10 anos de BSF

Cerca de nove anos atrás eu simplesmente pedi para entrar como editor deste blog.

As coisas eram legais: nas nossas mãos estavam ferramentas de comunicação que nos livravam das antiquadas listas de discussões acadêmicas e dos empobrecidos fanzines universitários. O que antes eram veículos formais que representavam uma comunidade ou pares, se tornaram blogs, que eram identificados pelas pessoas que os escreviam. Até hoje muitas pessoas me reconhecem como “moreno, ele tem um blog”. Os sites e listas como lugares se tornaram blogs, como pessoas.

As coisas eram leves: ninguém precisava de um crachá ou um título para escrever um blog e participar da esfera. Mesmo que não tivesse nada a dizer, você simplesmente poderia fazê-lo se quisesse.

As coisas eram fáceis: bastava criar uma espécie de google alert para “biblioteconomia” e republicar tudo o que julgasse interessante. Que é a coisa mais elementar e desnecessária que se pode fazer em termos de um blog. Mas essa prática trazia junto uma oportunidade de julgamento que era muito mais uma edição de conteúdo do que o mero copiar-colar. A necessidade de manter o blog nos tornou melhores editores. Eventualmente até melhores redatores.

As coisas eram novas: mesmo quem não sabia nada de HTML (eu), podia exercitar a vontade nas páginas em php e css, sem se preocupar em errar. Era um laboratório que explicava muito melhor que semestres de aula de arquitetura da informação e estudos de usuários.

Foi lindo.

Passados 10 anos de uma leva inicial de blogs como USPortunistas e Pergunte ao Ranganathan, o BSF continua ativo. Dez anos é mais de 1/3 da minha idade. É bastante tempo.

Viva o blog!


7 respostas para “10 anos de BSF”

  1. […] Eu fiquei encantado por descobrir um espaço informal para discutir a biblioteconomia. Não tinha caráter acadêmico, todos os comentários eram respondidos e juntou muita gente bacana disposta a discutir. Resultado: Entrava todo dia e participava das discussões sempre que possível. O Moreno resumiu bem: As coisas eram legais, as coisas eram leves, as coisas eram fáceis e as coisas eram novas. […]

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