No ensejo do movimento Black Bloc, fenômeno tão falado no Brasil recentemente, mas que eclodiu em meio a rebeliões populares que ganharam visibilidade na Alemanha dos anos de 1980, fiquei pensando no surgimento do Biblio Bloc, um agrupamento de sujeitos ligados à Biblioteconomia que agissem contínua e conjuntamente em prol da valorização de nosso campo profissional. Entre as intervenções possíveis, a promoção de manifestações públicas engajadas em requerer das instâncias políticas e de mercado melhores condições de trabalho, bem como uma maior inserção social dos bibliotecários nos diversos segmentos ligados à informação e ao conhecimento.
Está na hora pessoal! Vamos aproveitar as comemorações alusivas ao nosso dia e acordar o gigante que existe em nós. Vamos nos unir e, a exemplo dos Black Blocs, instaurar um movimento contra a acomodação que paira sobre nossa classe profissional. Questionar a ordem estabelecida é mais produtivo que ficar reclamando do chefe, do salário, da empresa, do sindicato, do conselho, da associação, dos professores e dos cursos de formação universitária. Sem desconsiderar a carga de responsabilidade que perpassa cada um desses núcleos, faz-se necessário ter clareza que a mudança desejada cabe aos bibliotecários, exclusivamente a eles. Isso porque, a mudança que se reivindica nasce no comportamento, na atitude que ampara nossa identidade profissional. Identidade que se reforça e se dá a ver em momentos de socialização e compartilhamento de ideias, seja em uma caminhada em prol do dia do bibliotecário, seja na mesa do BiblioChopp ou mesmo em uma tarde de contação de histórias no parque visando incentivar o gosto pela leitura das crianças. Ações simples, mas que reforçam a velha máxima segundo a qual o que vale é a atitude, a paixão pelo que fazemos e aquilo que faz o coração bater mais forte e que nos leva a sair da zona de conforto instituída por nós e para nós.
Nesse sentido, ao contrário de promovermos danos materiais e a depredação de órgãos públicos e privados como os Black Blocs, vamos usar nossa principal arma: a INFORMAÇÃO. O Black Bloc tem por vocação ideológica questionar a ordem vigente, então vamos nos apropriar dessa concepção para requerer que nossos espaços de atuação sejam respeitados e ampliados, mas de uma forma pacífica e legal. Devemos, pois, lutar pela validação da Lei 12.244, da 12.527 e de tantas outras ainda estão em tramitação no legislativo. Agindo assim, o Biblio Bloc não precisará manter-se no anonimato e nem realizar ataques diretos aos símbolos capitalistas para chamar atenção e protestar como fazem os Black Blocs, basta que MOSTREMOS NOSSA CARA, que deixemos claro o que somos capazes de fazer para melhorar o acesso, a recuperação e a disseminação da informação. Mas lembrem-se bibliotecários: a mudança tem que ser de dentro para fora e não pode ser afetada por instituições ou discursos que não preconizam ações efetivas. Juntos somos mais fortes e precisamos acreditar nisso!
Áh! E Feliz Dia do Bibliotecário para nós!
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