Post do prof. da UFAL Ronaldo Ferreira de Araújo:
Dei uma olhada na programação do I Encontro Escola SESC de bibliotecas escolares postado pelo Moreno e fiquei lembrando de alguns encontros que participei alguns bons anos atrás, sobre a temática no Grupo de Estudos em Biblioteca Escolar, coordenado pela Campelo da UFMG. Percebo que continuamos consolidando práticas sobre leitura, formação do leitor e a mediação do profissional bibliotecário.
Confesso que sinto falta de discussões sobre a biblioteca escolar no contexto atual das redes e tecnologias digitais. Recentemente conheci uma aplicação interessante, o Twitter Veen, que te permite visualizar interconexões de termos nas mensagens do Twitter. Basta inserir dois ou mais termos e clicar em “search”. Depois de um tempo me familiarizando, achei interessante o número de mensagens diárias sobre biblioteca e escola no Twitter. O diagrama abaixo ilustra o que estou dizendo. Ele mostra que no dia 17 de novembro para o termo “escola” reuniu 315.674 tweets, e o termo “biblioteca” 13.927 tweets, e que as mensagens com ambos os termos somam 237 tweets.
Na tarja inferior ao diagrama o Twitter Veen exibe aleatoriamente as mensagens presentes no diagrama. Selecionei algumas, que podem ser vistas na figura a seguir:
Bom, a biblioteca escolar entrando ou não no contexto das mídias sociais, a garotada já está por lá. Quem sabe em breve verificamos assuntos assim serem encorporados em nossos encontros. Então, o que acham?
por
@ronaldfar
11 respostas para “Biblioteca Escolar e Twitter: vale investir?”
redes sociais aplicadas à bibliotecas é isso aí: mais uma oportunidade de se expor e ouvir o que as pessoas tem a dizer sobre os produtos e serviços, e melhorá-los. só não faz sentido pra quem ainda prefere se manter preso na caixa de livros
Só o fato de mencionar uma biblioteca como sendo “caixa de livros” demonstra a sua predileção e apreço por esse tipo de espaço, e seu conhecimento das possibilidades existentes. Já passou da hora de se pensar fora da caixa.
Concordo, Tiago. As bibliotecas ficam apenas praticando aquele velho discurso que todos nós sabemos e esquecem de olhar o mundo em volta onde crianças de 3 anos usam iPads e adolescentes ganham de aniversário Kindles e smartphones.
A Biblioteca é um ambiente, um espaço. Quem pensa ou age é quem está ali dentro. E sobre enaltecer o uso de tecnologia, a Biblioteca deveria ser um ambiente para se aprender que existe todo universo para além de leds, lcds e teclas.
A discussão sobre Bibliotecas Escolares e sobre a Escola no país deve ir além do uso de meras ferramentas. Não é uma mídia social, nem um equipamento tecnológico que vai mudar a nossa realidade educacional.
Devemos antes discutir o sistema educacional como um todo, reformulá-lo em sua essência para aí então pensar em agregar possibilidades.
Encher a Escola e a Biblioteca Escolar com parafernália de alta tecnologia não vai melhorar as condições estruturais do ensino no Brasil.
Enquanto o ensino continuar sendo visto como mercadoria, a Escola como um espaço para trancafiar a molecada para que não fiquem na rua e a Biblioteca for um espaço de castigo, um mera sala de estudo ou um lugar que tem computador, continuaremos nesse retrocesso de utilizar educandos (e não alunos, pela acepção da palavra) como cobaias para experimentos que somente comprovem que uma teoria é melhor que a outra, uma tecnologia melhor que a outra.
Por conta desse tipo de mentalidade, Escola, Biblioteca Escolar estão longe de ser o que realmente devem ser: um ambiente de aprendizado, aonde indivíduos aprendem antes de tudo a serem cidadãos com direitos e deveres, e conscientes de seu papel no mundo que habitam.
[…] parte de uma postagem minha que saiu no Blog Bibliotecários sem Fronteiras (BSF) para refletir sobre o assunto. O […]
Realmente a realidade é essa mesma, a tecnologia está aí, mas as bibliotecas apenas discursam e não efetivam essas propostas.
Eu como bibliotecária vejo isso até nas bibliotecas universitárias, quem dirá em públicas e escolares.
Costumo sempre levar em considerações o que acontece com empresas de qualquer que seja o segmento, que precisam estar imensamente direcionados a entender o que seus cliente querem e têm como necessidade, caso queiram sobreviver no mercado tão competitivo. Não é diferente da biblioteca, independente dela ser escolar, especializada ou outra, é pra isso que se faz estudo de comunidade, não apenas pra manter o acervo adequado, mas que todas as tecnologias de acessos possam também ser levadas em consideração. Cansei de ver crianças com jogos educativos num Ipad ou outros dispositivos. Se a realidade daquele local for essa, onde o acesso a informação é em sua grande maioria através desses meios, nada mais interessante, visando a sobrevivência da Biblioteca, como ela se adaptar. Como já se diz, “Adapte-se ou morra.”
Interessante o seu ponto Bruno. Mas toda visão que aproxime Educação e Mercado me causa um certo receio. A sua colocação foi excelente, porém, ao aplicar o pensamento empresarial deve-se ter em mente que o objetivo da empresa é sempre ter lucro, e na minha opinião, a educação não deve ser vista como mercadoria e ensino não deve ser visto como produto.
Lucas, quando eu falo visão empresarial, não quero dizer que isso é o correto ou que a biblioteca deva ser algo que vise lucro, sempre existe ponderações que necessitam ser feitas. Nesse caso, apenas quis dizer que a Biblioteca precisa pensar de uma forma que se adeque a realidade daquele local, que “inove” e dentro do seu principal foco, ela seja capaz de atender da melhor forma possível a realidade do ambiente no qual ela se insere. Até porque sabemos que ainda existem locais onde ser tradicional é a melhor forma de alcançar o usuário.
A biblioteca não é uma instituição que visa fim lucrativo, mas ela é sim, um local que precisa atender as demandas dos usuários, seja ela onde quer que seja o suporte ou da forma que seja, o importante é que exista satisfação.
Sei que parece um papo mercadológico, mas como disse acima, sempre é possível fazer ponderações e adequações, até porque como você, vejo sempre com um certo receio aquilo que só vise lucro, geralmente se esquece um pouco da sua essência quando só pensa dessa forma.
A forma verbal adeque não existe, pois se trata de verbo defectivo. Melhor usar adapte.