Não se falou de outra coisa até agora – pelo menos entre os meus colegas bibliotecários: a vaga do Netflix para tagger. É uma vaga tão boa que parece mentira né? Mas não é mentira não.
O curioso é que as pessoas não tem muita noção do que um “tagger” faz. E isso é, basicamente, catalogação gente. Coisa que a gente ouve desde o início do curso de biblioteconomia.
Eles divulgaram a vaga pelo YouTube ontem, com um vídeo engraçadinho:
É claro que já teve brasileiro levando o vídeo a mal nos comentários. Pois essa vaga é coisa que “nem parece trabalho”. Mas aí é que está…
Nós sabemos que criar categorias, classificações e descrições do que for – de filmes, inclusive Marina que o diga – é trabalho nosso SIM! É nosso trabalho e MUITO! E é inclusive o que fazemos como bibliotecários desde os tempos mais primórdios.
Claro que eles pedem alguém que já tenha familiaridade com a terminolgia cinematográfica, porque aí a curva de aprendizagem é mais rápida para o negócio. Mas a verdade é que qualquer pessoa minimamente interessada pode fazer especificação de produtos facilmente. E como tem muita gente interessada em filmes e séries… Já viram né?
Com certeza vai ter uns 20394820948209389 caboclos tentando essa vaga dos sonhos e eu espero que pelo menos 3 deles sejam bibliotecários. No mínimo.
E aí?
Alguém que é bibliotecário e lyndo já conseguiu se candidatar?
E pra quem acha que essa é a vaga dos sonhos pra assistir todas as séries e filmes preferidos o dia inteiro, eu só vou largar esse Tweet pertinentíssimo aqui:
A vaga é pra quem tem inglês fluente e segue a descrição traduzida, só pra gente saber um pouco mais do perfil que eles procuram:
–
Tagger Brasileiro
Empregos em Aprimoração de Conteúdo
São Paulo, SP
Netflix, o principal canal de Internet do mundo para filmes e TV está lançando uma caçada a um tagger que fale português brasileiro para se juntar a sua equipe de Aprimoração de Conteúdo.
Os candidatos aprovados serão responsáveis por assistir e analisar filmes e séries de TV que será apresentadas no Netflix no futuro. O tagger vai desconstruir os filmes e programas de e descrevê-los usando tags objetivas.
Este “processo de marcação” é a primeira etapa do sistema de recomendação Netflix e trabalha em conjunto com algoritmos avançados que geram sugestões altamente personalizados para cada um dos cerca de 60 milhões de usuários da Netflix, oferecendo-lhes um conjunto individual de títulos correspondentes seus gostos.
Outras responsabilidades podem incluir também atuando como um consultor cultural brasileiro, destacando as especificidades culturais e preferências de gosto nacionais.
O papel vai oferecer horários flexíveis de trabalho a partir de casa e se adequaria àqueles com uma paixão por filmes e séries de TV, como pode ser evidenciado por uma licenciatura em Cinema ou História do Cinema e / ou experiência em dirigir, criar roteiros ou cinema. Os candidatos com experiência de análise (por exemplo, como um crítico ou trabalhar em desenvolvimento) também seria adequado.
As competências chave e qualidades para este papel incluem:
– Expertise em Filmes e Conteúdo para TV
– Excelentes habilidades organizacionais
– Persistência em acompanhamento e seguimento em um projeto
– Detalhista
– Inglês fluente
Habilidades técnicas de interesse:
– Experiência com Sistemas de Gestão de Conteúdos ou Ativos
– Excel
Background:
– 1-2 anos de experiência em companias de website/mídia/novas mídias
– Experiência em Cinema ou editorial de TV é desejável
Favor observar: apenas currículos enviados em inglês serão considerados.
44 respostas para “Vaga para bibliotecários no Netflix Brasil”
Vaga linda, mas salário que é bom CADÊ???????
Essa é uma boa pergunta, Koku. Mas acho que eles vão deixar pra dar essa informação na entrevista… Vamos acompanhar?
De fato, parece ser um trabalho bem interessante. Como tantos outros que existem no mercado e passam desapercebido(?) dos colegas. Apenas discordo que seja “trabalho nosso SIM”. Gente, essa delimitacao de campos de atuacao nao existe mais e faz tempo. Para o mercado o que importa e a QUALIDADE DA ENTREGA e nao a formacao profissional. O dia em que os senhores, agora “cientistas da informacao” forem humildes para aceitar essa verdade/realidade, enxergarao QUANTAS oportunidades de trabalho interessantes de trabalho como esta existem no mercado. Para quem tiver competencia em fazer.
Comecei a ler esse comentário e lembrei de uma palestra da Yara Rezende que falava sobre a atuação de outros profissionais na biblioteconomia, que concordo totalmente. Quando fui ver o nome de quem escreveu, para a minha surpresa, a própria Yara Rezende. Sou muito sua fã. Desde aquela palestra em SC, há uns dez anos, você me conquistou. Hoje penso desse modo, inclusive no artigo da pós escrevi sobre essa possibilidade e realidade, baseada nos teus textos.
É sempre um prazer “ler você”.
É justamente esta a questão que eu quis provocar, Yara. Posso estar completamente enganada, mas ao meu ver, muitos bibliotecários ficam SIM panguando em relação às vagas boas. Marcando touca, mesmo. Ou ainda: róla uma baixa auto-estima por acreditarem que “a vaga é boa demais” pra eles. Ou até mesmo um conservadorismo típico da área que raramente se arrisca a fazer algo que não foi ensinado ou não está acostumado a fazer. Não sei se essas vagas passam sempre “desapercebidas” não e inclusive acho que existem N questões de comportamento/postura dos profissionais da nossa área em relação ao mercado que nunca são discutidas. O que eu acharia legal mesmo é se um bibliotecário ocupasse a vaga e pudesse representar a categoria muito bem.
Não é uma delimitação, mas um chamado para vermos que estudamos para esse trabalho, fomos treinados para ele e, portanto, devemos também nos candidatar a ele. Só não me candidato porque meu inglês é realmente “sofrivel”!
Simone, colegas Profissionais como voce tamvem me conquistam. MUITA gente boa e de atuacao diferenciada sao de SC. Parabens a UDESC e UFSC . De uma olhada nos meus ultimos artigos no site http://www.researchgate.com. Beijo grande!
Com todo respeito, quem pensa primeiramente em “salario” e empregado. Profissional negocia remuneracao
Acho que a questão do salário é importante sim, visto que temos um piso mínimo da categoria que deve ser observado e deve ser sim cumprido. Questionar salário, inclusive, não impede que o profissional negocie a remuneração.
Sinceramente, não entendi seu ponto.
Com todo o respeito.
Ih gente, queria de todo coração que todas as empresas que eu fui entrevistada respeitassem o piso salarial do profissional (especialmente um bibliotecário fora do seu campo de trabalho usual) como está sendo pregado aqui ;). Pergunto sim porque esse tipo de emprego não é bem remunerado nos EUA e fica a dúvida de como será por aqui….
Dora, voce falou tudo: “baixo auto estima”, “marcar touca” e por ai vai. Ha que se perguntar por que quase toda uma categoria profissional age assim… Que “realidade” as escolas tem mostrado?! Que “realidade” blogs como este reforcam? Esse recorrente e historico “coitadismo” so denigre a profissao. Eu gostaria MUITO que o escolhido fosse um colega. Mais que isso, se acontecer, torco para que DE CERTO e nos represente a contento. Quanto a remuneracao, empresas do porte de uma Netfix nao vai MESMO divulgar. O mercado e BEM diferente dos editais de orgaos publicos. E profissional que se valoriza TAMBEM informa o seu “preco” para a empresa, viu? No ambito privado isso existe. Sem essa de empregado que aceita salario. A realidade profissional pode nao ser somente “coitadismo” rame rame de sempre. Vengam para o mundo real.
Sinceramente, como profissional formada e pós-graduanda, vejo a academia muito distanciada mesmo do mercado de tecnologia que é justamente onde deveríamos também estar inseridos. As disciplinas de tecnologia na graduação ainda não são muitas e tudo é introdutório, só ouvimos falar das coisas por cima, raramente de forma aprofundada.
Não vemos absolutamente nada nos cursos de graduação sobre tecnologias que poderíamos estar utilizando, ou ainda mais importante: sobre projetos interdisciplinares. Quem “se aventura” nisso precisa se apoiar em cursos extra-curriculares e aprender “na raça” mesmo. Para mim, esta é a realidade que eu vivi por 4 anos de curso.
E o Bibliotecários Sem Fronteiras sempre foi uma fonte muito importante justamente para eu saber que existem (e que são possíveis) muito mais coisas que não vi acontecendo durante a graduação. Foi uma janela para que eu pudesse enxergar e entender que, mesmo com meus conhecimentos básicos de biblioteconomia, existem possibilidades para mim e pra todos os bibliotecários formandos. Inclusive possibilidades como esta vaga que acabei de postar, sim.
E a questão da remuneração é pertinente não só pelo piso da categoria, mas porque também ninguém sobrevive só de título. Nunca vi nenhum bibliotecário se impôr profissionalmente, principalmente nessa questão, pelo contrário. Bom lembrar também que existem vários tipos de profissionais: os recém formados, os conservadores, os fora da curva, os que buscam verticalidade na carreira, os que buscam horizontalidade na carreira e por aí vai… Ainda bem que somos todos diversos, não é mesmo?
Não exatamente questão de se valorizar ou não. Isso é muito necessário sim, óbvio. Bibliotecário perde vagas incríveis porque não se vê na caixinha, ou pior, porque não se vende como precisa (muito trabalho em tecnologia, AI e UX, não deixam de ser uma versão “modernizada” do que bibliotecário faz desde de sempre). Mas eu, como profissional, não vivo de sonho, pago conta e preciso de uma base mínima pra me sustentar. Empresa que não estipula um salário geralmente (nem sempre, deixemos claro) joga com o que aquele que der menos gasto, mesmo que for um candidato com menos experiência (o mundo corporativo é deveras cruel quando convém).
Quer um bom exemplo? Procura a vaga de bibliotecário para Brasilerinhas, uma vaga tão cool quando essa do Netflix, mas…
Um bibliotecário se aventurando em uma área diferente é muito legal, mas sofre com desvalorização a princípio, simplesmente porque não é uma profissão reconhecida pra essa área específica (e não vamos mimimizar os motivos disso de novo). Saber um salário não significa que não posso negociá-lo, mas não saber um salário não deixa de ser você se arriscando por confiança a uma empresa que nem sempre te valoriza como deveria.
Posso estar enganada, mas desde que acompanho o BSF nunca vi reforçarem coitadismo, ao contrário.
DA valorizacao e CONSEQUENCIA decorrente das experiências e entregas. Se a sua experiencia se restringe a atividades operacionais e/ou tecnicas, a sua margem de negociacao de remuneracao diminui consideravelmente. Por outro lado, que ja experenciou posicoes de (verdadeira) lideranca, decisao, planejamento, etc tem sim grande poder de negociacao. Importante assinalar Dora, que boas empresas definitivamente nao contratam bibliotecarios para Boas posicoes de tecnologia, pois existem bons profissionais especificos de TI aos borbotoes no mercado, inclusive de nivel tecnico. Com isso quero dizer que as melhores posicoes do mercado NAO sao em tecnologia. Sao sim em Planejamento Estrategico, Design/Estetica da Informacao (que e diferente de “arquitetura da informacao”, inteligência competitiva/ cool hunting. Um mundo muito distante da academia ensimesmada e ideologica emperrada do nosso pais.
Discordo que boas empresas de TI não contratam bibliotecários, conheço mais de um bibliotecário em boas posições atuando na área de TI e em grandes empresas. Buscaram formação complementar longe da biblioteconomia, mas a base do curso ajudou muito. Existem vagas melhores? Claro! Inclusive na biblioteconomia tradicional. Só que não se chega a um alto cargo de liderança, de direção, de planejamento, de decisão de imediato – exceto por herança ou abrindo a própria empresa. Na maioria dos casos, é um caminho que precisa ser construído pelo profissional.
Para as funções que citaste existem também excelentes profissionais formados em administração e outras áreas. É tão complexo concorrer com alguém da área de TI quanto da área de ADM para um bibliotecario pelo fato de que somos BIBLIOTECÁRIOS, não administradores no sentido estrito e nem analistas de TI. Nossa formação é diferente da deles ou nem faria sentido existirem cursos diferentes.
Os cursos de biblio precisam melhorar, concordo, mas as nossas bases são importantes e nos ajudam a nos diferenciar dos demais profissionais. Acredito sim que os bibliotecários têm potencial para assumirem vagas em TI, ADM e outras. Até mesmo as que caem como uma luva para bibliotecários – catalogar e indexar filmes e séries, por exemplo. Basta capacitação complementar e aumentar a auto-estima.
Concordo coma Dora quando diz que na graduação não aprendemos quase nada de tecnologia. Sou formada há 14 anos, então imagine o quanto de tecnologia aprendi. Lembro que os professores, sem generalizar, fugiam de nos dar determinadas informações sobre mestrados e doutorados, p. ex.. Por que? Não sei! Seria medo da concorrência? Também não sei. Mas, vejo esse distanciamento da mesma forma como vejo um aluno que sai do ensino fundamental sem informações sobre graduação, profissões etc. Era assim na minha época. E esse distanciamento é o que pode provocar a baixa auto-estima do bibliotecário. Por que nós, apesar de profissionais da informação, ainda não temos o hábito de DIVIDIR. Somos uma classe desunida.
Outro fato que me deparei no mercado profissional foi a falta de conhecimento da profissão de bibliotecário quando tentei, por alguns anos, sair do ambiente biblioteca. Nossa formação proporciona um conhecimento que nos permite atuar em muitas áreas, mas as empresas não estão preparadas para nos receber, elas não sabem do que somos capazes e nem que somos capazes de ir além da catalogação.
Tenho certeza que a Yara tem outra visão sobre minhas observações. O seu convite “venham para o muito real” não é apenas tentador, é a viagem profissional dos meus sonhos. Mas, o mundo real, infelizmente, está distante de nós enquanto vivermos tão SEPARADOS quanto sempre vivemos (desde que sou bibliotecária).
É uma visão realista, mesmo sabendo dos muitos bibliotecários que se destacam na carreira, dentro e fora de bibliotecas.
Eu acho que essa vaga tem cara de “complemento de renda”, não acredito que alguém consiga passar o dia inteiro assistindo tv…
Nossa…. Então vários bibliotecários que criaram projetos para catalogação de cinematecas e indexação de acervos fotográficos inteiros de editoras receberam “complemento de renda” fazendo isso do sofá? Que visão limitada, Lenice. Sinceramente. Uma lástima.
Simone, o mundo real das colococacoes iinstigantes e remuneradas a contento NAO esta longe de ninguem. E preciso sim – em qualquer graduacao – investir A VIDA TODA em especializacoes e ler/estudar muito gestao e administracao (que a escola nao ensina). Se ficar na “zona de conforto” serao “empregados (mau) assalariados” a vida toda. Vamos ver “quem” leva a vaga da Netflix. Mas eu quero mesmo ver “quem”estara nela daqui 15 meses.
Apenas lembrando, para quem não sabe, aqui na Natura, onde sou Gerente de Informação, temos um acervo fisico com cerca de 20 mil produtos cosméticos do mundo inteiro. Acervo totalmente catalogado, indexado e descrito em base dados disponível em plataformas web e mobile (criada aqui).É o 1o. acervo de cosméticos e único do país. Não aprendi a catalogar produtos na escola. CRIEI (em 1996). Quaisquer objetos podem ser catalogados e indexados. Catalogação e indexação não se restrige a “suportes informativos”. O que, de fato é preciso, são as cabeças “sairem da caixa” e criarem espaços de atuação. Trabalho não falta.
Acho que há uma diferença entre o que você acredita ser o mundo real e o seu mundo, Yara. A realidade é multipla, e não apenas como você a enxerga. Acho excelente que você conseguiu verticalização na sua carreira e chegar ao topo, com muito estudo e esforço imagino, e prática também. Mas nem todas as pessoas tem o mesmo perfil que você e nem entendem “sucesso” da mesma forma que você. Nem todos querem ser líderes, nem todos querem chegar ao topo e se especializarem em uma única coisa e acredite: isso não significa que a pessoa seja incompetente.
Sou ingênua e acredito que a vida é muito mais ampla e extremamente mais complexa que isso, sinceramente. Cada pessoa é única e a individualidade de cada um deve ser respeitada. Essa visão corporativista e de MBA, de “zona de conforto”, de “pensar fora da caixa”, de sacrifício da vida em prol da carreira é apenas uma entre uma multiplicidade de visões que as pessoas tem sobre suas vidas, suas carreiras e como pretendem contribuir para um bem comum.
Nem todo mundo quer ser autônomo. Nem todo mundo quer uma mega posição de liderança. Nem todo mundo quer ser empreendedor e empresário. Nem todo mundo segue a lógica do mercado, mesmo estando e participando do mercado (o capitalismo permite esse tipo de paradoxo). Por que é difícil reconhecer e entender isso? Às vezes tudo o que a pessoa quer é se dedicar e fazer um bom trabalho e ter uma carreira que tenha um significado próprio para si. Isso não pode, nem deve, ser nivelado como se todas as pessoas quisessem as mesmas coisas e tivessem os mesmos objetivos.
Sobre quem “vai levar” a vaga, bom isso não importa tanto, a vaga é aberta a todos e achei interessante por isso fiz questão de compartilhar com meus colegas de profissão. Pois pessoalmente, conheço muitos bibliotecários (e muita gente) altamente capacitada para preencher a vaga. E também não vou ficar me ressintindo se algum colega ou até mesmo alguém de outra área conseguir a vaga simplesmente porque na minha concepção às vezes não é questão de o candidato ser super hiper mega competente, mas sim de perfil e habilidades específicas.
Acho que ninguém, em lugar algum desse mundo, é competente em absolutamente tudo.
Isso é uma ilusão que sempre fizeram questão que acreditássemos.
Yara, indo ao encontro de suas palavras, trabalhei como bibliotecária na Casa da Moeda. Lá tem um acervo de cédulas, moedas, medalhas, passaporte, cartão telefônico etc. Sem falar em todas as etapas do projeto gráfico de todos os produtos desenvolvidos lá. Tudo isso catalogado, classificado e indexado.
Dora, nunca perdi um minuto da minha vida aspirando sucesso profissional. Ele veio como consequência da seriedade do meu trabalho. Muito menos aspirei cargos e remunerações, pois desde criança aprendi que felicidade não tem nada a ver com isso. Assim como questiono a nossa profissão, sempre fui questionadora das culturas corporativas, MBAS, etc etc… tando que nunca tive a mínima vontade de cursar um, pois os “tipos padrão” do mundo corporativo nada tem a ver com o meu jeito simples e até mesmo descuidado de ser. O que a Universidade conseguiu me ensinar, foi questionar o “status quo”. E é isso o que eu procuro fazer, na busca de novos caminhos e opções.
Concordo com você sim que cada um tem aspirações próprias. A minha sempre foi Liberdade: de pensar, fazer, experimentar, falar e conhecer. O que me intriga – na verdade – é constatar tantos anos passando e a nossa profissão que – no geral – não evolui. Porque o ensino dela também não evolui, como você bem sabe.
Incomoda – e me deixa triste – constatar a acomodação de tantos colegas que só reclamam da falta de reconhecimento, má remuneração, etc etc mas nada fazem para mudar esse cenário.
É bastante sintomático também o “rótulo” que os acadêmicos insistem em dar naqueles que – como eu – trabalham em empresas, tem boas remunerações e boas condições de criar e desenvolver inovações. Como se tivessemos “culpa” da nossa boa condição de trabalho. Já ouvi absurdos do tipo “bilbiotecários não deveriam trabalhar a serviço do lucro de empresas” de colegas “empregados” nos aparelhados órgãos públicos. Tudo isso dá um desânimo… Fica claro o quanto as cabeças são quadradas. Que ter ascenção de carreira e uma vida descente é absolutamente natural para quem cursou um 3o grau. E se o curso foi em Universidade pública, aí sim temos o dever de dar algum retorno de “valor” para a sociedade que pagou a Universidade para nós.
Desde sempre eu trabalhei em empresas: com administradores, economistas, matemáticos, engenheiros, nutricionistas, médicos, biologos, farmacêuticos, químicos, jornalistas, editores, especialistas em TI, em propaganda e marketing, designers, psicólogos, adavogados e tantos outros profissionais. E confesso que o discurso desses profissionais é bem outro, apesar de terem as mesmas, outras ou até mesmo mais dificuldades profissionais do que as nossas.
Fica o convite – novamente – para os interessados saiarem das caixinha acadêmica e teórica dos blogs. Sairem também das páginas das suas teses e monografias e virem aqui fora conhecer o rala ralae as coisas legais que muita gente tem feito, mas não conta do FB e nos blogs porque não tem tempo. A gente rala. Mas é feliz, sem ter que primeiramente se preocupar com as contas a serem pagas no fim do mês.
Eu bem sei que o mundo real da profissão não é o meu mundo. mas também sei que se bem orientados, qualquer formando é capaz de orientar a sua carreira de maneira diferenciada. Eu mesma oriento aqueles que eu identifico como futuros “talentos”. E nunca errei. Estão todos atuando nesse “outro mundo”em que – segundo você diz, eu vivo. Então, posso lhe assegurar, que esse mundo não é “só meu”. É de quem enxerga.
Yara, concordo com muitas das coisas que você disse. É importante não só questionar o que acontece como também a nós mesmos e o que exatamente queremos, ao longo dos anos, repetidamente.
Mas acho que existe representatividade da classe em eventos de biblioteconomia sim, como os CBBDs anuais, sem falar de eventos promovidos por Associações, Conselhos e Sindicatos de cada região. Imagino que como profissional reconhecida e competente que você é, certamente já tem garantido (ou teve, no mínimo) vários espaços nesses eventos e em outros. E pelo que acompanho, sempre tem coisa acontecendo…
A classe só não se celebra mais porque ninguém tem tempo, de fato. E não acho que ninguém tenha que sair de blog não porque os blogs vieram pra ficar e isso já faz tempo. Além daqui, eu tb tenho meu blog pessoal que dificilmente atualizo, pois trabalho e faço pós, não tenho tempo. Para mim, como profissional, é uma forma rápida e bem eficiente de comunicação e de discussão entre pares. E permite uma flexibilidade que a academia e o ambiente de trabalho jamais vai propiciar. Blog é um ambiente informal e limitado e – muitas vezes – não serve para explicar as complexidades e minucias de um trabalho diário. Acredito que para isso existam outras plataformas e ambientes, como os eventos que eu citei.
A Lenice falou exatamente como eu li num post ontem no facebook. Dizia “fulana, esse emprego é só pra assistir filmes”, isso é a mesma coisa que dizer que bibliotecários apenas leem livros. Muitas vezes já me perguntaram “ei, você que é bibliotecária, pode me responder tal coisa?”.
E lamento informar, que além de muito trabalho que essa função exige, tem muita porcaria entre esses filmes e seriados do netflix.
E tem mais, Lenice, eu consigo passar o dia inteiro assistindo filmes e seriados, é o que eu faço nos meus finais de semana. Posso amanhecer na frente da tv e, acredite, acordadíssima.
Yara, dá pra reparar no teu discurso um tom de critica a este blog, ou estou imaginando coisas? Gosto de ser direto na fala, então, se tiver algum problema, por favor, compartilhe com a gente… De repente até dá pra mudar algo que realemnte não está bom 😉
Vou dar meu relato sobre o BSF, mesmo sendo suspeito para fazer isso, pois contribuo com o blog.
Nunca vi coitadismo aqui. Pelo contrário, o que me fez querer escrever aqui foi o tipo de coisas que eu lia aqui, e, na maior parte do tempo era informação profissional de primeira, sem estar presa a nenhum dogma ou arquétipo de bibliotecário, inclusive fazendo piada com isso aqui e ali. Também conheço pessoalmente boa parte do time de redatores daqui e sei que o trabalho deles náo é bem o que se possa chamar de trabalho convencional quadradinho e a dedicação deles é notória.
Pessoalmente eu prefiro trabalhar com educação e cultura, e para isso leio, converso com pessoas, experimento.
Da mesma forma, vejo muitos aqui saindo do ideario acadêmico, e relatando suas práticas e projetos.
Também não vi muito conflito das coisas que tu aponta e a opinião da Dora no post. Ela fala nas pessoas saindo da caixinha também, fala um tipo de “yes, we can!” para que paremos de nos achar poquinho, não no sentido de um lamento, mas de um empodremento para a ação e independência
Então, não sei se situei muito bem a tua crítica…
Yara, minha cabeça está sempre fora da caixa, mas confesso, sempre fui empregada e pela segunda vez, em 14 anos, estou numa função que me satisfaz.
Amei o que você falou sobre catalogação – quantas pessoas que conheço deveriam ler isso – e que não podemos nos limitar ao que aprendemos na graduação, temos que usar nossa criatividade (que não é instigada nas salas de aula). Somente quando estamos atuando é que começamos a ser “nós” no sentido de não sermos mais alunos. E que as tantas regras aprendidas na graduação podem ser melhoradas, adaptadas, customizadas e algumas até esquecidas e excluídas. Temos que ser flexíveis todos os dias, nas diversas situações, seja com clientes, processos, pessoas etc.
Temos que surpreender, provocar, causar… ninguém espera de nós mais do que eles sabem que fazemos. E eles não sabem quase nada.
Eu estou fora da caixa! e vocês?
The Derbi, não fiz crítica alguma ao BSF. Apenas gostaria de sugerir que vocês oportunizassem divulgar outras experiências / cases diferenciados dos tradicionais, pois existem muitos Brasil a fora. Gente desconhecida que tem feito muita coisa inspiradora e alentadora para quem não enxerga perspectivas de atuação mais instigantes, menos operacionais e mais procuradas pelo mercado. E como o BSF é escrito sempre pelo mesmo grupo, o discurso não muda. Seria muito bom poder dar voz aos desconhecidos que trabalham em silêncio e poucos conhecem você não acha?
Simone, eu sempre fui “empregada” (para usar o seu termo…rssrs) desde que me formei. E tenho o maior orgulho disso, assim como você tem. E estou com você quando fala sobre exercitar criatividade, surpreender, causar. Onde trabalho hoje, fazemos anualmente, desde 2008, uma Pesquisa de Satisfação Interna com os nossos clientes do ano (que variam a cada ano) e o nosso indicador de Satisfação Geral dos nossos clientes com os nossos produtos, serviços, postura, confiabilidade, etc, nunca foi abaixo de 93% (Top2Box). Já chegamos a ter 100% de Satisfação Geral interna. Tal índice é benchmark no país. Bonito mas extremamente desafiador melhorar algo cujos mais de 90% dos clientes reponderam ser “bom” ou “ótimo” (Top2Box). Então, quando questiono que qualquer profissão somente é valorizada quando ENTREGA VALOR, isso nada tem a ver com “o meu mundo”, ou o “seu mundo”, ou o “mundo do trabalho da colega Dora”. Todos nós temos desafios em nossas posições e precisamos ser profissionais em nossas entregas. Mas o que se constata – infelizmente – é muito amadorismo, devido a formação inadequada ou falta de recursos adequados para desenvolver um bom trabalho. E tal cenário é asim desde sempre. Não muda. Fala-se muito, faz-se pouco.
Por exemplo, você falou sobre “catalogação” e também falou sobre “surpreende”r e a colega Dora, assim como eu, falou sobre “sair fora da caixa”. Então escute esta:
Conforme disse no meu post acima, temos aqui na empresa um acervo físico com cerca de 20 mil produtos cosméticos, totalmente catalogado e descrito em base de dados. Esse acero iniciou-se em 1996 dada a necessidade de acompanhar os lançamentos, embalagens, formulações e os claims dos produtos lançados pelos concorrentes.
Pois bem: passados todos esses anos que mantemos esse acervo, NESTA EXATA SEMANA de abril de 2015, chegamos a conclusão que o custo x benefício de se catalogar os produtos um a um não compensa, considerando a quantidade de produtos que é consultada pelos clientes através da base de dados (a maioria dos nossos clientes prefere consultar os produtos diretamente nos armários).
O que DECIDIMOS fazer então: parar de catalogar e indexar os produtos em base de dados. Ou seja, a “contra-mão” total do que aprendemos na escola. Mas é a realidade do dia a dia que nos mostra de maneira gritante que a atividade de catalogar / indexar / etiquetar NÃO ESTÁ MAIS AGREGANDO VALOR ALGUM ao acervo de produtos. É inovador? É. É pensar fora da caixa? É. É uma decisão “de outro mundo”? Não mesmo.
Enfim, dei este exemplo real, apenas para ilustrar o que o mercado espera de um Profissional. Não basta o conhecimento técnico e sair catalogando tudo feito máquina. É preciso ponderar custo, recursos envolvidos, benefício, que outras atividades de maior valor agregado poderão ser feitas nesse mesmo tempo em que se deixa de catalogar e indexar produtos.
Como você sabe Simone, eu estou fora da caixa, nesse “outro mundo” que a Dora citou há mais de 30 anos. E estou sozinha. Trazendo um ou outro talento junto comigo, quando percebo profissionais diferenciados. E eu nunca soube se encaro essa “solidão” com tristeza, ou como “seleção natural”.
É a minha dúvida de uma Vida.
Realmente é muito pedante de quem não reconhece a atual situação dos bibliotecários que estão desempregados ou mesmo os empregados que aí estão sujeito a precariedade do emprego forçado pelos empresários e políticos que insistem em colocar a educação em último plano e colocando as bibliotecas no mesmo caminho, ou seja, bibliotecários com salários abaixo do piso da categoria, O piso salarial deve e tem que existir, a união da categoria juntamente com o sindicato para lutar contra essa onda de redução salarial que os empresários estão forçando à todos a aceitarem, inclusive mandando embora a rodo para depois contratar pessoal terceirizado.
Projeto neoliberal sendo implantado a todo custo. Alguém desconhece isso?
E aí vem essa senhora dizer sobre bibliotecários não correr atrás de salario que isso é coisa para ralé…
No mínimo isso é intolerância, a situação é emblemática onde a realidade da maioria necessita de salario e se não houvesse um sindicato que fosse atrás de negociações com sindicatos patronais que só visam seus próprios lucros, por que empresário e rico no Brasil pensam somente neles e exploram os pobres, a classe bibliotecária estaria submetida a um salário de merda.
Hoje a realidade é outra, os empresários não querem mais saber de profissionais altamente qualificados em biblioteconomia e informação, eles querem saber uma forma de reduzir gasto e foda-se o resto.
Não adiante vocês se encherem de certificados que hoje a situação é muito adversa, principalmente para os bibliotecários quando se quer conseguir um recebimento interessante que esteja à nossa altura.
Eu duvido que um bibliotecário que ganhava 10.000,00, sendo desligado conseguirá outro por volta de 3.000,00., e se conseguir… Vamos apostar?
Os ricos nadam em verdadeiras fortunas, a classe média alta vai na onda e o povão assiste a globo e veja para saber que a vida é bela, e olha, tem muita gente inteligente indo nessa falácia toda.
A classe tem que se unir para poder pressionar e conseguir o melhor para todos e é isso que o sindicato faz. Infelizmente, a categoria permite que o estigma sindical permanece e é uma pena, pois o sindicato vem lutando muito para que a realidade dos bibliotecários seja respeitado.
Agora com relação a dar continuidade a pós-graduação, sem dúvida esse crescimento intelectual e técnico é muito importante principalmente para o crescimento pessoal e social, mas não e´a realidade da maioria que, por via de regras, tem filhos, responsabilidades tributária e muitas outras formas que limitam o bibliotecário a alçar vôos que são mencionados aqui. Portanto esses são ralés. Affffe.que intolerância social…
Sou aluna de biblioteconomia e vejo que o mercado está CHEIO de possibilidades para nós!
Recentemente, fui para uma entrevista de emprego. O dono da empresa queria alguém da área, perto de se formar.
O emprego? Gerenciar uma base de dados e a equipe que alimentava a base.
A empresa estava criando um sistema de descrição dos produtos que uma rede de lojas de conveniências vendia. Queriam alguém que criasse descrições do produto. Conforme ele foi falando, entendi. Indexação Pós Coordenada!
Eles precisavam cruzar as informações para não ter um estoque gigantesco de materiais que eles não vendiam.
Para saber que tipo de material é vendido em determinada área!
Para fazer estudo do mercado!
Para não haver desperdícios quando abrissem uma nova loja, uma vez que usariam essas informações para conhecer o perfil dos consumidores.
Não fui chamada para a vaga, mas fiquei satisfeita por ver que o dono da empresa sabia que nós, da área da Informação, aprendemos a importância de uma boa indexação!
Ponto negativo: ele falou que de 20 candidatos, TODOS da área, só eu e mais três tínhamos entendido o que ele queria!
Ou seja: a faculdade ensinou eles a decorarem essas coisas, mas se vc pede para o profissional aplicar com qualquer coisa que não esteja no CCAA, não sabem o que fazer! Não enxergam as possibilidades!
Yara, pra não me estender muito, só quero dizer que sou sua fã incondicional. Ainda não conheci outra bibliotecária que pense como você e que mudou minha forma de pensar. A partir de então, melhorei em muitos aspectos profissionais, inclusive tenho dezenas de seguidores que discordam das minhas idéias e uma dúzia que me apoia. E eu me sinto muito feliz por pensar e fazer diferente.
Simone, somente para concluir, a Pesquisa Anual de Satisfacao que realizamos anualmente junto aos nossos clientes do ano e feita por Instituto de Pesquisa de Mercado independente. Não e qualquer pesquisinha de “survey monkey”. Entao, o respeito e a confiabilidade tambem estao presentes ai. Nao fazemos nada que possa vir a ser chamado de “amador”. Reconhecimento se conquista em todos os detalhes do trabalho.
Yara, com todo o respeito, mas da mesma forma que o Derbi, sinto um ressentimento teu em relação ao blog nos comentários que fizeste. Especialmente na frase “o discurso não muda”, ou “escrito sempre pelo mesmo grupo”.
Não ganho nada para defender o blog, nem teria porque puxar saco de ninguém, mas acredito que é importante sim rebater as tuas afirmativas, pois, em minha opinião, estão totalmente dissociadas da realidade.
Numa pesquisa muito rápida achei três posts recentes nessa linha de experiências fora das tradicionais, escritas por três pessoas diferentes e com discursos diferentes.
http://bsf.org.br/2014/03/21/bibliotecarios-fora-da-biblioteca/
http://bsf.org.br/2014/01/29/mestrado-ciencia-da-informacao-canada/
http://bsf.org.br/2015/01/12/bibliotecarios-lato-e-strictu-sensu/
Acompanho o blog há muitos anos mesmo e sempre noto a variedade de colaboradores e opiniões. O blog é plural, apresenta questões da biblioteconomia tradicional e sempre traz coisas novas e mostra pessoas trabalhando em empregos não-convencionais.
Carla, sem “ressentimento” algum. Por que o teria? Absolutamente em paz. Acho sim que e preciso oportunizar espaco para outras linhas de atuacao que nao “educacao / cultura”, pous a profissao nao e so isso e a maior quantidade de oportunidades de trabalho nao esta ai
Uau, este tema rende e além de render é mais do que ‘em tempo’ REALIZAR, pois tem se azedado ânimos das expectativas em se atualizar na sociedade do que nós Bibliotecários não somos de todos perFEITOS, mas carregamos perFAZER do todo um potencial à melhorar por cada um que DECIDIR empreender sua profissão nesta área que toda certinha caminhava.
Só que não de repente um ‘bum’ explodiu tanta comunicação que expandiu horizontes sem fronteiras além do que aquele olhar fixo nos itens de acervo que ficava coladinho nas estantes – e gente – agora tem asas fica voando nas nuvens e é só chamar, pronto aparece coladinho nas telas. Também é só lembrar que seu registro de existência, pertencência e referência de endereço na prateleira/estante arquivado em ordem alfabética e umas outras ordens nos armários com gavetinhas aos poucos são desativados e que deve desaparecer.
É muito bom no tempo que puder se apropriar da nossa história e no outro dia tomei conhecimento que ainda dos dilemas presentes no nosso tempo de que ‘serve biblio pra quê?’ ou ‘pra quê serve biblio?’ tudo tem uma origem e ouvi uma história assim: se na Educação Escola, Biblioteca e Bibliotecário foram mencionados de serem juntos e isso lá numa época distante e próximo do Império que ele mesmo – o chefe – fez escrever e que na Escola Pública para Todos e Gratuito lá estariam a Excelência de uma Biblioteca e um Profissional Bibliotecário, mas um tempo mais tarde e logo depois, acho que República, se transformou e na Sala de Leitura virou.
Olha não sou eu quem estuda este assunto, tenho uma colega-amiga Bibliotecária Empresária e Professora que tem escarfunchado neste Baú da meia noite ás seis e o trabalho ficará muito bom.
Também nisso tudo é que nos misturamos em esperar que atualizações e transformações na estrutura curricular de graduação do país aconteçam e não posemos nos afastar da responsabilidade que também é preciso e urgente que nos juntemos no propósito de melhorar não somente a formação e perfil como a imagem do profissional, pois que não só das mesmas atividades como das atividades diferenciadas agora eclodidas vem transformando as funções e atribuições do profissional graduado nesta área como de todas áreas e prefiro pensar como aprendi no início de minha carreia: tudo não rola e nada rola menos ainda, então sei que estrutura curricular alguma vai abranger o que o mercado pede.
Assim a responsabilidade é de cada um nas suas aspirações, capacidades e habilidades tornar-se o melhor competente. Como na busca se sentido de vida e se desenvolver não para isso pode ser melhorado com o gerenciamento de foco, prioridades distribuídos em metas e resultados.
Sim com muito respeito para nós todos afinal somos trabalhadores, mas tenho na certeza de que o salário faz parte da remuneração e que o projeto que o profissional empreender conquistar e ao tornar-se interessante pelo melhor que fizer no seu trabalho e de si mesmo é que lhe mantem aberto canais e interações para argumentar sobre seus resultados mensurados para não só negociar como renegociar sobre valores porcentuais e de metas dos outros itens que pertencem da sua remuneração do local de trabalho que estiver investindo neste profissional. Isso visa que suas excelências tanto de negócio como de profissionais internos e de clientes se desenvolvam também.
Quanto da oportunidade do Netflix Brasil vejo oportunidades para este perfil e semelhante com frequência atualmente e sim o profissional Bacharel em Biblioteconomia, Ciência da Informação – Bibliotecário à princípio que estiver em condições de atender as especificações tem toda possibilidade de ser classificado e selecionado, mas a nomenclatura que terá na empresa cada vez mais não é Bibliotecário. Esse nome identificando cargo/função é cada vez mais abrangente e da cultura da instituição e o nome dentro da malha de governos público aí sim são os tradicionais e segue na orientação da Área do Conhecimento, Linha de Pesquisa e Acadêmica.
Pra mim nome é como cereja do bolo (pode ser outra cobertura e enfeite – depende do encanto de cada um e quanto quer encantar), pois pode marcar para sempre fidelizando marca e seu diferencial. Por isso antes de fazer seus bolos ou comprar feito pesquise investigando muito bem as possibilidades do como e pra quê fazer antes de executar que além de fundamental é primordial em aumentar remuneração.
Não estamos sozinhos, mas posso me ver sozinha por muitos motivos e um é quando aquilo que amo fazer, que tanto acredito e sou apaixonada tanto pela abrangência de tempo e espaço à transformar e dos acessos e compartilhamentos à construir começa desmoronar não por falência e talvez pela ausência de dúvidas do interesse mútuo que pode fazer falecer uma existência em detrimento de novas-velhas diretrizes de mercado que se apresenta ser e estar um tempo à frente da gente mortal.
Grata,
ps.: Não é um mundo fácil e dá para surta, pois ter sido empregada desde o prézinho sem salário, depois na década de 80 assalariada e tem 12 anos sem salário continuo trabalhando agora sem salário só remunerada, mas às vezes sem remuneração por ter menos trabalho!!! Eu decidi assim por que comigo assim aconteceu ‘sair fora da caixa’…
Uau, discussão acalorada.
Dora, que bom que seu post levantou essa discussão.
Tenho comigo que o a bibliotecário é um ser em evolução sempre. Temos que ter conhecimento da base, ( catalogar, indexar, etc) e também acompanhar as mudanças. Uma discussão dessa sempre vai trazer reflexão.
Yara, não entendi em que ponto o blog é sobre educação e cultura? E como assim só???
Não vejo o BSF como um blog de vagas para o mercado, mas como um tensionador do que significa ser bibliotecário. Não estou nem um pouco interessado em seguir o caminho das vagas de mercado ou qualquer lógica relacionada a elas. Acho inclusive que o fato de não haver boas posições profissionais em educação e cultura é um bom indicador da necessidade de falarmos mais sobre isso.
Considero muito impotente essa vinculação de conteúdo à existência prévia de oportunidades de trabalho. E que bom que o BSF não tem sido assim! Do contrário, seria um blog muito pouco crítico e, honestamente, com pouco a oferecer.
Vejo essa preocupação nos meus colegas redatores aqui, que falam sobre cultura profissional, redes, ferramentas, tecnologias, métodos, mercado, ativismo, entretenimento, dicas, e muitas outras coisas. Eu mesmo, no pouco que escrevo aqui, tento trazer a perspectiva das inovações sociais que pesquiso e um olhar diferente sobre o papel de bibliotecas comunitárias.
Então, não entendo mesmo a tua crítica e gostaria de entendê-la, pois adoro desmontar minhas crenças.
Inclusive critico este blog (e por consequência a mim mesmo) por achar que as relações sociais das bibliotecas são pouco ou superficialmente abordadas aqui… E isso é um comprometimento que me faço a partir daqui, de elaborar posts com esses conteúdos.
De qualquer modo, se alguma visão de trabalho não foi contemplada (certamente muitas não serão, afinal, o blog é escrito desde a experiência pessoal de cada redator) existem muitas outras fontes que talvez a contemplem. Ou você poderia escrever algo sobre esses assuntos e solicitar a publicação por aqui, ou mesmo solicitar para se tornar editora também e desenvolver alguma dessas abordagens que falta.
Oi Derbi, salvo engano – e eu posso estar enganada sim, porque nao tenho tempo de ler o BSF quase sempre, nunca vi nada sobre Inteligencia Competitiva, Business Inteligence, curadoria de informacao, estetica da informacao, monitoramento/radar/cool hunting, organizacao de objetos, planejamento estrategico de servicos de informacao, entre outras atividades bem legais, bem atuais (seculo 21) e que o mercado demanda loucamente, mas em que quase nenhum colega atua. Por que nao abordar essas areas de atuacao no BSF? Por que nao abordar quais as competencias demandadas por essas posicoes? Por que nao divulgar os cases de quem ocupa essas posicoes. Eu suponho que voces tambem desconhecem essas realidades assim como os professores e, por isso, nao as abordam aqui. Entendo que o BSF pode ser muito maus “sem fronteiras” do que tem sido, se abrir as portas para o , de fato, novo e diferente, como, por exemplo, a tal “cataogacao reversa” do acervo de produtos cosmeticos que estamos promovendo em nossa empresa. Meu convie e para o BSF ser disruptivo, a frente, falar sobre o que ainda vira.
Uaaau! Quanta discussão e assuntos muito pertinentes à profissão do Bibliotecário, gostei. Já mandei meu currículo para a vaga! Expectativas mil.
E já que a discussão (emudecida repentinamente?) é sobre oportunidades profissionais diferenciadas, aproveito e tomo a liberdade de divulgar aqui – já que estamos num espaço “sem fronteiras” vaga aberta hoje para compor a equipe sob minha gestão na Natura Cosméticos. Os currículos deve ser enviados para: ya*********@na****.net
Agradeço a oportunidade de divulgação e quem puder replicar.
Descrição da vaga
cargo: Assistente de Inteligência de Mercado (antiga denominação da vaga “Assistente de Informação”)
local de trabalho: Rodovia Anhanguera, Km 30 – Cajamar (possibilidade de ônibus fretado)
horário: 2ª à 6ª das 8h às 17h
remuneração: compatível com a função, experiência exigida e responsabilidades, 14º salário e participação anual nos lucros e resultados (PLR)
benefícios: planos médico e odontológico, desconto na compra de produtos Natura, previdência privada, restaurante, seguro de vida, (café da manhã e almoço), transporte fretado para São Paulo, Jundiaí e Campinas, clube e academia.
Contrato de trabalho: CLT, com prazo determinado de duração, passível de ser estendido em caráter definitivo, dependendo do desempenho apresentado.
1] Requisitos gerais
. formandos e/ou recém formados com graduação em biblioteconomia / ciências da informação
. filiação ao Conselho Regional de Biblioteconomia (informar o No. CRB)
. inglês intermediário para redação e leitura (a ser avaliado em teste no processo seletivo)
. espanhol desejável
. informática
. visão global e cultura abrangente
. experiência profissional mínima: 1 ano
2] Competências funcionais desejáveis
. lógica e normalização de registros/catalogação e atualização de conteúdos em bases de dados
. notação e organização física de documentos bibliográficos
. notação e organização física de acervos de produtos e/ou objetos
. gestão de assinaturas de revistas, periódicos, jornais e bases de dados
. gestão de empréstimos de documentos bibliográficos
. gestão de empréstimos de produtos e/ou objetos
. gestão de correspondência: recebimento e expedição de revistas, cobranças e correspondências diversas
. execução de pesquisas bibliográficas ad hoc no acervo interno
. compras nacionais e internacionais de publicações, relatórios, livros, assinaturas de bancos de dados, serviços online, revistas e periódicos
. conhecimento e experiência em sistema SAP
. conhecimento e experiência nos softwares: Adobe Publisher, Adobe Reader, Excel, Power Point, Word, Sharepoint, LightBase
3] Competências essenciais requeridas
. planejamento e organização
. gerenciamento de tempos/prazos; capacidade de priorização
. atuação por processos
. negociação
. trabalho sob pressão
. trabalho sem frustração com resultados intangíveis
. raciocínio analítico e interpretativo; discernimento
. raciocínio lógico e sistêmico
. capacidade extração de dados relevantes e síntese
. perspicácia / estabelecimento de relações / identificação de implicações estratégicas e técnicas
. criatividade / inovação / visão disruptiva
. comunicação / otimismo / alegria com o trabalho
. escuta ativa / saber ouvir
. flexibilidade
. relacionamento / trabalho em equipe / cooperação / diplomacia
. motivação e disponibilidade
. curiosidade / detalhismo
. agilidade com atenção, concentração e foco, persistência
. vontade de aprender com as experiências / abertura para o novo
. discrição / confiabilidade / ética / sigilo
[…] vagas que são de biblio e também de vagas “que não parecem” de biblio, como aquela vaga de tagger do Netflix que divulguei aqui mais cedo esse […]