Eu quis dar uma atualizada neste post de 2012 depois de constatar duas coisas. A primeira é que cerca de 20% dos acessos ao catálogo da UFRJ são via mobile (smartphones ou tablets). A segunda é que as buscas por “biblioteca” nas lojas de aplicativos (appstore e google play) trazem quase nada relacionado à bibliotecas propriamente.
Ou seja, a primeira preocupação é saber quantos de nossos sistemas (pergamum, aleph, sophia, etc) foram atualizados nos últimos anos para oferecer aos usuários pelo menos um design responsivo do catálogo. A maioria desses OPACs já conta com a possibilidade de fazer reservas e renovação online, o que é ótimo, mas poucos ainda são otimizados para mobile.
Não sei qual é a impressão de vocês, mas a mim, 20% de acessos, 1 a cada 5 usuários acessando o catálogo, é bastante. Essa estatística é proveninente de um grande sistema de bibliotecas universitárias, talvez não seja a realidade de vocês, mas aqui está se tornando cada vez mais comum os usuários chegarem com os números de chamada a partir de telas ou prints que eles tiram acessando o catálogo direto no celular, mesmo quando a biblioteca oferece computadores dedicados para isso. Acabou aquela história de anotar número de chamada no papelzinho.
Pois bem, a solução para o primeiro problema (um número cada vez maior de usuários acessando o catálogo da biblioteca via mobile) seria oferecer um aplicativo da biblioteca, algo simplificado que permitisse a consulta ao acervo, ou algo mais elaborado que permitisse o login a partir do app, para fazer reservas e renovações. Se desenvolver apps é complicado, então que pelo menos o design do catálogo seja responsivo.
Vejam a diferença entre um site responsivo e outro não. A tela de USP aparece limitada, o site é visto exatamente como na tela do desktop, você precisa usar o scroll horizontal. Não é o fim do mundo, mas é chato.
Já a tela do MIT é responsiva, o conteúdo do site se adequa ao espaço da tela do celular. Bem melhor.
O catálogo da USP em si não é responsivo, utilizei apenas como exemplo. Mas o problema foi resolvido com a criação de um app. Conversando com o Murakami sobre o aplicativo deles, que é um dos poucos na app store que contêm essas especificações elaboradas que mencionei acima, ele explicou que o app utiliza uma parte do X-Services no Aleph, uma parte do Restfull do Primo, mais uma parte da autenticação na USP. Ou seja, é uma adaptação, mas inteiramente funcional. Se as estatísticas servem de estímulo, o aplicativo das bibliotecas da USP é bastante usado, com mais de 5000 instalações em cada plataforma (android e ios).
Sobre o segundo problema (buscas por “biblioteca” nas lojas oferecem resultados de diferentes aplicativos, mas poucos diretamente vinculados à bibliotecas), acho que seja um reflexo do primeiro (baixa oferta de apps). Então fica a expectativa de que nós bibliotecários podemos fazer melhor no futuro.
Dentre os aplicativos de biblioteca que podem servir de exemplo estão o da USP, Unesp, Unicamp, Uenf, UCS e Univates.
Home da Unicamp
App da UFRGS que inclui a biblioteca dentre todos os serviços da universidade
App da Univates que mostra a localização do livro nas estantes
App da USP que mostra a geolocalização das setoriais
Uma resposta para “Aplicativos mobile em bibliotecas brasileiras – parte 2”
Oláa! Sou voluntaria na biblioteca do meu bairro e estamos querendo informatizar o nosso acervo. Por ser uma biblioteca mais antiga, já contamos com cerca de 11mil livros, mas apenas 9mil tombados ainda. Somos uma equipe pequena (4 pessoas) e apenas uma delas é tecnica em biblioteconomia, apesar de contarmos com uma bibliotecaria que supervisiona o trabalho. infelizmente nenhuma das duas pessoas entende de softwares etc, e nós, que entedemos um pouco mais, nao somos da área. Elas tentaram colocar o SophiA mas o sistema travava depois de mil livros e perderam o trabalho todo. Eu li o post, mas sinceramente não estou entendendo ainda qual o melhor sistema e como poderia nos ajudar. O problema ainda é que nao contamos com muitos recursos financeiros. Voces indicam alguma forma de começarmos beeem do comecinho a estudar esses sistemas e se tem algum que é utilizado por bibliotecas comunitárias.
Estou adorando os posts, apesar de entender muito pouco os nomes técnicos ainda.
Grande Abraço