Por que as bibliotecas importam?

Semana passada eu tive um encontro com William Okubo e Regina Fazioli na Biblioteca São Paulo, onde a gente fez uma apresentação/bate-papo sobre os recursos que as bibliotecas públicas oferecem e que, geralmente, os cidadãos desconhecem.

O encontro serviu como um início de uma estratégia de trabalho voluntário bibliotecário (vou falar mais sobre isso depois), além de exercer a chance de usar o espaço físico da biblioteca pública para eventos desse tipo. Obviamente que não é dentro de uma biblioteca, falando em grande parte para bibliotecários, que vamos resolver o problema das pessaos que estão do lado de fora da biblioteca. Mas já foi um primeiro exercício.

Conceitualmente, os bibliotecários desde sempre tiveram uma grande dificuldade em apresentar ao grande público a essência do seu trabalho e de tempos em tempos precisam justificar a sua existência. Dificilmente a gente consegue resolver esses problemas sem cair nas complexidades das soluções, mas de qualquer forma, a solução do problema de reconhecimento/visibilidade/usabilidade das bibliotecas faz parte da nossa responsabilidade profissional.

Será que em um primeiro momento, sem titubear, a gente consegue responder a pergunta “por que as bibliotecas importam?” sem cair nas premissas clássicas que fazem as bibliotecas serem o que são há milhares, centenas de anos, mas justificando o investimento que é feito nelas nos dias de hoje? Será que a gente consegue mostrar pro cidadão contribuinte que o investimento é justificável?

Particularmente acho que quase a totalidade do problema dos bibliotecários é de marketing (não conseguimos definir e atingir o público alvo), enquanto que as bibliotecas são provavelmente a única organização restante composta por um único tipo de profissional. As bibliotecas públicas que funcionam como um modelo de conexão entre o produtor e o consumidor da informação não são mais suficientes ou necessárias, porque isso o google faz e faz melhor. Atacando esses pontos, sem entrar no universo das complexidades e do #mimimi tradicional da classe, é possível ser um pouco mais feliz.

No mais, a melhor maneira de defender e justificar as bibliotecas públicas é usando. Então usem as bibliotecas públicas, expliquem pros usuários que utilizar a biblioteca pública é justificar os impostos, é economizar dinheiro, é participar da comunidade, é aprender, é exercício de cidadania.

Comecem por aqui: lista de todas as bibliotecas públicas do Brasil

Abaixo os slides da minhas apresentação, das apresentações do William, bibliotecário da Biblioteca Mario de Andrade, e da Regina, que coordena a Biblioteca Virtual do Governo do Estado de São Paulo.

Por que as bibliotecas importam? Moreno Barros

Bibliotecas de São Paulo – Arte, Cultura e Informação

Biblioteca Virtual do Governo do Estado de São Paulo

* meus agradecimentos à Paloma Altran e Ana Marysa pela organização do evento e BSP e Contempory pelo suporte.

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a versão Porto Alegresense, por Karin Menoncin

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3 respostas para “Por que as bibliotecas importam?”

  1. Olá caro amigo, venho acompanhando seu blog a algum tempo. E claro me deslumbro com as fotos vídeos e também com o tema. Não sou bibliotecário mas nutro um profundo amor pelos livros, pela possibilidade de conhecimento e muito mais por ter acesso a isso gratuitamente. Hoje eu sou formado em comunicação social, mas descobri que me daria muito bem como biblioteconomista, contudo na ocasião da época de vestibular eu não fazia idéia disso. Mas nutro esse amor, moro aqui no interior paulista, uma cidade chamada valinhos. Aqui claro existe biblioteca pública, mas eu percebo que quem a frequenta são alunos de escola, não vejo muitas pessoas usando a biblioteca fora dos horários mesmo por que ela fecha as 17 horas rs, horário em que todos estamos trabalhando. Honestamente, creio que o problema das bibliotecas não são os profissionais exatamente que trabalham, alguns deles estão até acomodados… Mas penso que sim são as próprias pessoas que residem na cidade, me parece que elas não buscam mais a biblioteca, e sim existe o problema de mobilidade urbana, as facilidades da tecnologia a um click de distância e tempo. Mas honestamente nada substitui a experiência sensorial de tato com o livro. Mas creio que para iro as bibliotecas devam oferecer novas atividades dentro de suas instalções. Sei que muitas oferecem alguns cursos e acredio nesta possibilidade, mas atualmente, olhando esta biblioteca aqui cidade vejo que as duas partes ficaram de “saco cheio”, ou seja, o poder público não quer nem saber, e a população menos ainda.
    é uma pena, pois eu que tanto gosto de biblioteca fico chateado por so ter que contentar em ver fotos e vídeos das bibliotecas gringas maravilhosas ! Então é o que penso, pelo menos aqui nesta cidade onde resido.

    Obrigado

  2. Moreno voçê é o maior… Sua apresentação está o máximo: pertinente, inteligente, rigorosa, bem humorada e visualmente atrativa. Parabéns! Você é um bibliotecário com futuro.

  3. Parabéns pelo assunto abordado de forma hiper atraente, realmente me orgulho (e utilizo) do sistema integrado das bibliotecas de São Paulo.
    ^.~

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