Está muito interessante a discussão sobre “Biblioteconomia 2.0 no Brasil“, que chegou a render inclusive uma entrevista comigo feita pelo Gustavo Henn.
Eu fiquei preocupado com uma questão complementar: Onde está o verdadeiro ensino de Biblioteconomia nas Universidades. Em relação às ferramentas sociais na Web, me preocupa o fato que nos tornaremos meros usuários. E ainda, estamos cada vez menos dando importância para um conhecimento consolidado da àrea de Biblioteconomia (estudos de organização da informação e tratamento documentário, estudos consistentes de usuário, planejamento e administração de serviços de informação, etc… ). Acredito que valeria a pena demonstrar como esse estoque de conhecimento que a área construiu possa ser utilizado no novo contexto ao invés de ficarmos tentando adaptar conceitos externos sem nos darmos conta que nossa área acabará perdendo o controle sobre seu próprio futuro.
6 respostas para “E onde fica o conhecimento da área de Biblioteconomia?”
certamant!
temos um arcabouço teórico de dar inveja, é uma pena que pouca gente, além das alternaticas a) b) c) d) e) C ou E o conheça ou, melhor ainda, o aplique…
fontes de informação
estudos de comunidades e usuários
indexação e recuperação da informação
prospecção informacional
gestão da informação e do conhecimento
comunicação cientítifca
memória documental
[et al.]
O que estragou tudo foi a CI, que não é nem uma coisa, nem outra, nem aquela outra. Deveríamos começar um movimento do tipo “biblioteconomia de raiz”. Nos EUA, é Library and Information Science. No Brasil, ficou só o segundo e estamos andando pra trás. Antes, tinhamos mestrado em biblioteconomia. Todos transformaram-se em CI. Antes, tinhamos revistas de biblioteconomia. Todas viraram “algo de CI”. E aí a graduação em biblioteconomia é um verdadeiro samba do crioulo doido.
Marli
Tiago eu concordo como ferramenta a TI é importante, porém como cientistas os bibliotecários tem seu objeto de estudo, sua área de conhecimento, que eu não sei porque cada vez mais se valoriza menos esses conhecimentos “exclusivo de nossa área”, valeria apena uma discussão, realmente de como nós nos colocarmos como profissionais da informação e não disputando com a web 2.o . Nós temos que usar essas ferramentas a favor da biblioteconomia e não como substituto da biblioteconomia.
abraços
Será que o problema não é motivacional? Olhamos as ferramentas de TI e a internet como uma coisa legal, mas não olhamos da mesma forma a biblioteconomia. Por isso, tentamos criar nomenclaturas “mais bonitas” (ciência da informação, gestão da informação, etc, etc, etc) e colocamos as ferramentas de TI num pedestal muito mais alto do que deveria.
Acho que o Rafael falou muito bem. Temos muita coisa para estudar/pesquisar em biblioteconomia, mas são poucos que realmente se interessam por tudo isso.
biblioteconomia e ciência da informação são coisas diferentes…
o problema é que, geralmente, qualquer trabalho “clássico” na área de biblio é feito em programas de pós-graduação em, supostamente, aparentemente, ciência da informação.
há muita confusão, entretanto, a ciência da informação não é “um” ou “o” problema, mas a solução.
contudo, no fim, o que vale e o que fica – ou não… – são as práticas.
Concordo com o Gustavo e apoio o movimento “Biblioteconomia de raiz”, pela valorização da nossa profissão.