Tive acesso a uma pequena entrevista com o Galeno Amorim feita pelo Ricardo Queiroz que acho bacana ser divulgada.
Introdução por Ricardo Queiroz: O escritor, editor, pesquisador (a frente do Observatório da Leitura), ex-Secretario da Cultura de Ribeirão Preto e nesse momento candidato a deputado estadual pelo PT-SP, o ribeirãopretense Galeno Amorim foi um dos articuladores, quando da sua passagem no Governo Federal, do PNLL (Plano Nacional do Livro e da Leitura) leia a entrevista e tire suas próprias conclusões, um bom subsidio para iniciar um debate sobre o tema.
1- Qual a sua trajetória?
R) Já estive dos vários lados do balcão disso que é a grande causa do livro e da leitura: ainda só não fui livreiro e bibliotecário… Comecei como jornalista aos 15 anos e, aos poucos, fui me direcionando para a área do livro e da leitura, até mudar de mala e cuia, de corpo e alma. Sou autor ou coautor de 14 livros, que já bateram a casa dos 350 mil exemplares. Até o final do ano, saem mais seis, e a maioria é para crianças e adolescentes. E já fui pequeno editor, secretário de Cultura em Ribeirão Preto (SP), coordenador do Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL) e, em âmbito internacional, fui eleito para presidir o comitê executivo do Cerlalc/Unesco (Centro Regional de Fomento ao Livro na América Latina e no Caribe) e consultor de políticas públicas do livro e leitura da OEI (Organização dos Estados-Iberos Americanos). Agora, além do Blog do Galeno, que é um site sobre o tema, dirijo o Observatório do Livro e da Leitura.
2- A sua candidatura, tendo como mote principal as causas do livro e da leitura, denota o aumento de importância da área?
R) Essa candidatura, estimulada e fomentada pelos vários elos que compõem a cadeia produtiva do livro e a cadeia mediadora da leitura, mostra que a causa começa a assumir nova dimensão na vida nacional. Isso porque é a primeira vez que o povo do livro e da leitura resolve que está de começar a pensar em eleger uma bancada de parlamentares comprometidos com a causa. Aliás, esta deve entrar para a história como a década mais importante da vida nacional na área do livro e da leitura por ter representado o início de uma grande virada.
3 – Você pode comentar as políticas de leitura promovidas pelo Secretaria de Cultura de São Paulo?
R) São Paulo carece de uma política pública do livro e leitura assim como carece de uma política pública de cultura. O Brasil da Era Lula evoluiu muito em termos de políticas culturais e São Paulo precisa acompanhar isso. Vários estados com menor tradição nesta área estão bem à frente quando o tema é política cultural. O que falta – além, naturalmente, de orçamentos importantes e compatíveis com as demandas mínimas – é um rumo, uma política. O restante é só consequência da questão mais grave.
Com isso, também a área da educação no estado também deixa muito a desejar no que diz respeito às políticas do livro e leitura. Não há, por exemplo, sequer um movimento no sentido de São Paulo ter seu Plano Estadual do Livro e da Leitura, como já ocorrem em outros estados. Faltam bibliotecas nas escolas estaduais e se faz urgente a abertura de concursos para a contratação de bibliotecários para a rede pública de ensino.
4 – Qual a importância dos profissionais que atuam em Bibliotecas Publicas na formação de leitores?
R) Os profissionais das bibliotecas compreendem cada vez mais o papel fundamental que têm na sociedade de moderna de atuarem como verdadeiros agentes de transformação pelas mãos da leitura. Nesse sentido, os bibliotecários têm percebido, mais e mais, seu potencial para atuar como agentes de leitura. Isso é muito importante para continuar a atrair futuros profissionais para a área e mesmo para uma maior valorização da categoria.
5 – Fale o que quiser…
R) É fundamental, neste momento, que bibliotecários, escritores, editores, livreiros, trabalhadores do negócio do livro, mediadores de leitura em geral, gestores de projetos de leitura e todas aquelas pessoas que compreendem o papel da leitura na sociedade se unam para buscar ampliar a presença do tema livro e leitura na vida nacional, inclusive como política de estado. Avanços importantes foram obtidos nesta década. Agora, é preciso avançar mais. Daí a ideia de eleger deputados e senadores comprometidos com a causa em várias regiões do País.
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