Dado o seu potencial para a colaboração, estabelecer conexões e troca de informações e ideias, acadêmicos e pesquisadores podem utilizar as mídias sociais para otimizar seu trabalho, por que não? Algumas redes sociais já existem exclusivamente para conectar acadêmicos e apoiar os esforços, não só dos pesquisadores, mas também dos bibliotecários. Aqui estão algumas delas:
Academia.edu – De acordo com seu website “Academia.edu é uma plataforma para os acadêmicos compartilharem trabalhos de pesquisa”. A missão da empresa é acelerar a pesquisa do mundo. Academia.edu é uma rede bem conhecida, com mais de um milhão de pesquisadores. É muito rápido e fácil criar um perfil, e o site é capaz de extrair informações a partir de outras redes sociais como Twitter e Facebook para criar rapidamente o referido perfil. Um dos grandes benefícios de academia.edu é que os pesquisadores podem fazer upload de vários documentos, incluindo publicações e um CV, participar de conversas em comunidades acadêmicas e escolher entre uma variedade de interesses para seguir. A inscrição é gratuita.
Mendeley – De acordo com sua página de recursos, Mendeley é “um gestor de referências bibliográficas livre e rede social acadêmica que pode ajudá-lo a organizar sua pesquisa, colaborar com outras pessoas online e descubrir as últimas pesquisas.” Seu slogan é “É hora de mudar a forma como fazemos pesquisa”. Mendeley permite aos usuários carregar e compartilhar pdfs e incentiva a colaboração em grupos, onde os membros podem compartilhar documentos, acompanhar as atualizações, fazer comentários e acompanhar o progresso dentro dos grupos que criam. Os usuários também podem procurar artigos no banco de dados crowdsourced do Mendeley, adicionar documentos à biblioteca de seu perfil e comentar sobre os artigos de colegas diretamente. Mendeley não é apenas uma rede social, mas um gerenciador de referências bibliográficas de código aberto que é gratuito para se inscrever e fazer o download para o seu computador.
ResearchGate – O slogan do ResearchGate é “construído por cientistas, para cientistas, com a ideia de que a ciência pode fazer mais quando é impulsionada pela colaboração”. O principal objetivo do ResearchGate é conectar os cientistas, a fim de promover a colaboração. Com mais de 1,5 milhão de usuários, sua comunidade é composta de várias disciplinas. ResearchGate fornece uma plataforma para usuários construirem um portfólio online, apresentar a sua pesquisa, buscar um banco de dados de publicações do usuário e lista de conferências científicas. A inscrição no ResearchGate é gratuita.
Zotero – Enquanto o propósito primordial do Zotero é “ser uma ferramenta de uso fácil para ajudá-lo a coletar, organizar, mencionar e compartilhar suas fontes de pesquisa”, é uma rede bem conhecida e utilizada por uma significativa comunidade. Zotero hospeda grupos que permitem aos usuários se conectar e colaborar com outros cientistas e acadêmicos, e descobrir as obras de outros. Ele contém várias disciplinas através do qual um usuário pode se manter atualizado em e procurar as pessoas a se conectar. É livre para se inscrever e você fazer o download para o seu computador.
Scholastica – É uma start-up relativamente nova iniciada por um grupo de estudantes de pós-graduação na Universidade de Chicago. O objetivo do site é permitir que qualquer pesquisador crie, gerencie e publique em revistas de acesso aberto com revisão por pares online. Scholastica facilita o processo de publicação acadêmica através da conexão dos acadêmicos com revistas em que desejam publicar e conectando os periódicos com candidatos ao papel de revisores. Por ser uma rede nova, as comunidades acadêmicas são pequenas e os fundadores estão em processo de negociação com muitas revistas e editoras.
Os sites acima oferecem funções exclusivamente vantajosas para os pesquisadores, especialmente os programas de gerenciamento de referências, como Mendeley e Zotero. Mas para as mídias sociais acadêmicas obterem sucesso, é preciso criar oportunidades e benefícios que favorecem o conhecimento de maneiras que os métodos tradicionais não conseguem ou que levariam muito mais tempo para fazer.
Sim, existem várias críticas aos sites acima que uma pesquisa no Google pode facilmente descobrir. Os benefícios de tais sites para qualquer pesquisador ou cientista é somente tão grande quanto a comunidade no site de sua disciplina específica. Mas é melhor termos em mente que uma nova geração de estudantes de pós-graduação está entrando na academia tendo construído sua presença online, com habilidades desenvolvidas na navegação online e se conectando nas mídias sociais como Facebook e LinkedIn, e cuja norma é socializar na internet.
Por que esta próxima geração de pesquisadores não usaria tal conjunto de habilidades conforme eles vão avançando em suas carreiras acadêmicas, especialmente tendo em conta o quão competitivo o mundo acadêmico é? Embora seja muito cedo para dizer se redes sociais acadêmicas se tornarão a norma respeitada, especialmente tendo em conta o forte senso de tradição acadêmica, não se pode negar que elas vão exercer algum tipo de papel.
Particularmente, acho que algumas dessas redes oferecem bastante visibilidade aos pesquisadores, especialmente Academia.edu, que costume aparecer bem no ranking de resultados do google. Otimizar a marca pessoal de certo modo é parte do trabalho de comunicação científica.
Quando primeiro tomei conhecimento dessas redes, pensei que o mais interessante seria os próprios acadêmicos possuírem sites pessoais, onde estaria ali abrigada toda a produção intelectual. Algo mais aberto aos parâmetros da web hoje, independente e menos quadrado e institucionalizado como o Lattes, por exemplo. Ainda estou pra ver site mais incrível do que o de Ethan Persltein, pesquisador independente em farmacologia evolucionária.
Fabiano Caruso alertou para o risco que é incluir dados no Lattes ou qualquer outra rede social acadêmica e não saber exatamente como eles gerenciam ou utilizam a informação fornecida pelos pesquisadores. Mais ou menos como funciona a ética do Facebook, os usuários são o produto. Será que essas redes sociais acadêmicas serão capazes de gerar renda e lucro oferecendo os dados de pesquisa para instituição de P&D? Nós não sabemos. Todos os modelos de negócio, em última instância, dependem do trabalho livre dos usuários acadêmicos – um modelo que, pelo menos na área das humanidades e das ciências sociais, tem gerado debate considerável sobre suas dimensões potencialmente exploração. Quem sabe o próprio Facebook um belo dia não decide comprar o Academia.edu. Sinal dos tempos!
No meu caso pessoal, cansei um pouco da ideia de ficar movendo dados de uma empresa para outra, sempre que uma nova atraente aparece no mercado. Hoje é o Mendeley, amanhã poderá ser outra.
Mas talvez seja muito com que se preocupar. Sabemos que somos espionados, por exemplo, mas quem se importa? O risco aparente é menor do que o benefício.
Não deixem de acessar também a lista de ferramentas para organizar citações, compilada pela Marcela.
[tradução adaptada do original Social Networking for Academics and Scholars]
4 respostas para “Redes sociais para pesquisadores e acadêmicos”
[…] pesquisadores de hoje se comunicam através do Twitter, do Facebook, e de redes sociais acadêmicas que cumprem um papel cada vez mais importante para a construção da ciência. Para dar conta […]
revolução social as redes sociais mudaram de maneira drástíca a forma como as pessoas se comunicam a pergunta é sera que está mudança não abril ma grande lacuna no relacionamento das pessoas??
O Lattes não poderia ser considerado um tipo de rede social acadêmica?
[…] blog Bibliotecários Sem Fronteiras fez uma lista muito boa de redes sociais acadêmicas com a descrição de cada uma que citei […]