8 razões para participar de um congresso internacional de biblioteconomia

Recentemente estive em Barcelona para participar do BOBCATSSS, uma conferência de bibliotecas organizada por um grupo de estudantes europeus de biblioteconomia. Ao voltar, percebi que muitos dos meus colegas (alunos e bibliotecários) não tinham conhecimento da variedade de oportunidades internacionais de conferências na área de bibliotecas. Como estudantes, professores de biblioteconomia e bibliotecários, somos frequentemente incentivados a participar de conferências, criar cartazes e apresentar trabalhos. Então, por que não fazer o mesmo em outro país? Pode parecer assustador, mas assistir a uma conferência internacional pode ser uma ótima maneira de se abrir para temas e conexões novas.

Aqui estão algumas observações, recolhidas a partir das minhas experiências em eventos internacionais, sobre por que você deve considerar um congresso fora do Brasil:

1. Língua não tem que ser uma barreira
Se você é como eu, estudou uma língua estrangeira na escola, talvez um pouco na faculdade, mas não necessariamente se sente confortável indo para uma conferência acadêmica e apresentar em outra língua. Não tem problema! Muitos conferências internacionais de biblioteca são em inglês e outras oferecem serviços de tradução simultânea para as sessões e programas maiores. Isto é, naturalmente, algo a ser verificado antes de apresentar uma proposta, mas raramente representa uma verdadeira barreira para a sua participação em conferências. Congressos internacionais querem que as pessoas de uma variedade de países possa participar, então eles se preocupam em encontram maneiras de superar as barreiras de linguagem.


[IFLA 2010 Stockholm Satellite Meeting : Marketing Libraries in a Web 2.0 world]

2. O financiamento pode ser encontrado
Eu sei o que você está pensando: “Não tenho dinheiro para vôos internacionais”. Para isso eu digo: você pode não ter o dinheiro, mas isso não significa que ele não pode ser encontrado! Muitos dos estudantes que conheci nos ENEBDS e bibliotecários na IFLA tinham recebido algum tipo de financiamento para participar da conferência. Quer se trate de sua bolsa de pesquisa, a unidade a qual sua biblioteca está subordinada, ou através da associação de bibliotecários e o CRB, há financiamento de viagens disponível e você pode obter um pouco de recurso. Além disso, as passagens de avião são o principal obstáculo, uma vez que em outro país você pode geralmente encontrar formas para se manter com um orçamento apertado (por exemplo, ficar em albergues ou na casa de conhecidos e encontrar uma lanchonete barata).

3. Você vai apresentar suas idéias para um público internacional
O feedback que recebi do público em minhas apresentações foi extremamente útil em termos de expandir o pequeno segmento internacional de minha pesquisa. Saí da conferência com novas idéias e estratégias para incorporar mais elementos e dados internacionais.


[Library 2.0 Worldwide Virtual Conference 2012]

4. Você vai ganhar uma perspectiva internacional complexa sem precedentes
Mesmo que a sua área de pesquisa esteja solidamente enraizada no Brasil, ir a conferência internacional e ouvir idéias, dificuldades e vitórias de bibliotecários não-brasileiros altera sua mentalidade de uma forma que nenhum curso ou seminário poderia realizar. Isto lhe dará uma nova lente para visualizar seus estudos e práticas.

5. Você faz visitas técnicas nas bibliotecas
Muitas conferências internacionais conhecem o seu público e organizam “programas sociais” que envolvem passeios nas bibliotecas locais. Assim, não só você cumpre o desejo bibliotecário de ver novas bibliotecas, muitas vezes faz um tour técnico, conhecendo seus bastidores.

6.Você vai conhecer alunos professores e profissionais fantásticos de todo o mundo
Networking é sempre uma das principais funções das conferências – você conhece novas pessoas e estabelece contatos em outros lugares. Agora imagine ter contatos em lugares como Suécia, Peru, Islândia e Letônia! Não custa nada expandir a sua rede de conexões para incluir profissionais internacionais.

7. Quando perguntado sobre um tema ou assunto em uma entrevista, que você pode dizer coisas como: “Sim, bem, sou a favor da abordagem que estão usando na Alemanha, que é …” e, na verdade, saber o que você está falando
O conhecimento sobre as questões internacionais da biblioteconomia vai fazer você parecer mais engajado e globalmente consciente aos potenciais empregadores.


[IFLA/ALA webinar 2013: New Librarians Global Connection | minha parte começa no minuto 47]

8. Você vai conhecer um lugar novo
Claro que isso vale para conferências em qualquer lugar que não tenha visitado, mas é definitivamente um grande motivador. Conhecer uma nova cultura e país pode parecer muito além da experiência um tanto estressante de participar de uma conferência. Mas os benefícios e as experiências são grandes demais para deixar passar.

Então, comece a pesquisar conferências internacionais de biblioteca já! Grupos como BOBCATSSS e IFLA (Federação Internacional de Associações e Instituições Bibliotecárias) realizam conferências anuais e podem ser sua próxima oportunidade internacional.

Você já esteve em alguma conferência internacional? Compartilhe suas experiências e dicas nos comentários.

[texto original de Nicole Helregel]


5 respostas para “8 razões para participar de um congresso internacional de biblioteconomia”

  1. Concordo integralmente e posso dizer que quanto antes buscarmos essa participação e engajamento, melhor. Particularmente iniciei minhas aventuras em eventos no exterior muito por conta do meu trabalho, onde sempre busquei engajar minha biblioteca no cenário internacional participando de consórcios, etc., e também muito por conta do movimento associativo, que vem me abrindo muitas oportunidades. Para os mais jovens só tenho a dizer que não hesitem, tudo que gastarem nisso é investimento com retorno certo. Será um grande diferencial em suas carreiras.

  2. Compartilho de todas as razões para frequentar congressos internacionais, pois essas parecerias são importantes para as pesquisas na biblioteconomia

  3. Que fantástica sua experiência, Moreno! Eu ainda não fui em nenhum congresso internacional, só num da província de British Columbia, no Canadá, onde eu resido. Tenho a maior vontade de ir num congresso da ALA!

    No último período do meu mestrado, fiz uma disciplina de biblioteconomia internacional e pude estudar sobre como são as bibliotecas em diversas partes do mundo. Falamos muito sobre a África, Oriente Médio e Europa. Foi super interessante ver como o campo é desenvolvido em outras partes do mundo. Essa troca de experiências pode fazer com que os serviços locais se aprimorem.

  4. Obrigada por escrever esse post sobre um assunto no qual eu vinha pensando faz tempo. Realmente, as supostas barreiras para a participação em congressos internacionais — como grana e idioma — na verdade não são tão intransponíveis assim, e as vantagens e benefícios superam de longe o esforço necessário para chegar lá.
    Além disso, existem outras alternativas para participar de eventos internacionais, como as conferências virtuais e grupos de discussão de associações profissionais, que em muitos casos são gratuitos e abertos a qualquer interessado.

  5. De fato, toda a possibilidade de alargar a visão, aumentar o conhecimento, fazer amizades e melhorar o network fazem valer a pena o investimento de tempo e dinheiro para este tipo de evento. Obrigado Moreno Barros por estruturar os motivos de modo claro e motivador.

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