Eu acho que o Google suggest é um bom detector de tendências, pois dá as sugestões com base no que as pessoas estão buscando na máquina, procurando saber, o que é hype no momento.
Fui ver o que o Google me sugeria para “bibliotecas usando…”. Claro que não dá pra fazer essa busca em português, porque bibliotecas usando tendências no Brasil, affff.
Alguns resultados são óbvios. Há uma clara indicação que as pessoas estão correndo atrás de ferramentas “2.0”, apesar de que Drupal, Facebook, Twitter, Delicious, WordPress, mashups, Joomla e o próprio conceito de ferramentas “2.0” (um peteleco na orelha pra cada vez que alguém falar 2.0) já estarem circulando por aí há anos.
Kindle talvez seja a única novidade recente, digamos assim, pois a medida que o aparelho (e o conceito por trás dele) impacta na razão de ser das bibliotecas, elas começam a ficar preocupadas e buscar uma adequação.
Agora, a sugestão mais interessante pra mim é exatamente aquela que talvez tenha mais relação direta com a biblioteconomia hard-core, clássica: o Encore.
O Encore é uma interface de resultados de busca que apresenta os registros num estilo mais Amazon de ser, com navegação intuitiva e aqueles fru-fru participativos 2.0 (peteleco), tag cloud, comentários, estrelinhas, revisões.
Clique sobre a imagem para versão ampliada
O grande lance é que o Encore pode (e deve) ser utilizado em paralelo ao sistema de automação tradicional utilizado pela biblioteca. O que ele faz na verdade é uma busca por palavras-chave sobre os registros bibliográficos usados no catálogo tradicional, mas recupera informação e a apresenta de maneira mais amigável. Ele funciona exclusivamente com palavras-chave e termos de busca. Mais ou menos como a busca do Google (veja aqui a página de busca do Encore). Então se o usuário quiser pesquisar pelo ISBN, número de chamada, etc, ele tem que usar o catálogo tradicional.
A meu ver, não se trata de uma duplicação dos serviços simplesmente porque a maioria dos catálogos tradicionais robustos está muito atrás ainda na questão da experiência do usuário e não disponibiliza os resultados de busca decentemente. O que o Encore fez foi incorporar alguns quesitos de navegabilidade e interação utilizados em sistemas emergentes (delicious, twitter, wordpress, etc) e aplicar ao catálogo da biblioteca.
E para bibliotecas em que a situação do catálogo é crítica, talvez seja melhor chutar o balde, jogar tudo pro alto e investir em um modelo paralelo, inteiramente novo, que faça mais sentido para o usuário.
Na verdade eu ainda tenho outras preferências de resultados de busca e apresentações de catálogos. Mas é interessante ver que algumas soluções estão caminhando cada vez mais em direção ao alinhamento das necessidades dos usuários e os serviços que a biblioteca pode oferecer, fazendo uso dessas tecnologias “2.0” (peteleco).
Dêem uma olhada na tela de resultados de busca no catálogo.
O site oficial é esse: Encore Innovative Interfaces
9 respostas para “Tendências em bibliotecas – user experience”
A Biblioteconomia nacional continua presa na Era Industrial. Basta entrar nas Bibliotecas em que não se vê Bibliotecários na linha de frente identificando problemas e prospectando novas soluções em serviços de informação e experiência usuários (peteleco) [pessoas].
Estão tentando resolver o problema com um retrocesso – e atraso – com a idéia de Unidades de Informação – mas não vou falar mais sobre isso, se eu tivesse tempo escreveria um artigo, mas como tenho seguido a linha do “Não Publicar e Não Perecer” (procurem no Google).
Cara, isso é aí “library sci fi” pra gente aqui no Brasil. Sonhar não custa nada.
quando eu for diretor do IBICT, isso vai mudar 😛
Ôpa! O Suaiden que se cuide! 😀
Você será, Moreno. Este ano não deu, mas na próxima é a sua vez.
Cara, esse teu post merece elogio! Trabalho numa multi-nacional de software para biblioteca, vivo em agonia, tenho acesso a várias tecnologias para bibliotecas implementadas em bibliotecas pelo mundo, vejo o que há lá fora e vejo o que há no aqui no Brasil, dá agonia.
Não faço idéia de como vc conseguiu chegar nesse nível, eu nem tento mais falar sobre tecnologia para bibliotecas com bibliotecários, pois as pessoas sempre me olham com cara de que “Ele tá tentando vender um de seus produtos”, mas cara, parabéns, vc é o primeiro bibliotecário que eu vejo que realmente está no caminho certo.
Para finalizar, devo acrescentar que não concordo com tudo que vc diz, vi sua apresentação no SIBI da USP pela internet, não concordei com muita coisa, concordei com outras, mas enfim, nesse post tu chegou no ponto, parabéns!
Cara, esse teu post merece elogio! Trabalho numa multi-nacional de software para biblioteca, vivo em agonia, tenho acesso a várias tecnologias para bibliotecas implementadas em bibliotecas pelo mundo, vejo o que há lá fora e vejo o que há no aqui no Brasil, dá agonia.
Não faço idéia de como vc conseguiu chegar nesse nível, eu nem tento mais falar sobre tecnologia para bibliotecas com bibliotecários, pois as pessoas sempre me olham com cara de que "Ele tá tentando vender um de seus produtos", mas cara, parabéns, vc é o primeiro bibliotecário que eu vejo que realmente está no caminho certo.
Para finalizar, devo acrescentar que não concordo com tudo que vc diz, vi sua apresentação no SIBI da USP pela internet, não concordei com muita coisa, concordei com outras, mas enfim, nesse post tu chegou no ponto, parabéns!;. All the best!!
[…] que eu citei as tendências em bibliotecas? Quais cursos e disciplinas estão de alguma forma encarando seriamente essas tendências, […]
[…] já divagou sobre o catálogo, eu tive algumas ideias sobre a interface dos OPACs, e o próprio conceito de catálogo 2.0 já vem sendo abordado há algum tempo, mas nenhuma […]