Se eu fosse dono de alguma loja que atendesse diretamente ao público, de roupas, carros, livros, qualquer coisa, eu despediria todos os meus vendedores forçadamente simpáticos e contrataria bibliotecárias(os) de referência. Nunca vi nenhum atendente melhor do que nós. Sério. E mais: fazemos isso sem levar comissão por empréstimo de livro.
É por isso que acho ridícula e criminosa essa substituição do “usuário” por “cliente” na literatura biblioteconomia. Vejo colegas mostrarem todos os dentes para dizer que tem clientes. Clientes? Onde já se viu uma biblioteca pública ou escolar ou universitária ter clientes? Tem usuários, alunos. Lembro que no inglês o termo usado para usuários em bibliotecas públicas (não sei dizer se somente nelas) é patron, que é cidadão e falso cognato de patrão no português. Já pensou se no lugar de cliente utilizássemos patrão? Já fazemos isso com nossos usuários. Tratamos como patrão, independente de cor, credo, time de futebol e conta bancária.
Os usuários não deixam nada na biblioteca além da satisfação de ser bem atendido. Por isso não são clientes.
Outros termos também são usados na literatura para quem usa bibliotecas, como leitor, que é clássico, consulente (na minha opinião má tradução).
Particularmente eu gosto de usuário. Mas gostaria de chamar de amigo. Amigo da biblioteca.
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