De tempos em tempos aparece um manifesto pela diminuição das taxas do CRBs, ou quem defenda que os CRBs deveriam acabar de uma vez por todas.
Uma coisa é certa: ano vai, ano vem e a gente relembra da existência do CRB quando recebemos em casa o boleto de pagamento da anuidade.
Todas as críticas que poderiam ser feitas ao CRB já foram feitas, mas ele continua por aí.
Eu mal posso me queixar do CRB individualmente, pois todas as vezes que precisei de dinheiro para bancar minha participação em eventos estudantis, o CRB contribuiu. E a única vez que precisei do CRB já como profissional, que foi justamente a obrigatoriedade de inscrição, não tive grandes problemas.
Então fica a minha sugestão, para as próximas gestões, como se já não tivessem sido feitas sugestões semelhantes, de que o CRB seja mais transparente.
Transparente no sentido de simplesmente, prestação de contas. Pois eu paguei uns R$300 no início de 2011, assim como valor pouco menor nos anos anteriores, e sou incapaz de saber ou dizer para onde foi esse dinheiro.
Alguns poderiam argumentar que a transparência deveria ser mútua, já que eu particularmente como bibliotecário funcionário público deveria prestar contas com a sociedade. E presto (preenchemos anualmente um relatório chamado RAG) assim como o CRB divulga seus relatórios anuais (disponíveis nos sites).
Mas ei, se eu enviasse boletos de cobrança aos usuários da minha biblioteca, ao menos eu tentaria ser o mais transparente possível, ainda que afinal, exista uma consciência de que eu mesmo pago meu salário, que é convertido em impostos pagos por mim e todos os outros cidadãos contribuintes. É o mesmo que se perguntar por que pagamos tantos impostos no Brasil se não somos capazes de enxergar o retorno do investimento.
Pra onde vai nosso dinheiro no final das contas?
Eu não sei explicar como as fiscalizações são realizadas, quantos funcionários estão envolvidos, quanto se gasta de gasolina, quanto custa o aluguel da sala do CRB, por que a sala precisa estar em local nobre, quanto o conselho reverte para eventos, para organizações de estudantes, se o CRB promove cursos de capacitação, quantos são os bibliotecários registrados e que contribuem anualmente, qual é o valor total arrecadado todos os anos, etc.
Existe um site com algumas informações, sim. E eu fiquei feliz ao receber pela primeira vez em minha residência uma publicação impressa do CRB7 que não fosse o boleto de pagamento anual. Eles me enviaram um boletim informativo.
No final das contas eu acho que o CRB se comporta exatamente como algumas das bibliotecas que eu conheço: confortável para quem faz usufruto dentro da caixa de livros, mas incapaz de mostrar para quem está do lado de fora o que está perdendo no momento em que não está lá dentro.
Se a cobrança de anuidade do CRB acabar, vai fazer falta? Pra quem?
48 respostas para “Pra que serve o CRB?”
Fica a grande dúvida: o que fazem com o dinheiro?
Eu acho uma falta de respeito o CRB1 não responder nem e-mails, na única vez que precisei deles…não fui atendida. Que deselegante!
Bom texto, Moreno! Acho que a reivindicação pela transparência e prestação de contas deveria virar um manifesto também! 😉
Colegas, o Sistema CFB/CRB serve para nossa organização, fundamentalmente isto. Como classe profissional servimos à sociedade e os recursos das anuidades são destinados a manutenção da estrutura administrativa, fiscalização, comunicação, etc. Nós bibliotecários temos uma profissão regulamentada, coisa que muitas classes profissionais gostariam de ter. Significa que temos um enorme mercado de trabalho a nossa disposição. Para que isto aconteça temos que gerir a estrutura adiminstrativa de um conselho, prevista na Lei. Eu pago o CRB-10 já há 20 anos. Fiz mais, resolvi ajudar nos trabalhos do CRB-10, integrando a útlima gestão. Trabalho voluntário, que me rendeu muita satisfação, pois dentre tantas coisas que poderia fazer no meu tempo livre, resolvi ajudar minha classe profissional. Aqui nos trabalhamos a favor da melhoria dos serviços bibliotecários para toda a sociedade gaúcha. Nossa principal ação é a fiscalização, que tem ótimos resultados. Mas também organizamos o Fórum Gaúcho de Bibliotecas, onde já estamos realizando a 26ª Reunião. Criticar é uma forma de participação, desde que não se trate de simples reclamação de quem nada faz para mudar as coisas. Quem reclama geralmente tem na reclamação uma forma de desculpa para não participar. No CRB-10 os bibliotecários são conscientes e sabem que ter um orgão de classe profissional demanda dinheiro para hornar as despesas, a folha de pagamento, etc. A inadimplência aqui é mínima e se deve muitas vezes a motivos de força maior e não protesto contra o Conselho. Parece conversa de tia, de mãe ou de gente chata com discurso altruísta. Não me importo com rótulos, o que eu me importo mesmo é não ser tão individualista, ter uma causa e trabalhar por ela. Quer coisa mais bacana que se colocar a serviços da melhoria das nossas bibliotecas. Pois é, como bibliotecários podemos fazer isto através do conselho e das nossas associações. Parabéns aos conselheiros do CFB e dos CRB que se dedicam a ações diárias pela melhoria da nossa profissão.
Loiva Teresinha Serafini
Conselheira CRB-10
Loiva, admiro sua dedidação e compromisso com a classe e profissão.
Obviamente você não pode responder pelos outros conselhos regionais ou o CFB, mas há casos recentes como UFJF e IFTO, em que o CRB local foi incapaz de regular sobre a reserva de mercado. Se o discurso sobre pra que o CRB serve está na ponta da língua, mas ele não está para o que se propõe, então é natural que se questione suas atividades.
Acho que essa atitude dos representantes dos CRBs de acharem que qualquer menção aos conselhos é uma afronta ou crítica é tão juvenil quanto muitos embrólios do movimento estudantil.
Por que se sentem tão ofendidos, e ofendidos pessoalmente, como se estivessem confundindo patrimonialismo com compromisso profissional?
A maior parte dos bibliotecários que conheço são participativos e com postura ética decente ao mesmo tempo em que se sentem inconfortáveis por ter de pagar a anuidade dos CRBs. Não é nenhuma afronta.
A única coisa que está sendo advogada aqui é uma relatório mais aberto sobre o destino dos R$300 que eu pago anual e obrigatoriamente.
É o mesmo tipo de transparência ao exigir que, se não vemos a aplicação do dinheiro porque o seu destino é abstrato (IPVA, IR, ICMS, etc), então que pelo menos eu me sinta mais seguro de pagar por algo que está especificado (iluminação pública, asfalto, vacinas).
Olha, as poucas vezes que precisei do CRB10 não fui atendida, a exceto quando é p/ atualizar o endereço de envio dos boletos da anuidade. Sinceramente, pago por um dever ético comigo mesma, mas não por esse CRB.
A anuidade paga pelo profissional é utilizada para cobrir os custos do funcionamento do CRB. Um quarto de toda a receita (25%) é enviada para o CFB. Cada CRB tem um custo e despesas diferentes, normalmente as principais despesas são as de pessoal e assessores (juridico, contabil, comunicação, etc.). Alguns possuem sede própria, outros não.
A questão da transparência me parece mais acomodação dos bibliotecários que esperam que o CRB explique o funcionamento de algo que todo profissional deveria conhecer. Deveria conhecer participando e dando apoio. Concordo que falta muitas vezes uma transparência maior sobre as atividades e metas alcançadas, mas isto se deve mais pela falta de pessoal e estrutura do que pela vontade de esconder algo. Porque o BSF não faz uma entrevista com a Presidente do CRB7? Porque não utilizar este site que possui grande penetração na classe bibliotecária de forma positiva? Posso relatar como atual Presidente do CRB-10 que não temos tempo, nem pessoal para manter o site atualizado como gostariamos. O funcionamento dos CRBs é voltado para o bem da sociedade, apesar de quem paga a anuidade ser o profissional. Certamente o maior prejudicado com o fim do sistema CFB/CRB seria o próprio bibliotecário. Pois se não tivemos leis e processos de fiscalização, as demais profissões ocupariam rapidamente as vagas que temos garantidas e não haveriam mais concursos.
Nelson, taí informações que eu nunca soube. Não foi tão difícil assim, certo? Por que não utilizar parte dos R$300 que eu pago anualmente para oferecer uma cartilha, dessas para leigos, sobre como é feita a divisão das despesas do CRB? É o tipo de contra-partida mínima que poderia se esperar de quem só se reporta à mim uma vez por ano para pedir, ou melhor, cobrar dinheiro.
Não sou contra o pagamento da anuidade, nem estou aqui para criticar ou defender o CRB, como se fosse imperativo da minha ética profissional que eu tivesse que me justificar ante minha classe mais do que a meus usuários.
A incoerência é os CRBs serem deficitários para realização de campanhas de conscientização, se é isto que está sendo proposto, mas bastante eficiente em recolher centenas, milhares de pagamentos dos profissionais cadastrados, ou até mesmo realizar uma eleição em escala nacional, sob a pena de punição para o não votante.
Se o site não é atualizado como gostariam, então eu posso propor o seguinte: eu atualizo o site de vocês, me disponho a trabalhar para o CRB 10 por um período compatível com o meu trabalho oficial, e vocês negociam a isenção da minha anuidade junto ao CRB 7. Por que é tão simples quanto contratar alguns estagiágios de biblioteconomia a preço módico para oferecer relatórios aos profissionais cadastrados, atualizar o site com frequência, tipo de produto ou serviço que deveria estar previso no valor pago pelas anuidades individuais.
Não é nada pessoal, não é desobediência civil. É polidez. Nós pagamos, vocês se reportam. Nós todos estamos trabalhando nas nossas bibliotecas tão duro quanto vocês estão trabalhando para o corpo profissional. Nós nos reportamos aos nossos usuários. Vocês se reportam aos seus usuários. Não é uma queda de braço.
De qualquer forma não entendi o que quis dizer com “usar esse site de forma positiva”.
Usar o BSF de forma positiva é abrir espaço igual (direito de resposta) aos representantes dos CRBs onde vc aponta falhas. O CRB não pode gastar dinheiro em atividades de conscientização dos bibliotecários, pois esta não é uma atividade prevista, se fizerem este gasto serão penalizados pelo Tribunal de Contas da União e o Presidente será responsabilizado. A grande questão é que o Sistema CFB/CRB não foi criado para servir de apoio ou suporte para o bibliotecário. O Sistema CFB/CRB existe para proteger a sociedade para que ela tenha bons serviços na área da biblioteconomia, por profissionais devidamente registrados. A função do Sistema CFB/CRB é basicamente de fiscalização. No seu texto aparece o problema da nossa classe, vc se dispõe a “ajudar” desde que receba algo em troca. Todos os Conselheiros do Sistema CFB/CRB trabalham GRATUITAMENTE, sem receber nenhuma remuneração. Alguns participam apenas de uma reunião plenária mensal, mas os que se dispõem a ocupar um cargo de diretoria (presidente, vice, secretario, tesoureiro) ou presidem alguma comissão, doam, horas e dias, sem remuneração, precisando negociar dispensas com suas chefias, ou utilizando suas horas de folgas para um trabalho em prol da classe e da sociedade. Os CRBs com boa situação financeira podem contratar assessorias de comunicação para manter sites e publicações, mas são poucos. Não fico ofendido quando vejo criticas ao Sistema CFB/CRB, apenas uso o meu direito de tentar explicar o funcionamento. A minha tristeza é que a grande maioria apenas expressa a sua opinião quando chega a época de pagar a anuidade.
Nelson, da minha parte, o BSF estará sempre aberto para respostas. Até porque o post começa e termina com uma pergunta, “para onde vai meu dinheiro?”
Envie para meu email o texto na íntegra que eu reproduzo (moreno.barros @ gmail.com)
Não creio que a minha pergunta sugira qualquer modalidade de corrupção. Não há porque você defender sua idoneidade individualmente ou dos integrantes do CRB, porque não se trata disso.
E você entendeu errado, não quero nada em troca. O que propus foi isenção, que não me cobrem mais. Eu aceito trabalhar como você, de graça, em pról da classe. Desde que não me cobrem mais para exercer a profissão. Salutar?
Não sei se é tão claro para vocês dos CRBs como é claro para mim e para a maioria dos bibliotecários que conheço que o CRB só se faz presente quando recebemos a notificação de cobrança em nossas residências, e que o dinheiro que depositamos compulsoriamente não nos trás benefícios visíveis, pontuais. Onde está meu erro?
Dizer que o CRB garantiu a minha entrada no funcionalismo público é um conceito vago demais para ser comprado por R$300 ao ano.
Metaforicamente, o CRB é como um amigo que me arruma um emprego. Mas depois, ele me cobra uma taxa anual pelo oferecimento do serviço. É um paradoxo ético, porque se eu não pagar, estou sendo ingrato. Se eu continuo pagando, estou sustentando um modelo baseado em selos e carteirada, muito distante da competência profissional que o próprio amigo diz defender.
A ingenuidade é minha de achar que o CRB deve se reportar aos bibliotecários de maneira mais clara? A ingenuidade é minha de expressar minha opinião uma vez por ano, pois só uma vez por ano eu relembro que o CRB existe? A ingenuidade é minha pagar compulsoriamente e ter que buscar explicações sobre o tributo cobrado? O ônus da prova é meu?
Não sei se o debate precisa se estender, porque aparentemente não chegará a lugar algum.
Agradeço as respostas, porque é a elegância no trato com o usuário do sistema. Coisa que buscamos fazer nas bibliotecas no dia-dia: ouvir o que os usuários têm a dizer, e melhorar os nosso produtos e serviços.
Alguns pontos parecem efervescer, sempre, quando há o nome do CRB em pauta:
– o valor da anuidade: é, sem dúvida, caro pagar a anuidade do CRB. E isso é mais evidente quando pensamos que qualquer “investimento” que fazemos deve ter uma contrapartida. Ora, o CRB é um órgão regulador, apena isso. Ele mais protege a sociedade (de que existam charlatões) do que à classe profissional.
– anuidade é cara para qualquer profissional: grande parte das atividades profissionais são reguladas pelos seus conselhos (administração, contábeis, etc.) e a anuidade é sempre cara. A reclamação dos bibliotecários é a mesma de outras classes profissionais. Em nada difere.
– conselho não é sindicato: esse parece ser o ponto mais crítico. Existe grande confusão por parte dos bibliotecários quando ao que compete ao conselho e qual seria a atividade de sindicato. isso deve ficar claro.
Para finalizar, gostaria de dizer que, apesar de fazer papel de advogado do diabo, não tenho nada a favor do CRB. Muito pelo contrário, por mim nem precisavam existir. Ao meu ver, só servem pra restringir a atividade em bibliotecas de outros profissionais não bibliotecários que, muitas vezes, são melhor qualificados e não podem atuar nessa área (maldita lei!).
Caro Moreno,
Tenho certeza que esta discussão está sendo seguida por milhares de pessoas, bibliotecárias ou não (verifique o seu pageview depois), e a finalidade dela é justamente satisfazer a sua necessidade inicial, explicar o funcionamento do Sistema CFB/CRB e tentar explicar no que é utilizado o valor arrecadado.
Quando ao BSF estar aberto a respostas, o que sugeri é que utilizes esta espaço dando oportunidade para que os CRBs se manifestem.
Quanto a tua retórica de não pedir nada em troca, apenas a isenção da anuidade só pode ser uma piada.
Se isto fosse possível certamente os Conselheiros seriam os primeiros a ter este direito, e talvez assim tivemos várias chapas concorrendo.
Nesta eleição dos 14 CRBs existentes, 12 tiveram chapa única e apenas 2 tiveram duas chapas concorrendo.
A anuidade do CRB é um imposto, assim como todo ano vc tem que pagar IPTU, IPVA, IRRF, etc.
Se o valor é alto ou baixo, se o dinheiro é bem aplicado ou não, se existe transparência ou não é uma discussão que certamente seguira por muitos anos ainda.
O CRB só se faz presente para a maioria dos bibliotecários anualmente através de cobranças porque a ação do Sistema CFB/CRB não é voltada para os bibliotecários, quem tem este tipo de ação são as Associações e Sindicatos.
O Sistema CFB/CRB atua como orgão fiscalizador do exercício ilegal da profissional e questão éticas dos profissionais.
A anuidade do CRB é o que garante o direito de usar o título de bibliotecário.
Quem não quizer pagar a anuidade basta pedir o seu cancelamento.
A partir deste momento será apenas bacharel em biblioteconomia, sem o direito de exercer atividades privativas de bibliotecário.
Poderá atuar em empresas e cargos que não exijam que o profissional tenha registro ativo no Conselho Profissional da sua categoria, bem como fazer concursos públicos para cargos que também não tenham esta exigencia.
Tomara que todos os anos, ou até mais vezes, o BSF apresente questionamentos para que seja possível apresentar a opinião de quem representa a classe.
Concordo inteiramente que o Sistema CFB/CRB falha em não conseguir deixar clara a sua ação nem mesmo para os bibliotecários.
Quando reclamamos do famosa frase “Bilio o que?” é apenas um reflexo de uma frase mais preocupante ainda “Para o que serve o CRB?”
Ótimo texto Moreno. Já fui presidente da Associação dos Bibliotecários de Goiás e sou registrado no CRB1. Aqui em Goiás sempre questionamos isso: “Para onde vai o valor da anuidade?”. Pq somos obrigados a pagar um valor alto, se não temos o retorno desse dinheiro. Muito se fala em reserva de mercado em fiscalização, mas aqui em Goiás posso garantir que essa fiscalização praticamente não existiu. Na maioria dos casos o CRB se limitou a enviar um oficio solicitando relação de profissionais e nada mais fez.
O pessoal do CRB1 já conhece minha opinião. Não sou contra pagar anuidade, mas o destino desse dinheiro está muito obscuro. O CRB alega que para ações de fiscalização precisa de dinheiro, que os profissionais não pagam. Então abram o jogo, sejam mais transparentes. Por que o CFB/CRBs não divulgam o que arrecadam com receita e quais são as despesas. O CFB/CRBs tem assessoria contábil, não tem? Tão simples fazer isso.
Vi alguns comentários aqui dizendo que o CFB/CRB “existe para proteger a sociedade para que ela tenha bons serviços na área da biblioteconomia, por profissionais devidamente registrados”. O Sistema precisa se aproximar mais dos profissionais. Precisa fazer parcerias com as escolas de biblioteconomia, associações e sindicatos da área. Os profissionais se manifestam apenas quando chega o boleto, pq esse é o único contato que o Sistema CFB/CRB1 faz durante o ano.
Nestas eleições me aceitei convite para entrar em uma das chapas que estão concorrendo no CRB1. Antes de aceitar o convite, disse tudo que pensava sobre o Sistema CFB/CRB, mas que apesar de tudo ainda acredito na importância do Conselho. Que o Conselho pode ser um parceiro do bibliotecário e não simplesmente um arrecadador de tributos.
Eu acho que a forma mais simples de entender o processo é: a sociedade, através de seus representantes (parlamentares/executivo), demandou regulamentação, de uma atividade que julgava necessária, visando sua proteção. Criou então a legislação e, consequentemente, CRBs e CFB. Aqueles que quiserem exercer a profissão de bacharel em biblioteconomia terão que estudar em instituição reconhecida e se registrar no órgão de fiscalização específico, assumindo o compromisso de pagar taxas que permitam a manutenção do sistema. O dito sistema protege a sociedade do mau profissional ou do não habilitado e, indiretamente, os próprios bibliotecários (ao lhes garantir mais vagas de trabalho). A prestação de contas, aos colegas bibliotecários que mantém o sistema, é uma cortesia, pois legalmente deve ser feito aos tribunais, que são compostos por representantes da sociedade, que ingressaram através de meios determinados por outros representantes (parlamentares/executivo) e que possuem maior bagagem de conhecimento na área de fiscalização de recursos públicos.
É desejável, uma ampla prestação de contas aos colegas, mas deve-se levar em conta que o trabalho de conselheiro é voluntário. As chapas únicas mostram que são poucos os colegas que se dispõem a ajudar. Eu já fui crítico, mas agora (acompanhando as plenárias) vejo que o CRB10 trabalha muito e divulga pouco o trabalho que faz (é preciso melhorar a comunicação). Mas como exigir de voluntários, que doem mais tempo, para fazer o que não é legalmente obrigatório (comunicação)? Voluntários que estão ocupando uma função desprezada por muitos críticos? Aquilo que os tribunais avaliam e cobram dos conselheiros/presidente é feito no tempo que é possível, mas e o “plus”? Juridicamente falando, cada conselheiro é eleito para um rol de atividades e a prestação de contas, aos colegas contribuintes, não é uma delas. Pode não ser a melhor realidade, mas é a que a legislação determinou, talvez até por uma interpretação dos legisladores de que voluntários não podem fazer muita coisa.
Vejo, por outro lado, que há duas realidades, pois em algumas regiões as críticas são de desconfiança sobre o trabalho que é juridicamente obrigatório. Daí só vejo três soluções: montar uma chapa de oposição, conhecer a realidade por dentro e tentar dar uma cara nova ao CRB respectivo, ingressar na chapa única (composta por pessoas dos mais diversos pensamentos) e batalhar internamente para alterar algumas coisas que julga errado OU denunciar aos órgãos competentes se tiverem desconfiança de uso indevido do valor arrecadado. O que eu estou vendo é que há críticos da uma realidade, discutindo com representantes de CRBs da outra realidade. Fato é que a falta de comunicação gera desconfiança. Mas, como escrevi antes: como exigir de voluntários que doem mais tempo, no exercício de uma função desprezada por muitos, para fazerem algo que é legalmente desnecessário, ainda que desejável?
Vamos fazer um levante para acabar com os CRBs? Eu até tomaria porrada da PM pra fazer esse protesto. 🙂
Os recentes casos na UFJF e TO estão mostrando que na prática o sistema CFB/CRBs pode muito pouco contra o exercício ilegal da profissão, que é o básico. Outra preocupação minha é a quase total omissão do sistema CFB/CRBs quanto ao ensino da biblioteconomia, que virou ciência da informação – agora mesmo há uma parceria CFB e ABECIN. Aqui no CRB 15 foi muito difícil montar 1 chapa, imagino o mesmo para muitos outros CRBs. Em breve teremos eleições sem candidatos. O momento de levantar o debate é agora.Enfim, é preciso uma reflexão maior sobre tudo isso.
Ótima observação, estão ocorrendo concursos em que para o cargo de bibliotecário-documentalista está sendo exigida graduação em C.I. além de Biblioteconomia, mesmo com reclamações nada tem sido feito.
Caro Moreno
É interessante perceber que os argumentos dos bibliotecários incorporados ao CRB mudam de acordo com as necessidades argumentativas. Aqui, li que “o CRB é apenas um orgão FISCALIZADOR”, sendo essa sua premissa máxima: “FISCALIZAR o exercício ilegal da profissão”. Não foi isso que li no Bibamigos, onde também ocorreu um debate acalorado.
O problema de qualquer cargo administrativo é: de nada adianta você cobrar a participação dos pares, se não der um comportamento exemplar a ser seguido. No dia que vermos nossas denúncias sendo averiguadas com propriedade, o fim do protecionismo e o fim da vista grossa para alguns casos, talvez nem sintamos os 300 reais que pagamos anualmente. Não me sinto agredido pelo valor, me sinto agredido pelo serviço que me prestam.
Você gostaria de pagar um pacote de 50 canais de TV à cabo para receber apenas 5?
Agora, sinceramente, não sei o porque essa fúria dos membros do CRB em se defender. Se usassem 50% dessa animosidade para fazer valer nossos direitos e averiguar nossas denúncias, talvez debates como esse não tivessem nem origem.
Volto a repetir: Chapa que quer continuar na gestão TEM A OBRIGAÇÃO não só de prestar contas, mas de também mostrar suas propostas. Não fui eu quem bati na porta da Marina Silva perguntando suas propostas, foi ela quem expôs as mesmas para a população.
Acho que está na hora dos CRB’s acordarem para a realidade e perceberem que, se há um grau tão grande de descontentamento, não é apenas manha de bibliotecário mimado. Há muito mais coisas envolvidas do que o capricho de reclamar de algo que não se sabe.
Até porque, convenhamos: se alguém afirma com tanta vontade e propriedade que as pessoas “não sabem sobre o que estão reclamando” é porque há erro no fluxo e disseminação da informação, não acha?
Abraços
Rodrigo Rocha: é normal que membros de algum órgão não mencionado diretamente se defenderem de acusações vagas. Vejo reclamações, mas nenhuma pontual, citando exemplos concretos da falta de fiscalização. Eu, como escrevi antes, já fui crítico. Hoje defendo por ter ido em plenárias e visto o trabalho realizado. Não sei a qual CRB você está vinculado, mas acho que se você já fez alguma denúncia que não foi levada adiante, deveria denunciar o CRB respectivo ao CFB. Não havendo ação por parte do CFB, denunciar ambos ao Ministério Público Federal, visto que o CFB é uma Autarquia Federal. Não conheço no Brasil nenhum caso de denúncia não atendida que tenha sido denunciado ao MPF. Se há casos de denúncias não atendidas, devemos apurar o caso e, havendo necessidade, denunciar aos órgãos competentes.
Alex
Obrigado pelas informações. Entretanto, em relação às denúncias, não são apenas minhas, mas de colegas.
Estou vinculado ao CRB10 e, como membro externo, não vejo toda essa maravilha que li em comentários desse debate. Muito pelo contrário: entre em qualquer escola de biblioteconomia ou biblioteca que receberá mais críticas do que elogios em relação ao orgão. E a maioria se embasa em um principio: Fiz a denúncia e não recebi resposta. Inclusive soube de casos que as denúncias teriam sido feitas com embasamento no Código de Ética e nas resoluções do CFB, mas foram dispensadas pelo orgão regional.
Quando procurei o CRB, fui atendido dentro do possível em relação às medidas administrativas. Porém, em relação às medidas legais deixam a desejar.
E desculpe, mas eu não posso aceitar que, em um e-mail solicitando as propostas da chapa que está pleiteando a gestão, eu receba uma lembrete sobre meu prazo para transferência de CRB que só expira em fevereiro. Isso pra mim é inaceitável. E assim como foi comigo, são tantos outros casos.
Outro aspecto importante é que: se defender é direito de todos. Justificar pondo a culpa nos outros é balela. Trabalho em uma biblioteca com pouco recurso, sem CDD, CDU, AACR2, Tesauro, Cutter e material de consumo. Isso não abre uma justificativa para eu ser um mal profissional. E daí voltamos ao ponto chave: os bibliotecários reclamam do CRB porque não enxergam resultados pontuais. O CRB reclama dos bibliotecários porque esses não participam. Não está na hora de um dar o braço a torcer? Não está na hora de começar a ter um comportamento exemplar de conselho para, aí sim, cobrar com propriedade um comportamento mais efetivo dos membros da classe?
Poderia facilmente listar, só na minha cidade natal, uns 10 lugares que foram denunciados e nunca receberam visitas ou foram autuados. Posso listar também uma dezena de casos onde se exerce a profissão ilegalmente. Vários desses casos foram denunciados, seja por meio do site ou com conversa com os próprios representantes e membros do conselho.
Desmotiva. Saber que você se comprometeu a denunciar um lugar e em não saber como vai ser usada aquela informação, ainda mais quando nada acontece.
E desculpe, mas não pense que é constrangedor só pro pessoal do conselho ter seu nome atrelado à criticas. É constrangedor para nós também, termos muito mais lembranças embaraçosas da relação com o conselho do que boas lembranças.
Pois é Rodrigo, o problema é geral então. Sou registrado no CRB1 (que incorpora DF, GO, MS e MT) e tivemos problemas com fiscalização. E olha que não foi por falta de denunciar. Inclusive reclamamos para o CFB também e nada foi feito. Aq em GO o CRB1 se limitou a enviar oficio solicitando o nome dos profissionais e dão prazo de 90 dias para a instituição responder. Lembro da fiscal ter vindo uma única vez e foi na capital, imagina o interior do Estado então? Eles argumentam que tem que cumprir o regimento do CFB/CRB. Se for isso está na hora de alterar esse regimento. Não tenho a ilusão de que tudo vai mudar de uma hora para outra. Concordo também que a classe precisa ser mais unida, mas o CFB/CRB tem que fazer sua parte. Infelizmente o CFB/CRBs só lembram da gente na hora da anuidade. Está na hora de mudanças, de se aproximar mais da classe, de fazer parcerias com as associações com as universidades. E transparência nas ações também é fundamental. Mostrem o que vcs fazem e o que estão tentando fazer. Divulguem a receita e despesa do sistema. Realmente é duro vc ser obrigado pagar
R$ 300,00 e não ter nenhum retorno disso.
Rodrigo: Na última plenária do CRB10, vi serem resolvidas (seja pelo compromisso da parte denunciada, em resolver a situação, seja pela aplicação da multa, pela ausência de defesa do denunciado) quatro situações distintas de denúncias, sendo 2 prefeituras + 1 associação médica + 1 concurso público que previa um cargo que misturava biblio com arquivo. Como eu disse, na minha avaliação, de alguém que está começando a participar agora, falta divulgação para o caso específico do CRB10. Para outros conselhos, seria até leviano de minha parte comentar à distância. Se há denúncias que não estão sendo apuradas, deves 1º averiguar com o CRB o motivo (se você telefonou e não lhe retornam, avise-os que em 48 horas vai denunciar o CRB respectivo OU envie uma carta com AR – sempre é bom documentar para depois provar perante CFB ou MPF, com o respectivo aviso). Não sendo satisfatória a resposta por parte do CRB, denuncie ao CFB. Na falta de empenho deste, denuncie ambos ao MPF. O que pode ocorrer (suposição minha) é que denúncias estão sendo apuradas e não divulgadas E/OU, em alguns casos, interpretadas como fracas juridicamente e não levadas adiante, por já saberem os conselheiros que não dará em nada (experiência de casos anteriores), sem a atenção de informar o denunciante. Há casos em que a denúncia e o parecer do fiscal, devem estar bem fundamentados, sob pena do CRB ser processado e ter que indenizar o denunciado. Não tenho informações de quantas denúncias são feitas anualmente, mas certamente há limitações financeiras para o fiscal ter que se deslocar até o local, quando no interior. Creio que em regiões como Amazônia, Pantanal e Caatinga a fiscalização deve ser feita via ofícios, pois falta verba e até locais para dormir. Não é o caso do RS, mas aqui também se tem limitações para deslocamentos.
Eu acho que devemos criticar sim o que está errado, mas quando também fazemos algo concreto para mudar o sistema, sob pena de sermos coniventes com o mau serviço. Explique para um juiz de direito que você viu um crime, não denunciou e não cometeu o crime de omissão. Deve-se denunciar quem recebeu a denúncia e não a levou adiante intencionalmente. Quantos já denunciaram o seu CRB ao CFB, pelas questões levantadas? E quantos denunciaram o CFB ao MPF pela omissão deste? Não é preciso entrar em um CRB para mudá-lo. Eu fiz umas 7 ou 8 denúncias logo que me formei e recebi o retorno de umas 3 ou 4, o que julguei satisfatório. Interpretei a ausência de resposta nas demais como despreocupação em me informar ou falta de tempo para enviar e-mail e não como não atendimento. Se desconfiasse de não atendimento intencional, teria levado o caso ao CFB e adiante, se necessário. Trabalho na Ufrgs e aqui nossa associação não estava me dando retorno de algumas propostas que fiz. Peguei e fui no Protocolo Geral e abri dois processos administrativos com minhas sugestões que pedi que eles levassem à Reitoria. De minha parte, batalharei internamente para melhorar nossa comunicação, mas um CRB não se faz com uma pessoa e nem mesmo o presidente tem poderes para fazer tudo que deseja. Eu acho que o melhor seria tu conversar por telefone com o Nelson, que é um colega acessível e bem intencionado ou trocar um e-mail com ele. Discutir caso-a-caso que denuncias não foram levadas adiante e depois voltar aqui para dizer o que achou da conversa. Abraço!
Entendo que exista um esforço em esclarecer os passos legalmente necessários para se levar uma denúncia adiante. Mas acho que o cerne do debate se modificou.
O que quis dizer é: nem todos devem ter uma participação em forma de comissão de apoio. Até porque, se formos levar em conta o trabalho do fiscal, o ato de denúncia é sim um trabalho ativo. Não é tão cômodo como se imagina fazer uma denúncia. Pelo menos não pra mim e tantos outros, que trabalhamos em cima de informações plausíveis, não apenas por que ouvi falar. Que vamos e “pré-averiguamos” se a denúncia compete e, aí sim, enviamos ao conselho.
Outro aspecto importante a ser abordado nas denúncias é a contradição que isso acarreta. A justificativa para muitas denúncias não serem averiguadas é o fato de ter apenas uma denúncia em relação ao mesmo local. Porém eu acho anti ético sair por aí falando dos problemas de instituições e unidades para pessoas que não sabem, apenas eu.
Acredito que, com um espaço no próprio site para a realização de denúncias, não há motivo para mensagens diretas para o presidente do CRB10. Até porque, se assim for preciso, deveríamos mudar o protocolo.
Essa história dos bibliotecários x CRB é tão antiga que deveriam criar uma disciplinas nos cursos de Biblio. Se os bibliotecários começassem à participar, a atuar efetivamente junto ao conselho, quais as potenciais melhorias que isso traria? Sendo que isso é uma coisa absurdamente remota de acontecer, até mesmo pelo comodismo dos profissionais de nossa classe, fica difícil não se preocupar com a estagnação.
Chegamos em um ponto que as duas partes estão erradas: nos tornamos apenas pagantes de uma taxa, e o CRB se tornou recolhedor de valores. E assim o trem continua andando.
Entretanto devemos lembrar que quem faz parte do CRB, mesmo sendo um trabalho voluntário, dispendioso e que merece todo o respeito, deve também estar preparado para a carga que isso irá trazer. Inclusive as críticas e as cobranças. Não podemos nos debruçar apenas no “nosso trabalho é voluntário” pois isso é cômodo. Veja que em nenhum momento eu desdenho do trabalho dos conselheiros e fiscais do CRB. Apenas acho errado esse discurso de que o voluntariado justifica todas as lacunas existentes.
Infelizmente quando pleiteamos algum cargo de representatividade, teremos tantos bônus quanto ônus. Estou pra dizer que teremos até mais ônus. Mas se, enquanto representantes, não nos esforçarmos para nos aproximar daqueles a quem representamos, sempre haverá críticas.
Isso não é uma crítica pessoal, mas só um exemplo: se cada presidente do CRB tivesse despendido o tempo usado para uma das respostas a tantos comentários aqui e no Bibamigos para escrever um e-mail com suas propostas de chapa e enviado aos Bibliotecários, talvez essa história já até tivesse morrido e nos sentíssemos mais acolhidos e visibilizados por nosso conselhos.
Desculpe se me estendo, mas é que acredito que relações mecânicas e fundamentadas em contatos impessoais só podem dar origem à falhas de comunicação, desconforto e descontentamentos.
E continuo, ao ler tudo isto aqui (e os comentários) com a sensação que meu dinheiro está indo pelo ralo…
Se você paga, mas não exerce a profissão e nem pretende exercê-la no ano de exercício da anuidade, então seu dinheiro está sim indo para o ralo.
Rodrigo: Discordo de algumas colocações, tipo: “nos tornamos apenas pagantes de uma taxa, e o CRB se tornou recolhedor de valores.” Primeiro, você paga para ganhar o direito de exercer a profissão por 1 ano e alimentar o sistema de fiscalização. Quem fiscaliza será quem recolherá e se você desconfia da aplicação dos recursos é seu direito como integrante da sociedade denunciar aos órgãos competentes. Segundo, alguns estão pagando e reclamando de uma forma ética, enquanto outros pagam e largam na internet denúncias vazias, colocando dúvidas sobre o trabalho de todos os conselheiros, ao não exemplificar os problemas. Você acha “anti ético sair por aí falando dos problemas de instituições e unidades”, mas mais anti ético é dizer que denúncias não estão sendo averiguadas e não querer discuti-las caso-a-caso com o presidente (pelo que entendi vc não fará isso – se entendi errado antecipo pedidos de desculpa). Da mesma forma, “mesmo sendo um trabalho voluntário, dispendioso e que merece todo o respeito, deve também estar preparado para a carga que isso irá trazer. Inclusive as críticas e as cobranças.” Concordo, desde que sejam críticas construtivas e não destrutivas, pois quando você não dá nomes/exemplos práticos, coloca desconfiança sobre todos e tira o respeito que você mesmo diz ser merecedor. A carga existe e é feita, pois não há exigência legal para o CRB fazer o que estão cobrando. Os conselheiros são eleitos para tarefas bem definidas e até onde sei ninguém levou ao MPF denúncias do não-cumprimento. Desejável mais comunicação, relatórios, etc.? Sim, mas como uma cortesia e não uma obrigação. O dever da autarquia é com a sociedade, sendo a atuação averiguada pelos órgãos competentes (TCU / MPF / STF) e não em prestar contas para quem paga a taxa, para ter o direito de exercer a profissão. Não é agradável ler isso, mas é a forma como a legislação foi feita. Muitas reivindicações que leio são competências de sindicatos e associações, que não conseguem atendê-las por diversas razões, sendo a principal financeira. O seu direito ao pagar a anuidade ao CRB é: exercer a Biblioteconomia por 1 ano. Mas você só paga se quiser exercê-la.
Outra questão que merece esclarecimento: Quando você denuncia ao MPF você não é o autor da denúncia, mas testemunha. O autor é a sociedade, representada no ato pelo MPF. Ao denunciar, não adianta você voltar atrás, pois o MP tem o dever de levar a denúncia adiante. O mesmo se aplica aos CRBs. Além disso, nenhum promotor lhe dará informações após a denúncia, a menos que você corra atrás. Se você desconfia do promotor, então denuncia ele. Com autarquias que defendem o interesse da sociedade a situação é semelhante. Ruim? Até concordo, mas reclame da legislação montada pelos “representantes do povo”. Serei sincero em dizer que se a legislação exigisse mais dos voluntários, eu não aceitaria fazer parte do CRB, pois chega uma hora que a carga de trabalho tem que ser remunerada, para que possamos trocar o nosso trabalho pelo CRB e não sacrificar o pouco tempo que temos para família e amigos.
Você diz que “acho errado esse discurso de que o voluntariado justifica todas as lacunas existentes.”, mas as lacunas que existem foram criadas pelas leis. Talvez se houvesse a previsão do preenchimento de tais lacunas, também se pensasse em dobrar ou triplicar o valor das anuidades e os conselheiros serem remunerados, tal qual os vereadores. Será que seria melhor?
Quanto a propostas, as chapas são eleitas para cumprir a legislação e nada além, pois os recursos são limitados, seja de tempo ou de ordem financeira. O que se fizer para cumprir a legislação será por meio das anuidades, que não é um valor fixo (varia o número de pagantes de um ano para o outro). O número de denúncias também varia, então a meta é cumprir a legislação: tipo fiscalizar 100% das denúncias, seja presencialmente ou mediante ofício. O que se fizer fora das exigências da legislação será extra, mas diante da falta de tempo ninguém irá se comprometer em fazer algo, que poderá não ser feito e depois ser usado contra (como se virasse dever). Se for feito o extra, tanto melhor. O blog e o site do CRB10 são exemplos: a legislação exige que cada um receba sua senha de votação para a eleição, mas não exige que o presidente alerte da eleição em blog e site. É o extra, que até pode ser pouco para alguns, mas é uma cortesia e não uma exigência da lei.
Mas não ache que discordo de tudo. Se a “justificativa para muitas denúncias não serem averiguadas é o fato de ter apenas uma denúncia em relação ao mesmo local”, então está errado. Gostaria que você entrasse em contato com o presidente e dissesse em que situação isso ocorreu. Também concordo que é desejável maior transparência, comunicação, aproximação com as faculdades…mas como são extras, não vamos prometer sem a certeza do cumprimento. Se o que já não é prometido e nem legalmente exigido já é cobrado, imagine se colocamos em um panfleto algo.
Alguém já notou que NADA vai mudar ou isso seria apenas uma impressão minha?
De novo: Maldita Lei 4084 de 30 de junho 1962. 🙂
Alex
Infelizmente acho que houve, em algum momento, algum ruído na comunicação que nos fez ir para ritmos diferentes dentro do mesmo assunto. Quem puxou o assunto sobre a aplicação dos 300 reais não fui eu. Agradeço se dirigir essas palavras a quem levantou esse ponto do debate.
O que mais me prendo no debate é o fato de que o CRB, como orgão fiscalizador e de representatividade da classe possui uma relação distante, tanto com profissionais quanto com estudantes. Digo até que a distância dessa relação á maior com profissionais, pois os estudantes geralmente os convidam para os eventos como semana acadêmica, seminários e congressos. E aí está o cerne da questão que EU levanto: nos tornamos sim apenas pagantes, uma vez que pagamos a taxa para trabalhar em não participamos e nem cobramos um resultado mais efetivo. O CRB tornou-se SIM recolhedor de taxa, a partir do momento que não se esforça para estreitar os laços com a classe a qual representa.
Agradeço novamente o “tutorial” sobre como proceder com uma denúncia. É de grande valia. Porém, acredito que hoje não me cabe mais denunciar ou deixar de em relação ao CRB10, uma vez que estou sendo transferido. Ademais, mesmo tendo reclamações, acredito na força do diálogo entre as partes para que todos saiam ganhando. Até porque os bibliotecários estão longe de serem justiceiros, assim como o CRB está longe de ser criminoso. Não é um jogo de mocinho e bandido, é um jogo de partes que se complementam e precisam de conscientização para que sua relação se estabeleça da melhor forma possível. Acho que, a longo prazo, denúncias ao MP mais por orgulho ferido do que por provas concretas só tendem a trazer feridas difíceis de cicatrizar.
Como falei, acho sim anti ético comentar aqui ou com o presidente, casos em que EU não conheço pessoalmente, mas que foram relatados à mim por terceiros. Assim como não acho anti-ético comentar que esses casos possivelmente existam. Note que quando eu falo do que EU vi, eu falo que existem. Quando eu falo do que os outros viram e me falaram, eu falo possivelmente. Aqui é o canal: se essas pessoas quiserem, que participem do debate ou que se dirijam à página do CRB. Tanto que no exemplo que dei anteriormente, não afirmo que o CRB tenha se negado a averiguar, e sim que o CRB TERIA se negado. Há diferença. Em algum momento jogeui denúncias no ar, Alex. Apenas exemplifiquei atitudes que nos deixam um tanto quanto descrentes do fato de que vale à pena denunciar. Se pareceu outra coisa, desculpe. Mas ao meu ver jogar denuncias no ar para minar a confiança do CRB perante a classe seria se eu listasse aqui todas as denúncias que me falaram que foram feitas e não foram averiguadas, sem ter provas concretas disso.
Em relação às propostas, não vou me estender. Apenas digo que mesmo uma chapa que já está em gestão, se busca reeleição, não pode se enxergar todo o tempo como gestão eleita. Deve também separar um minimo de tempo para divulgar suas propostas. E isso em qualquer pleito. Compreendo que existam obrigatoriedades legais que devam ser priorizadas. Porém, como já se viu, só isso não fez com que CRB e bibliotecários fossem “amigos de infância”. Então acho que está na hora das duas partes verem o que podem fazer para recuperar o tempo perdido.
No mais, agradeço a atenção em relação ao debate de idéias. É sempre proveitoso que as partes envolvidas conversem sobre. Entretanto, tu como voluntário e membro do Conselho e eu como bibliotecário e descontente iremos sempre cair na retórica. Enquanto um procurar no texto do outro possíveis brechas para novos argumentos, não estaremos agregando muito à discussão. Pelo menos não enquanto continuarmos sozinhos nessa atividade.
Espero que mais colegas, se não se sentirem à vontade de participar, que pelo menos se sintam mais à vontade em fazer valer os seus R$ 300.
Rodrigo, de minha parte vou me esforçar para que o CRB se aproxime dos bibliotecários e das escolas. Também melhorar a comunicação. Mas são sentimentos de um candidato a conselheiro e não propostas de uma chapa. Eu acho que foi útil a postagem do Moreno e as reclamações aqui depositadas. Peço desculpas se alguém se sentiu ofendido.
Alex
Acho que é válido também usar esse espaço para tentar estabelecer comunicação com colegas que estão de espectadores. Muitos acham que “não adianta participar de uma simples lista de discussão ou comentar em um blog”, unica e exclusivamente porque nada vai mudar. Ledo engano: é assim que começam as ideias, as conquistas. Quem sabe se mais pessoas que estão apenas lendo estivessem comentando, não conseguíssemos aproximar pares para montarem chapas para as próximas eleições?
Entretanto sei por experiência própria a estagnação da classe em relação aos seus direitos e deveres. Passei por algo em que quando precisei de apoio, os “Bibamigos” (não o grupo Bibamigos, só usei o nome como referência) viraram as costas.
Como disse: enquanto cada um continuar no seu bibliocasulo, só falando mal de onde acha que há denúncia, dificilmente as coisas mudarão.
Lucas: Nada vai mudar se continuarmos a reclamar na internet e não participar / denunciar. Eu, como escrevi antes, já fui crítico e hoje participo ativamente. O CRB não tem dono e qualquer bibliotecário em dia pode se candidatar e lutar, internamente, para fazer as mudanças que julga necessárias. Pelas ausências de disputas em muitos CRBs (chapas únicas), dá para ver que não será tão difícil fazer parte do CRB, para quem demonstra tanta energia virtualmente. Se você acha que a legislação não está sendo cumprida pelo CRB, denuncie-o. Se acha que o CRB deveria fazer mais (além do que a legislação exige), tipo sede campestre, festas, jornal, convênios, etc., construa a mudança, doando o seu tempo ao CRB. Mas acho que estaria confundindo CRB com Associação de Bibliotecários. Se acha a legislação está errada, sendo ou não bibliotecário, converse com o seu candidato a deputado federal e arranque dele o compromisso de lutar pela eliminação das leis que julga errado.
Tivemos que nos esforçar muito no RS para montar uma chapa única, pedindo ajuda a colegas e ex-professores, para divulgar nosso chamado para formação da chapa, por mais de uma vez. Quase não conseguimos o número mínimo necessário, sendo que temos mais de 600 bibliotecários ativos, apenas em Porto Alegre. Não condeno os colegas que recusaram o convite, mas condeno quem não deseja fazer parte, não lê a legislação, espalha boatos que mancham o órgão e seus colegas e, após ser informado das diferenças entre CRB – Associação – Sindicato, continua exigindo mudanças que ultrapassam as responsabilidades assumidas pelos conselheiros.
Agora, não significa que não temos idéias novas ou vontade de fazer mais. Mas como escrevi antes “não vamos prometer sem a certeza do cumprimento. Se o que já não é prometido e nem legalmente exigido já é cobrado, imagine se colocamos em um panfleto algo.” Na última eleição do CRB10 não havia panfletos com propostas como:
– Apoiar e/ou organizar o 1º Encontro de Bibliotecas Públicas e Escolares da Região Norte do RS;
– Apoiar e/ou organizar a 26º Reunião do Fórum Gaúcho pela Melhoria das Bibliotecas Públicas Escolares;
– Participar ativamente das discussões do Plano Municipal do Livro e da Leitura (PMLL) de Porto Alegre;
– Compor o Movimento Agora Chega (http://www.agorachega.org.br), de combate à corrupção.
São extras, que não foram divulgados antecipadamente, mas que foram apoiados/organizados/construídos pelos conselheiros em conjunto com outras pessoas. Se são úteis, são outros 500, mas certamente deram trabalho para quem se envolveu. A conselheira Loiva participou de dezenas de reuniões e doou horas de empenho, para que a lei desse o maior valor possível às bibliotecas públicas e permitisse um maior respaldo legal, para futuras reivindicações de verbas para as mesmas. Tais reuniões foram em Porto Alegre, mas se fosse algum tipo de lei federal e as reuniões fossem em Maceió ou Fortaleza, será que não diriam que ela estava passeando às custas do CRB? Se o Nelson estivesse participando do “Agora Chega” no Rio de Janeiro e não em Porto Alegre, não haveria quem apontasse mais um passeio? Como creio, falta divulgação para expor tudo que é feito.
Do meu ponto de vista, devemos comemorar a Lei 4084 de 30 de junho 1962, pois não fosse ela a situação tenderia a ser pior para os profissionais e para os usuários. Você pode até discordar, mas é o meu ponto de vista.
Comemorar um lei que “acomoda”, já que existe uma reserva de mercado? Não, obrigado. Continuo chamando de maldita. 🙂
Lucas Rocha
Xará de sobrenome, embora “subentenda” o porque de sua colocação, não acho correto amaldiçoar uma lei que veio para defender a classe. Temos que nos lembrar que, se olharmos pro lado, veremos uma classe inteira de colegas de ciência da informação, os arquivistas, que não possuem conselho e que sofrem com muitos de nós administrando e gerindo um arquivo, sem contarem com o respaldo de um orgão que possa fazer a manutenção da classe e cargos.
Não é por que há um ero no percurso que não devemos reconhecer a importância de uma ação. O CRB é importante, apenas falha em alguns aspectos de seu relacionamento Conselho/Classe.
ahhh!já sei o que o CRB faz!!!Cata uma boa quantia do nosso dinheiro anualmente!!
Acho muito válida essa discussão. Mas acho sim, que essa anuidade é cara (como a maioria) e que os relatório deveriam ser mais claros, tanto do CRBs e CFB, afinal temos o direito de saber sobre o destino desse dinheiro. Concordo com o Nelson Oliveira da Silva quando diz que o Sistema CFB/CRB está falhando é não deixa clara sua ação, principalmente para os bibliotecários.
[…] NOVEMBRO Pra que serve o CRB? […]
[…] sobre como as associações atuam e pra que servem em termos efetivos é tão pequeno quanto ao meu entendimento sobre os CRBs. Pra que servem as associações de profissionais bibliotecários? Não é uma pergunta […]
Existem muitas profissões que não são regulamentadas e não existe tb mimimi de não pagar taxa para trabalhar com nomenclatura A, B ou Y.
Existe muito profissional da Informação que não é Bibliotecário e nem por isso perde as grandes oportunidades do mercado. Se essa taxa é para manter isso, aquilo ou aquilo outro… e somente para que seja regulamentada uma profissão com nome de Bibliotecário, que essa taxa seja menor, não acredito que faça jus a tamanha cobrança.
E quanto á receber mpressos em casa, mandem por e-mail, por favor, mais ecologicamente correto.
Bjo pra vc.
[…] no site Bibliotecários Sem Fronteiras, pelo Moreno Barros, intitulado Pra que serve o CRB? (http://migre.me/cPjvm). Moreno coloca sua opinião a respeito da falta de transparência por parte do CRB7 em […]
[…] A propósito, você sabe para onde vai o seu dinheiro pago ao CRB? Nem eu. […]
Acho que o conselho nãos erve para nada
São órgãos burocráticos, que na maioria das vezes agem contra o profissional, o melhor deles é o setor que arrecada nosso dinheiro, esse funciona mesmo.
Agora peça um doc.!!! vc vai saber onde fica o inferno que que os que nos votamos são os capetas. E que lá esses tem tramites e reuniões uma vez por mês, do mais não sabem , não querem e não podem resolver nada. Essas merdas deveriam ser fechadas.só servem para atrapalhar a vida da gente. pessoas que são pagas por nós e só dizem que não podem ajudar. Será que podemos mandar fechar:? como se reunir e acabar com essas merdas?
FECHEMOS ESSAS COISAS CHAMADAS CONSELHO DE CLASSE DO BIBLIOTECÁRIO.COMECE PELO DE SP
se conselho fosse bom tinha outro nome. Desgraça de profissão!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Todas as: PERGUNTAS FREQUENTES: só tratam do tema taxa de anuidades direta ou indiretamente.. Ohh medo de ficar sem dinheiro da gente…
Reintegração
Não houve ocorrências de ” Reintegração” este mês.
Então devolve as anuidades, ja que não trabalharam!!!!!!!!!!!!!
Porque é importante ter uma biblioteca
em toda escola pública do País?
para recolher mais anuidades para os conselhos!!!!
Uma comemoração à altura dos bibliotecários de São Paulo!
DESAFIO: A LUTA PARA CONSCIENTIZAR O PODER PÚBLICO PARA QUE TODAS AS
ESCOLAS TENHAM UMA BIBLIOTECA.
Quem lê e não pensa, acredita!!!!
Odeio ser bibliotecário, graças ao trabalho do conselho e na enrolação chamada “Plenárias”
Essa cobrança é abusiva pra gente que ganha pouco, por ser bilbiotecario, as empresas não paga o que realmente deveria se pagar, dai vem o CRB subtrair do pouco de nos resta…
eu sou a favor da extinção do CRB…