Outro dia Marina publicou no facebook uma ocorrência policial na biblioteca:
Usuário esquece a chave na mesa. Malandro pega a chave, abre o armário e vai embora com a mochila alheia! Funcionários têm um suspeito. Guarda universitária é acionada, o indivíduo é localizado, a mochila recuperada. Ufa. Cuidado, pessoal, essas coisas acontecem e nem sempre o final é feliz.
Nós passamos muito tempo na biblioteca. Na maioria das vezes, é tudo tranquilo, com apenas os sons de pessoas sussurrando, o estalido de dedos em teclados de computador, o som ocasional de espirros ou shiiii. Mas outras vezes, há o som da violência, pessoas gritando vulgaridades, doentes mentais agitados, usuários que discutem com seguranças sobre beber no edifício ou ter relações sexuais nos banheiros, e até mesmo colegas bibliotecários se estapeando (por que não?).
Não tenho números oficiais ou relatórios de segurança em bibliotecas, nas principais cidades, nos últimos anos, mas sabemos que incidentes são comuns, incluindo aí atividade criminosa, roubo, vandalismo, distúrbios, pornografia nos computadores de uso público e má conduta geral dentro de bibliotecas públicas e universitárias ao redor do país.
De casos recentes, para ilustrar, três baleados na Biblioteca Nacional de Brasília, porradaria na Biblioteca Nacional do Rio, porradaria em biblioteca de escola particular no Rio, porradaria em biblioteca pública em Guaíra, porradaria em biblioteca pública de Curitiba, estudante de biblioteconomia que furta obras raras, e por aí vamos.
Estou supondo que as bibliotecas com maior tráfego de usuários sejam as com número de distúrbios proporcional, casos em que os guardas de segurança ou a polícia local tiveram que intervir. Em suma, a maioria dos incidentes nas bibliotecas são benignos, mas elas não são imunes ao crime (como alertou Marina). Mesmo em espaços geralmente considerados seguros para visitar, reunir, aprender e explorar, seguros inclusive para crianças, os relatos entre colegas falam de pedofilia, drogas e brigas.
Vale lembrar que em muitas cidades não há outras instituições na área que recebem o número de visitantes que as bibliotecas recebem, mas mesmo assim, muitas não contam com vigilância ou dispositivos de segurança.
A verdade meus caros, é que não restam mais locais seguros, pra nós sair de casa já é se aventurar e estamos entregues à própria sorte. Uma característica marcante da biblioteca é a sua política de portas abertas, favorecendo o acesso à informação para todos, mas além de aberta é importante garantir que a biblioteca seja também segura. Por esta razão, é necessário reconhecer os casos típicos de violência e crime na biblioteca e estar preparado para lidar com eles. Um problema que não é ensinado no curso de biblioteconomia.
Com base em situações de risco (material e humano), perda e roubo, gestores de biblioteca podem formular um plano de segurança. Infelizmente, não encontrei orientações ou artigos sobre segurança e violência em bibliotecas. Há um diretriz da ALA sobre Segurança em bibliotecas. Seria legal também saber o que outras bibliotecas têm feito em relação à ocorrências policiais e se elas possuem alguma normativa sobre isso. Alguém teve alguma ocorrência recentemente ou desenhou uma política de segurança para a biblioteca?
Deixe uma resposta