conveniência, livraria. Biblioteca tem que atender aos cinco sentidos: visão (design), tato (acervo em braile!), oufato (cheiro de livro e não de poeira), paladar (cafateria, máquina de coca-cola, doces, biscoitos), audição (música ambiente, coleção de cd’s musicais, arquivos de música disponível para audição). Enfim, a minha biblioteca dos sonhos tem que me dar prazer.”
Amanda Franco
: “Seria uma biblioteca que fornecesse toda informação que eu preciso, e de um modo rápido, em sua base de dados, qdo eu digitasse “manga” procurando pela parte da roupa, viesse apenas informações sobre isto, e não viria infos sobre a fruta, (sim basicamente leria minha mente). Fisicamente, ela seria bonita, com espaço de silêncio para as pessoas que gostam, outra área que pudesse ter barulho, algum lugar com uma musiquinha ambiente… espaços para palestras, trabalhos em grupo, acesso a internet. Os bibliotecários de bem com a vida, ora nada pior que entrar na biblioteca e estar um carinha com cara de bunda lá pra te atender… eles todos especializados, haveria vários bibliotecários, cada um especializado em uma área do conhecimento, um assunto… os livros todos novos, sempre, nenhum daqueles velhos que dá vontade de espirrar de tanto pó. Um lugar acolhedor, descolado/moderninho e eficiente.”
Wellington Ferreira: “Seria uma biblioteca que interagisse constantemente com as pessoas da comunidade das proximidades. Onde o Bibliotecário fosse conhecido por todos e que a maior preocupação fosse a melhoria no atendimento as pessoas. E que a biblioteca desenvolvesse atividades culturais para todos os gostos.”
Maria Clara Assunção: A Biblioteca de Jacinto
Para ficar mais interessante este post, escreva nos comentários a sua ideia de biblioteca…
Ah, achei uma apresentação no blog Bibliobsession 2.0 que não responde da mesma maneira, mas a essência é quase a mesma:
14 respostas para “A biblioteca de nossos sonhos”
A biblioteca dos meus sonhos é mais parecida com uma livraria do que com uma biblioteca. Muitos livros, muitas estantes de livros, muitos andares de livros, e confortáveis e iluminados espaços para passar dias a fio lendo.
Minha biblioteca tem que ter um ar de canto de casa. Dependendo da sua demanda, pode ser tranqüilo (trema forever!), silencioso, mas precisa ser adaptável pra que você associe o que está lendo com coisas para se ver e ouvir, além da liberdade pra interagir como for necessário com outros meios e pessoas.
(Leia-se “pessoas” incluindo desde seu amigo, colega ou a tia da cafeteria que vem te trazer um bolinho enquanto você faz uma pesquisa).
A minha biblioteca ideal não teria cara de biblioteca. Ou não teria a cara da maioria das bibliotecas. Seria um espaço agradável, com muitas almofadas e pufes para que os usuários possam se acomodar. Nada de paredes cinzentas e muito silêncio, estilo hospital do SUS. Biblioteca precisa ter vida, precisa oferecer aconchego como se fosse o quarto de um adolescente. Cansou de ler os livros? Pegue um iPod para ouvir música, um tabuleiro de xadrez, chame os amigos para jogar RPG, faça uma aula de pintura ou simplesmente pegue um notebook para navegar na internet sem fio. E os bibliotecários? Velhinhas resmungando da vida? Jamais! Os bibliotecários seriam pessoas descoladas, criativas, divertidas e com muita disposição para atender os seus queridos usuários. Ah, sem esquecer da máquina automática de Coca-Cola (grátis, pois essa é uma biblioteca ideal)… 😉
Também fiz essa pergunta aos colegas na cadeira à qual eu sou monitora e a gente estuda ergonomia e gestão de recursos informacionais. acredito que a biblioteca ideal é aquela onde os usuários conversem e possam debater os assuntos dos livros, e que a biblioteca promova ação cultural, não somente empréstimos. Que os bolsos que tem a data de entrega tenham um bolso pra comentarios dos demais usuários que o leram sobre o livro. Fora que deve ser um lugar agradável com horarios pertinentes e funcionários capacitados.
A biblioteca dos meus sonhos seria aquele espaço destinado à reflexão, à criação e à interação entre pessoas e idéias.Teria sofás aconchegantes, sala de jogos, de pintura , de cinema…livros?Em todos os suportes possíveis.E para finalizar:os usuários teriam total liberdade para transitar em todos os espaços e os bibliotecários seriam profissionais e usuários também…
A minha biblioteca não teria paredes de concreto, nem estantes, nem bibliotecários. Seria construída toda em vidro para que quem passasse pela rua pudesse ver o que acontece lá dentro e vice-versa. Existiriam muitas máquinas com acesso instantâneo à bases de dados com periódicos indexados. O material antigo seria digitalizado e existiriam Kindles à disposição para leitura destes.
O acesso à qualquer site seria permitido e incentivado, além do incentivo de colaboração entre os usuários do sistema.
Claro, almofadões ultra confortáveis para que o notebook possa ficar no colo são extremamente importantes. 🙂
A ambiente disseminador de informção que eu sonho é simples muita informação dos mais variados suportes. aglutinado com os mais diversos equipamentos culturais existente na nossa sociedade.
A minha biblioteca dos sonhos é aquela em eu APRENDO/APREENDO. Aquela em que eu me torno cidadão, com os DIREITOS e DEVERES de todo cidadão, aquela em que eu posso trocar idéias, que é onde o conhecimento se forma; Biblioteca tem que ser sedutora. Biblioteca tem que ser shopping center, supermercado, loja de conveniência, livraria. Biblioteca tem que atender aos cinco sentidos: visão (design), tato (acervo em braile!), oufato (cheiro de livro e não de poeira), paladar (cafateria, máquina de coca-cola, doces, biscoitos), audição (música ambiente, coleção de cd’s musicais, arquivos de música disponível para audição). Enfim, a minha biblioteca dos sonhos tem que me dar prazer.
Seria uma biblioteca que fornecesse toda informação que eu preciso, e de um modo rápido, em sua base de dados, qdo eu digitasse “manga” procurando pela parte da roupa, viesse apenas informações sobre isto, e não viria infos sobre a fruta, (sim basicamente leria minha mente). Fisicamente, ela seria bonita, com espaço de silêncio para as pessoas que gostam, outra área que pudesse ter barulho, algum lugar com uma musiquinha ambiente… espaços para palestras, trabalhos em grupo, acesso a internet. Os bibliotecários de bem com a vida, ora nada pior que entrar na biblioteca e estar um carinha com cara de bunda lá pra te atender… eles todos especializados, haveria vários bibliotecários, cada um especializado em uma área do conhecimento, um assunto… os livros todos novos, sempre, nenhum daqueles velhos que dá vontade de espirrar de tanto pó. Um lugar acolhedor, descolado/moderninho e eficiente.
Seria uma biblioteca que interagisse constantemente com as pessoas da comunidade das proximidades. Onde o Bibliotecário fosse conhecido por todos e que a maior preocupação fosse a melhoria no atendimento as pessoas. E que a biblioteca desenvolvesse atividades culturais para todos os gostos.
Noooosa! vocês me fizeram pensar e emocionar com lembranças muito antigas e queridas. E escrevi sobre a “minha” blblioteca ´- e uma bibliotecária que marcou a minha infância. Resumindo:
Antes do espaço, físico ou virtual, antes dos livros e computadores, minha biblioteca ideal é feita de bibliotecários sensíveis e conscientes do seu papel na disseminação da cultura e na formação dos seres humanos.
Ola colegas sou estudande do 4º semestre de biblio
To fz um pesquisa sobre BIBLIOTECAS E LIVRARIAS: proximidades e distancias então gostaria da opinião ajuda de todos para responder a essa pergunta.
Um forte Abraço
Adriana Vasconcelos UFBA
Na minha biblioteca, todos poderiam entrar com bolsas, circular entre as estantes, tomar um café e ler um bom livro…
Engraçado,pensei nesse tema como título de um livro que pretendia escrever… E é certo que todos tem razão em suas opiniões, e a minha é um pouco de cada uma que li????