Deixa eu dizer: mesmo que o Google Plus não seja a rede social que vai subsumir todas as outras (one social network to rule them all), ele veio pra dar uma finalizada em todas as experiências com redes sociais e compartilhamento de informação.
Isso porque, e estou falando numa dimensão estritamente pessoal, já tive tempo suficiente para avaliar as diferentes redes e conseguir estabelecer um objetivo para cada uma delas. Então se alguém me perguntar, como alguns “adultos” geralmente perguntam, “por que tantas redes sociais?”, eu posso responder com bastante clareza que
Orkut: morreu (menos por uma questão cultural de inclusão de classes mais baixas, mais por uma questão de a ferramenta não conseguir oferecer tecnologia de ponta)
Facebook: a rede social onde eu acompanho os meus amiguinhos da facul, do bairro, da escola e familiares. Eu não sou blasè a ponto de não estar interessado nas últimas novidades das vidas dos meus amigos ou pessoas conhecidas. (a transição do orkut para o facebook foi uma grande oportunidade de refinar os contatos. No orkut havia uma gratuidade de associação com pessoas conhecidas, mas que eu simplesmente não cumprimentaria na rua. No facebook eu quis ser um pouco mais criterioso. Reencontrar a turma do jardim de infância e ter 1000 amigos já não era mais cool pra caralho.)
Twitter: minha conta é um ombudsman, eu espalho links que julgo ser interessantes ou potencialmente úteis para outras pessoas da rede. Mas não acompanho a rede sincronamente, então não sinto necessidade de participar de determinadas trocas de links ou discussões. Como acompanho assincronamente, muitas das coisas que poderiam gerar um insight ou discussão já perderam seu efeito, em função da velocidade de publicação de tweets. De qualquer modo, o twitter serve como um grande indicador de pessoas que podem se apresentar como interessantes para mim, boas geradoras de insights e discussões ou difusoras de links úteis, que eu não conhecia antes.
Google Plus: é um coletivo de pessoas que eu realmente estou interessado em seguir, pelo potencial intelectual, mais pela troca de informações do que pelas efemeridades da vida pessoal (que cabe ao facebook). Pode soar pedante, mas está claro que é a rede que possui o maior número de usuários nível avançado, justamente porque aparentemente exige esse nível de aperfeiçoamento e compreensão das modalidades de redes que só é comum a pessoas que já vinham experimentando redes mais exclusivas e diretamente associadas a outros produtos de ponta, como o prórpio google buzz.
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O grande número de redes sociais e a participação das pessoas fez com que deixássemos de lado o dilema moral da não-reciprocidade. As pessoas se sentem mais seguras para não adicionar “amigos” em redes sociais. O que é uma consequência interessante do embate entre as relações sociais no mundo físico e as diretrizes das relações sociais no mundo digital.
Ainda assim, embora não possuam as funções de uma rede social típica, eu sou incapaz de me distanciar de duas ferramentas que são primordiais para o que eu chamo de “me tornar uma pessoa melhor em um mundo melhor”: google reader e delicious.
O delicious é onde eu concentro todas as referências que servirão para tomada de decisão, formação de capital intelectual e acompanhamento das melhores práticas em diferentes áreas do conhecimento.
E o google reader é onde eu concentro tudo o que eu preciso saber para formar um senso crítico, sensibilidade estética, reconhecer contra argumentos e estar atualizado com as discussões e repercurssões sobre as coisas do mundo.
A conclusão é que, ainda não há de haver uma rede para subsumir todas as outras, porque cada rede representa uma potencialidade de uso distinto. E cada pessoa irá definir como utilizar as ferramentas de modo personalizado.
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Sobre o uso que eu faço das redes sociais aplicadas ao meu trabalho como bibliotecário, a dinâmica é ainda mais simples:
Orkut: morreu
Facebook: criei uma página da biblioteca no facebook, que serve como um mural de avisos. A interação com os usuários é baixa, mas como o website da biblioteca é do tipo estático, a página da biblioteca no facebook serve para a divulgação de informações dinâmicas, que ficariam datadas se publicadas no site oficial (se a interação fosse maior, como geralmente é em bibliotecas públicas, ou se a biblioteca já possui um website dinâmico, poderia se pensar em uma outra possibilidade de uso que não apenas um mural.)
Twitter: perdeu força para a página no facebook, já que o facebook é capaz de oferecer com melhor tecnologia o que o twitter oferece. Na biblioteca em que trabalho funciona como um replicador dos posts do facebook, como uma possibilidade de troca de informações para os usuários que utilizam celulares ou laptops com 3G, dentro ou fora da biblioteca.
Google Plus: ainda não testei na biblioteca, mas pode servir para a criação de círculos de usuários com base em interesses comuns, alunos que pesquisam sobre o mesmo tema, um círculo só para o staff, círculo para a comissão responsável pelo projeto de arquitetura da nova biblioteca, círculo para os usuários que frequentemente pegam livros de literatura brasileira, entre outros exemplos.
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