Já que o William Okubo fez uma preciosa (imagine o Sméagol falando isso) lista dos melhores livros de literatura lidos por ele em 2013, pensei: porque não uma das melhores HQs que li em 2013? Pelo menos minha namorada concordou comigo…“aham honey”.
Meu primeiro contato com a leitura foi com histórias em quadrinhos, com a Turma da Mônica e Peanuts, e mais intensamente, com as do Chico Bento, o “culpado” por eu escrever muita coisa errada por muito tempo.
A partir dessas primeiras leituras, o meu interesse por quadrinhos e pela literatura em geral se desenvolveu. O prazer de ler se estendeu para outros gêneros, mas nunca abandonei as bandas desenhadas. Já na adolescência, a busca por algo a mais nos quadrinhos traduziu-se em graphic novels. Frank Miller e o mago Alan Moore me mostraram que não há limites nos quadrinhos para a imaginação. Tudo, tudo mesmo pode ser ilustrado e dito ali.
Infelizmente existe muito preconceito com os quadrinhos e muitos não os consideram como um braço da literatura. Isso acaba se estendendo para muitas bibliotecas e seus bibliotecários, que as moldam conforme suas restrições e gostos pessoais, já que vejo pouquíssimas bibliotecas com algum acervo de quadrinhos. Creio que isso aconteça por simples desconhecimento das nuances das narrativas, da arte nas ilustrações e diversidade de subgêneros que esta mídia permite explorar. Pra essas pessoas, mando um beijinho no ombro.
Mas chega de conversa e ressentimento.
Ah! Antes que alguém conteste que aparecem na lista obras que não são de 2013, explico que esta é uma lista subjetiva e pessoal dos melhores que li em 2013, até porque muitos desses quadrinhos demoram a ser publicados em terras tupiniquins.
Simbora! vamos a minha lista de melhores quadrinhos que li em 2013 (no final tem links para listas de alguns críticos experientes e de premiações como o Eisner Awards):
Pagando por sexo.
Arte e roteiro: Chester Brown
Nesta graphic novel, Chester Brown contesta o amor romântico em relatos com garotas de programas que passaram a fazer parte de sua vida desde que ele abandonou os relacionamentos “não pagos”.
Astronauta: magnetar
Arte e roteiro: Danilo Beyruth
Esta obra faz parte do novo selo Graphic MSP do Maurício de Sousa, que são releituras dos personagens clássicos feitas por diversos artistas, com uma linguagem mais adulta, no modelo graphic novel. Quem assistiu e gostou do filme Gravity, com certeza vai gostar de Astronauta: magnetar.
Loki
Arte: Esad Ribic
Roteiro: Robert Rodi
Loki, o príncipe das mentiras, é um personagem denso, que vai muito além da superficialidade que são retratados alguns personagens mais pops. Nesta obra magnífica ele é magistralmente apresentado. A arte é impecável, o roteiro bem trabalhado e amarrado, e não deixa voando nem mesmo quem não costuma ler quadrinhos. A edição que saiu no Brasil é encadernada, capa dura, coisa linda.
Bônus:
Surpreendentes X-men: superdotados
Arte: John Cassaday
Roteiro: Joss Whedon
Aqui existe uma história central, fechada, sem relação com outras publicações dos X-men. Os personagens são maravilhosamente bem trabalhados por Joss Whedon e a arte de Cassaday não fica devendo. Para quem não sabe, Whedon é responsável por um dos maiores sucessos da Marvel nos cinemas, Avengers.
Apesar de a obra ter sido publicada lá nos EUA a 8 anos, a Panini relançou por aqui novamente e vale a pena acompanhar esse arco.
Thanos Rising
Arte: Simone Bianchi
Roteiro: Jason Aaron
Série em 5 edições que mostra a origem de um dos maiores vilões do universo dos quadrinhos: Thanos, o avatar da morte. O universo cósmico da Marvel tende a ter histórias mais bem elaboradas e com os dois pés na literatura fantástica e ficção científica, e nesta obra não é diferente. A arte de Bianchi é de chorar de emoção, assim como toda a história do roxinho de Titã.
Persépoles
Arte e roteiro: Marjane Satrapi
A obra é antiga, mas a Companhia das Letras, através da Quadrinhos na CIA, lançou Persépolis em edição única, completinha.
Persépolis é uma autobiografia em quadrinhos de Marjane, garota nascida em uma família moderna que vivenciou aos 10 anos a revolução islâmica no irã.
Marie-Gabrielle de Saint-Eutrope
Arte e roteiro: Georges Pichard
Outra obra antiga, de 1977, mas que continua a chocar muita gente até hoje. É pra quem tem estômago e não estranha um erótico mais hardcore.
Outras listas:
Omelete: http://omelete.uol.com.br/quadrinhos/retrospectiva-2013-melhores-hqs-do-ano/
Papo de quadrinho: http://revistaogrito.ne10.uol.com.br/papodequadrinho/2013/12/26/papo-de-quadrinho-escolhe-as-melhores-hqs-de-2013/
Sobre quadrinhos:
http://papodehomem.com.br/por-que-leio-quadrinhos-tanto-quanto-leio-livros/
Prêmio Eisner:
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