Agora que eu tenho um celular com câmera (sim!) na última vez que estive na Biblioteca Pública de Copacabana registrei o ponto máximo da arquitetura sui generis daquele nobre local: a banheira.
Pois é, no fundo de uma sala, após um corredor com estantes de livros, entre os dois banheiros da biblioteca, jaz uma linda banheira banhada pelos raios solares.
Aqui está a foto:
A história da casa explica um pouco a banheira e encontrei um belo relato de uma usuária não identificada em um determinado blog:
“Como sócia-atleta da Bibl.Pub. Carlos Drummond (RJ) fui retirar o Kalki do Gore Vidal para solucionar uma dúvida, que vinha me mordendo e fui informada por uma ‘querida’ (deveria ser terminantemente proibido o exercício de certas profissões por pessoal não vocacionado – Afff!), que G.Vidal e outros ( tipo:Nikos Kazantzákis) foram descartados por necessidade de espaço para as novas aquisições. Orgulhosamente, me ondicou vários exemplares de Danielle Steel e similares…(oi!?) Como não sou de deixar passar o cheirinho de um livro novo, dei uma boa ‘prise’ e ‘bora cuidar da vida… A Biblioteca Pública fica situada em Copacabana, numa casa construída no início da década de 20 (tombada), que Gaudi gostaria de dar uma olhada (ah, se gostaria!). De fora os 4 andares só se mostram:3!. Não possui janelas. Um sistema de ventilação espetacular, só batido pelo hidráulico que permitia 2 chafarizes na sala, os quais faziam contraponto com um gonzo enorme para chamar os ‘serviçais’, sumido há muito…! Isso sem falar das iluminarias (que deveriam estar em Milão) e nos panéis da portas com motivos pintados à óleo, todos originais. Um luxo, uma ode à modernidade. O “feliz proprietário”, é uma vida própria para ser dissecada em um bar regada a muitas rodadas de chopp: Cabalista (judeu), origem francêsa, ao assumir sua homossexualidade mandou anexar ao projeto original uma escada (do meio de lugar nenhum) partindo do seu quintal (backyard) diretamente para ameia (é isso? já que não existem janelas) que guarnecia o seu quarto, para que os seus amantes entrassem sem serem percebidos pelos demais…. Há um sala com várias estantes fechadas à vidros em mogno e no centro uma bela banheira com pés em garras. Nesta mesma sala, em paredes opostas, há 2 portas dão acesso a banheiros idênticos e (salvo engano) com características masculinas (mictório). Como dá para sentir de leve, sou apaixonada pela casa (tadinha dela. como soa ser: maltratada), que o ‘povo’ chama de Casa da Bruxa e que gostaria de vê-la transformda em ambulatório para à comunidade do Pavão-Pavãozinho…. Humpf!”
Em um segundo blog, está a informação técnica
“A Casa Villiot, projetada em 1920 por Antônio Virzi (1882-1954), personagem importante da arquitetura carioca no início do século XX. para residência de Victor Villiot Martins na Rua Sá Ferreira, 80, é a última obra conhecida do arquiteto italiano. Caracterizada por tratamento formal inusitado em que predominam os volumes escalonados e interpenetrantes e elementos art-déco, foi apelidada na época de “casa sem janelas”, tendo sido considerada uma das mais avançadas propostas arquitetônicas no Brasil nos anos 20. A construção possuía originalmente uma área construída de 306 m², apresentando programa arquitetônico coerente com o adotado para os bangalos de classe média em 2 pavimentos surgidos no bairro à época. Protegida pela legislação municipal de tombamento (1996), declarada de utilidade pública (1997) e desapropriada pela Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro (2000).
A proposta de adaptação de uso do imóvel considerou a necessidade de transferência para o local da Biblioteca Popular de Copacabana Carlos Drummond de Andrade – embora tenha sido “batizada” pelo nome de Biblioteca Municipal Infantil Max Feffer. TOMBADO PELO DECRETO MUNICIPAL 15.135/96, de 24/091996.”
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